Não sou o senhor da verdade, sei bem disso, minhas opiniões são pouco importantes. Mas tenho a impressão que elas seriam a mesma de muitos e muitos atletas, talves tão desimportantes como eu. Houve uma época negra no judô mineiro, na qual todos nós, que gostavamos do judô, e não da política, vivemos atormentados. Uma família apossou-se da Federação, cometeu desmandos, arbitrariedades, e, causou a ruptura institucional da estrutura do nosso judô.
Nesta época, grande parte dos professores mais sérios, concientes e éticos do judo mineiro optou por criar a União Mineira de Judô Tradicional.
Muito embora insatisfeito, outro grupo optou por se opor dentro da própria estrutura federada.
Com o passar do tempo, revigorado por academias que retornavam a Federação este grupo, conseguiu desmascarar, judicialmente, o regime arbitrário que se instalara, retomando o controle da instituição.
A União Mineira de Judô Tradicional, por sua feita, se tornou a Liga Mineira de Judô.
Ambas, a Federação Mineira de Judô e a Liga Mineira de Judô, cresceram, realizaram eventos importantes, e formaram atletas hábeis fisicamente, além de bem postados sob o aspecto ético.
Mas é certo que a Federação Mineira de Judô realiza eventos oficiais, projetando atletas a nível panamericano, olímpico e mundial, e, a Liga Mineira de Judô, realiza grandes eventos, campeonatos importantes, mas informais. E, grandes atletas se perdem então no anonimato.
Não se trata aqui de quem errou ou acertou, talvez todos estivessem certos. Mas se cuida de como seguir em frente.
A Federação Mineira de Judô está moralizada, nunca se viu questionamento quanto a isto, mas, havendo dúvidas, existem as eleições.
Esta história das taxas não é séria, uma anuidade de R$ 500,00 (quinhentos reais) significa menos de R$ 50,00 (cinquenta reais) por mês se diluido ao longo do ano, e os atletas pagam mensalidade.
Distâncias, viagens, sempre existiram, os eventos principais, em qualquer lugar do mundo, são nos grandes centros urbanos, mas nada mais simples que a organização de regionais e campeonatos fora da capital, o que, aliás, já é feito.
Respeito as faixas conquistadas na Liga, guardados, claro, critérios de bom senso, não parece também qualquer problema.
Para nós que vestimos o quimono, para treinar, existe um só judô, e divergências reais, importantes do passado, não devem ser reduzidas no presente a picuinhas e fogueiras de vaidades.
Eu sei bem que a Liga não precisa da Federação, sei também que a Federação não precisa da Liga. Todos vão muito bem, o judô brasileiro é hoje uma referência mundial, o judô mineiro é referência nacional e a Liga realiza campeonatos com dezenas de agremiações, torcida presente e patrocinadores.
Mas e os atletas? Que treinam hoje horas e horas, campeões quem sabe! Vão viver parte no sol, parte na sombra? Até quando?
JITA KYOEI