domingo, julho 31, 2011

Cinema acidental

‘O segredo dos 'Punhais Voadores’ pode ser visto como um novo clássico. O filme do realizador chinês Yimou Zhang surpreendeu pelo arrojo visual 

Por:Joana Amaral Dias

Se o Verão não lhe pede a sombra do cinema e muito menos aguenta o preto e branco, veja os novos clássicos. Assista aos chamados "já é filme de culto", em casa, depois da praia, da piscina, da melancia ou dos cortes orçamentais. Escolha o que lhe permite viajar como uma árvore. Comece pelo fim, que é como fazem os artistas. De preferência, sem aparente gravidade, com ‘O Segredo dos Punhais Voadores’ (Yimou Zhang, 2004).

O que distingue o cinema oriental do ocidental? Haverá algum elemento de ruptura que permita identificar as geografias de cada um? Ou são a mesma coisa? Para proceder a uma análise mais rigorosa, teríamos de eliminar as variáveis étnicas e paisagísticas. Pelo menos. Afinal, são características desses países/continentes e não do seu cinema. O que fica? Do lado oriental, talvez reste o exotismo dos gestos, as coreografias de sedução, sentimentalismo, humor infantil. Será suficiente?


Talvez não. O ‘Segredo dos Punhais Voadores’ tem tudo isso e muito mais. Espionagem, guerra, artes marciais, traições, ciúme, jogos duplos e triplos, melodrama. Num ritmo tal que o espectador nem tem tempo para escolher. É um filme que pasma do princípio ao fim, um épico-operático cruzado com banda desenhada. Uma orgia cinética, plástica, emocional, especulativa. Uma instalação.


O filme vai sempre um passo à frente do público. Nesse sentido, trata-se de uma fita "hollywoodesca". Ou melhor, de um filme que Hollywood gostaria muito de ter feito, provavelmente em vez de ‘O Tigre e o Dragão’ (Ang Lee, 2000). No entanto, não fez. Ora toma. E se existe aquela coisa dita magia do cinema, ei-la.


Corre 859, ano de tirania da decadente dinastia Tang. A ‘Casa dos Punhais Voadores’ é uma seita que combate a podridão do regime. As suas personagens são sobre-humanas. Trepam florestas de bambu como se a maçã de Newton nunca o tivesse tentado, voam como águias sobre os oponentes, manejam armas como deuses, lutam como se dançassem. Os milagres abundam.


‘Punhais’ é um filme devoto. Estupidamente religioso. Os seus protagonistas são arquétipos. O amor quer seduzir a honra. Mas será que ela o destrói? Serão compatíveis? Chega o dilema. Enfim, para se ganhar uma guerra, há que ser impiedoso. Mas sem coração não há largueza. A segurança, como se sabe, mata a liberdade.


No limite, ‘O Segredo dos Punhais Voadores’ pergunta: será que a autonomia dos seres humanos é uma utopia? Como qualquer obra de arte, o filme sugere sem se impor. Sobrando de sensualidade, sangue e seda, ‘Punhais’ é tão opulento quanto subtil. Oriental? É isso? 


RESUMO


Na China do século IX. dois soldados, Jin e Leo, têm como missão encontrar o líder do grupo revolucionário ‘Casa dos Punhais Voadores’. Estabelecem um plano que passa pela libertação de Mei, uma bela mulher que os vai conduzir ao esconderijo do grupo. Mas nada corre como o previsto neste filme que cruza artes marciais com um detalhe na fotografia excepcional.


Realizador: Yimou Zhang 
Elenco: Ziyi Zhang, Takeshi Kaneshiro e Andy Lau

FONTE: http://www.cmjornal.xl.pt/ 
IMAGEM: http://cinemaflop.blogspot.com/

sábado, julho 30, 2011

Olhar indígena sobre mudanças climáticas é tema de cartilha



Publicação ajudará a garantir a participação qualificada das comunidades indígenas no debate internacional sobre o clima


Acaba de ser publicada uma cartilha sobre mudanças climáticas que traz uma ótica diferente sobre o tema. Produzida por 29 alunos do Centro Amazônico de Formação Indígena (CAFI), a cartilha busca traduzir a complexidade do tema para leitores que vivem no contexto das aldeias amazônicas.
O trabalho é resultado de um curso sobre Mudanças Climáticas oferecido pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) em parceria com o CAFI. “A intenção é munir as comunidades indígenas com informações técnicas e científicas, mas com linguagem acessível, o que não é muito comum em documentos sobre o tema”, explica André Nahur (IPAM), um dos responsáveis pela capacitação dos autores.
Segundo ele, tudo foi feito com a participação direta dos estudantes do CAFI. Os textos e as ilustrações trazem o tema das mudanças climáticas para o dia a dia das aldeias. “É ali que os efeitos das alterações do clima são diretamente percebidos pelos indígenas, seja no aspecto natural ou nas adaptações já necessárias nos hábitos dos povos da floresta devido ao aquecimento global”, diz Sônia Guajajara, da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), responsável pela publicação e distribuição da cartilha.
A iniciativa, segundo ela, foi pensada para assegurar a participação qualificada das comunidades indígenas nos processos de discussão e tomada de decisão no cenário político nacional e internacional sobre as mudanças climáticas. Temas como o mecanismo de REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal) – que deverá remunerar quem mantém de pé as florestas – e os acordos internacionais para redução das emissões de gases de efeito estufa fazem parte do conteúdo da publicação.
A publicação, que deverá circular entre as comunidades indígenas, também está disponível para download. A versão impressa da cartilha também pode ser solicitada através do e-mail secretaria@coiab.rcom.br ou pelo telefone (92) 3184.6567
Mudanças Climáticas e aquecimento global na visão dos povos indígenas. COIAB, CAFI, 2011.
Formato: PDF Tamanho: 9.52 MB
* Colaboração de Jaime Gesisky para o EcoDebate, 28/07/2011
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Com o anteparo da memória

Rubem Fonseca reafirma a força e a pulsação de sua narrativa em dois lançamentos

Alcides Villaça - O Estado de S.Paulo

Em tempos de celebração de uma inglória "crise romanesca" e de rejeição a tudo que cheire realismo, Rubem Fonseca continua impávido na arte difícil da narrativa fluente que puxa o leitor pelo ritmo das frases, pela articulação das ações, pelos lances súbitos das personagens. A naturalidade com que isso se dá indica o domínio do autor sobre matrizes criativas: o bom roteirista, que ele também é, sabe o que fazer para manter vivas a pulsação de um texto e a atenção do leitor. Seus críticos sentem como é difícil (parecendo, às vezes, impossível) separar o joio do trigo no conjunto dessa obra, divisar algum critério para propor o que nela seja arte grande ou menor. Seus dois novos livros, Axilas e Outras Histórias Indecorosas (contos) e José (miscelânea autobiográfica), lançados simultaneamente, nos levam uma vez mais a essas discussões.

Os contos de Axilas deixam ver que também a violência, quando repetida, vira farsa e caricatura. Sendo assim, como é que as crueldades reiteradas em extravagantes encenações continuam imantando nosso interesse, nem que seja pelo tempo que dure a viagem de ônibus? E já se terá reconhecido a contento, na ficção de Rubem Fonseca, a singular supremacia da violência do exibicionismo culto sobre a violência exposta dos gestos e dos fatos? Ao apresentar como indecorosas suas histórias de Axilas, o autor nos provoca com um inimaginável decoro, que seria a outra face natural e imediata da barbárie, por exemplo, das mutilações físicas, apontando assim para o que resulta propriamente violento em sua ficção: o parâmetro ostensivo que as alusões mais sofisticadas da arte literária projetam sobre os corpos deformados, grotescos ou mortos. Dito de outro modo: seu modo ficcional promove a passagem fluente da barbárie criminosa para as filigranas sofisticadas do espírito e da cultura, com direito a remissões, citações e apoio no prestígio de incontáveis leituras: Poe, Shakespeare, Whitman, Zweig... Continua, em Axilas, a equiparação entre a precisão da faca, que mutila e mata, e a da palavra, que pontua e define.

Bem por isso, há nesses contos uma caprichosa tendência para valorizar o dicionário (com entrada de verbetes na narrativa), pontuar o peso poético ou antipoético de uma palavra, considerar o prazer do jogo das palavras cruzadas. Esse senso linguístico é também detetivesco e amoroso: o narrador confessa que "a investigação criminal tem que ser, portanto, socrática", e que no fundo, no fundo, ele "queria escrever livros de poesia". Quem já leu seus primeiros livros de contos não esquecerá que o peso do poético e do patético se insinua por exemplo, entre boxeadores e halterofilistas. Nos contos de Axilas, o assassínio corretivo de quem já fora um "bebezinho lindo", a sangrenta tortura de pés nos sapatos em que não cabem, a amputação do dedo mínimo como prova de amor dão notícias das selvagerias do mundo, que se naturalizam na narração. Parece que o autor está nos lembrando que, na história da humanidade, cada época ou cada situação encontram sua própria forma de naturalizar e representar a violência.

Em José, Rubem Fonseca compôs o livro que quis (os primeiros capítulos circularam em site do autor), sem se importar com gênero ou unidade interna: ameaça a ficção, encaminha depoimentos autobiográficos, vira crônica sociológica, dedica um capítulo completo à história do carnaval carioca e conclui, sugestivamente, que "a maior de todas as criações humanas é a cidade". O narrador desses textos surge como quem aqui e ali toma depoimentos do veterano autor José Rubem Fonseca, que se ampara na memória, que investiga a memória, que conceitua a memória: "A memória trai a todos, é uma aliada do esquecimento, é uma aliada da morte" (citando Brodsky). A violência sai de cena (pasmemos) para dar lugar a uma difusa poesia que recupera nostalgicamente a rica história da sua família, os prazeres da cidade antiga e mais inocente ("praia das Virtudes", "águas não poluídas da Baía de Guanabara"), do cinema, da literatura desde sempre devorada e exercitada. Há, aqui e ali, claras referências aos procedimentos do autor Rubem Fonseca ("A melhor inspiração do escritor é sempre encontrada nos livros") e um paralelismo com Isaac Singer: "Ao escrever sua autobiografia, parou nos trinta anos. José resolveu parar um pouco mais cedo". E é pena que tenha parado, porque o leitor talvez quisesse mais: em José, a arte caprichosa do escritor surge livre de ressentimentos vingativos ou induções ao choque; desliza tanto na superfície como em águas mais calorosas da memória, ainda que ele acredite que "a história verdadeira da vida de uma pessoa jamais poderá ser escrita". História verdadeira? O escritor prende nosso interesse com as verdades que sabe e quer produzir. A novidade de José é que, desta vez, a figura mesma do autor está muito próxima de nós, quase afastando o narrador com o cotovelo para refletir no espelho sua mais viva e pessoal imagem.

ALCIDES VILLAÇA É PROFESSOR DE LITERATURA BRASILEIRA NA USP 

FONTE: http://www.estadao.com.br/
IMAGEM: http://www.opperaa.com/

ONÉSIMO CRONISTA E FICCIONISTA*** Miguel Real

ONÉSIMO CRONISTA E FICCIONISTA
Miguel Real

Lendo as crónicas e os contos de Onésimo, sempre mesclados de ironia, conflui do fundo da memória as “velhas” histórias (ou “estórias”) narradas à lareira por adultos experimentados e lúcidos. Vividos, transmitem eles à comunidade, sem moralismos sentenciais, o resultado da sua vida cheia, ora feliz, ora dramática, mas sempre carregada de futuro. Por vezes, interessa menos o conteúdo da história e mais a toada por que é contada, sintetizando o reflexo condensado de uma experiência de vida. Neste sentido, como o leitor pode comprovar lendo este volume de textos há muito esgotados de Onésimo, a ficção deste autor consiste menos na descrição de retratos realistas de ambiente ou em detecção de meandros psicológicos, menos ainda em invenção de personalidades metamorfoseadas em personagens, e mais na exploração de “condensados de vida” empírica que, sem deixar de provocar um efeito moral, não visa outro alcance que o mais antigo e genuíno efeito romanesco: a de contar uma “boa” e “bela” história, assumida esteticamente como retalho e síntese de vida.

Modéstia de Onésimo? Não, apenas fidelidade ao mais antigo e visceral destino da crónica e do conto: o de narrar uma história. Neste sentido, desconstrutivismo, psicologismo, estruturalismo, neo-modernismo e toda a parafernália de –ismos narrativos falecem à beira do uso encantado da locução “era uma vez…”, voluntariamente privilegiada nos seus livros de ficção.

Em segundo lugar, se Onésimo ficciona a partir de uma linguagem comum, não privilegia, porém, como constitutivos dos seus contos e das suas crónicas, nem uma linguagem popular, de massas, nem temas populares. De afastar, portanto, como caracterização da sua ficção, o realismo folhetinesco e telenovelesco pertinente à maioria dos romances ora saídos em Portugal. A funda cultura literária de Onésimo não lhe permite a promiscuidade semântica redutora que faz equivaler a literatura a um albergue espanhol onde tudo e todos cabem. Leia-se o conto/crónica “Jardim dos lazeres da cultura” (pp. 35 – 38) e temos o Onésimo ficcional por inteiro. Em Aventuras de um Nabogador, faz referência, não a um qualquer “barbudo”, mas a um saído de uma “página de Hemingway”, autor este que, aparte a ironia e a mordacidade de Onésimo, pode ser tomado, de certa maneira, como um dos modelos da sua escrita: “Um barbudo louro, saltando de uma página de Hemingway, ouviu as nossas demandas” , frase que sintetiza em perfeição o estilo dos textos ficcionais do autor.

De facto, é nele constante a utilização da linguagem corrente (tome-se como exemplo “Passaportes e retratos”, pp. 29 – 33), sem o pretenso aformosear romântico-kitshiano da frase, actual moda entre escritores de grande sucesso de vendas, e muito menos o academismo que Onésimo evidencia nos seus ensaios historiográficos e filosóficos. No horizonte de um estilo realista, o léxico de Onésimo, composto de vocabulário comum, evidencia, porém, um background cultural que na frase em questão se torna manifesto pela referência a Hemingway e, sobretudo, pela utilização da palavra “demanda”, no antigo e duplo sentido de “pedido” e de “protesto”. Assim, se o conteúdo da ficção de Onésimo é indubitavelmente realista, de acordo com a sua filosofia, não deixa de ser, quanto à forma, culturalista - no justo sentido de unificação dos dados empíricos no seio de uma forma que privilegia as referências intertextuais de carácter cultural (literatura, história, sociologia, ética…, cf, como exemplo “Juízos de fora”, pp. 39 - 42). Realista na atitude, em filosofia; realista no estilo, em literatura; culturalista na análise de temas de ciências sociais; culturalista no estabelecimento da forma literária dos seus escritos ficcionais – eis, em síntese, Onésimo como um todo, desde que se acrescente, quanto ao estilo, o jogo irónico, profundamente irónico. 

Com efeito, em todos os seus textos de ficção – como uma evidência - é recorrente a referência a episódios culturais, a títulos de livros ou nomes de autores da cultura portuguesa, europeia e americana. É justamente este universo cultural, pelo qual o autor armadilha as palavras, que constitui a diferença específica do realismo onesimiano, distinguindo-o, por exemplo, do realismo de José Rodrigues Miguéis ou do de José Cardoso Pires, ou, ainda, do realismo neo-romântico de Inês Pedrosa. Onésimo brinca falando (escrevendo) a sério – percorra-se o índice deste livro e atente-se nos títulos – todos! – e veja-se como transbordam de referências histórico-culturais e, sobretudo, de ironia cultural.

Em terceiro lugar, sublinhe-se a ironia como trave-mestra constitutiva do estilo de Onésimo (a começar pelos títulos dos seus livros: Que nome é esse, Ó Nézimo?, Ah! Mònim dum Corisco, Livro-me do Desassossego e Aventuras de um Nabogador & Outras estórias-em-sanduíche). Que história destes livros não se encontra recheada do efeito irónico? Qual delas não desperta o sorriso satírico? A mordacidade? Quem não abre os lábios em sorriso quando lê “Eu falo os calções assinalados” (pp. 259 – 263) ou “Do exercício de cada dia nos livrai hoje” (pp. 345 – 349).

É, porém, a ironia estilística de Onésimo parente da de Bocage, Eça ou O’Neill? Não. Estes três autores levaram a vida a sério e pela sua obra (parte dela irónica e satírica) intentaram mudar Portugal, Bocage afrancesando-o iluministicamente, Eça europeizando-o e O’Neill criticando-o para o “normalizar” (no sentido que este conceito tem em Eduardo Lourenço: tornar Portugal um país igual aos outros). A ironia de Onésimo, diferentemente, possui um carácter ético e aproxima-se da de algumas personagens de Gil Vicente: trata-se da ironia estóico-epicurista de quem não se leva excessivamente a sério, de quem possui a lucidez de saber que difícil é já mudar-se a si próprio quanto mais endireitar uma comunidade torta há quatrocentos anos; ao fim e ao cabo, consiste na ironia filosófica de quem sabe que tudo está mal porque tudo está bem e tudo está bem porque tudo está mal, aceitando como “natural” as imperfeições humanas e as suas consequências. Não é, valha a verdade, a ironia dominante nos escritores portugueses – que sempre têm praticado uma ironia “séria”, chamemos-lhe assim -, mas a dos filósofos, de Sócrates a Kierkegaard passando por Montaigne e Pascal (este com uma componente trágica). Porém, não é impunemente que se escrevem crónicas e contos com a carga pesada sobre os ombros de um curso e um doutoramento em Filosofia, como é ilustrado pelos inúmeros exemplos das crónicas “O Europeu em trinta dias”, “A dupla vilania” e seguintes.
 

Assim, em síntese: léxico comum, de tom realista e horizonte cultural, atravessado de uma dimensão irónica (que desdramatiza situações) – eis o estilo deste novo livro de Onésimo . Mas não é Onésimo, ele próprio, assim mesmo: um homem comum, realista, carregado de cultura e sempre a contar “estórias” exemplares, a maioria irónicas?

Dividido em cinco partes (Portugal, Açores, Portugal – América, América e Autor), o livro ora editado pelo Clube do Autor constitui um perfeito retrato do estilo e da mundividência literária e jornalística do autor. Onésimo é, simultaneamente, açoriano, português, europeu e americano, tendo recebido forte influência de quatro diferentes padrões culturais, mentalidades sociais e mundividências éticas, nenhum rejeitando e todos integrando, porventura privilegiando maximamente os padrões açoriano e americano. Desde 1975 que, contra o tragidismo e a lamúria nacionais, Onésimo dá voz a esta doce divisão mental, esta bem conseguida separação-união entre as duas partes mais importantes da sua existência através de crónicas sérias e irónicas, contos e peças de teatro. Do mesmo modo, como se torna bem patente pela leitura deste livro, Onésimo dissolve os limites estéticos entre crónica e conto. Com efeito, segundo um horizonte de fundo realista, as crónicas (narrando uma pequena estória humorada) poderiam converter-se em contos e estes, simplificados, em crónicas ficcionadas. Porventura, a melhor designação para a sua prática literária de conto-crónica ou crónica-conto seria a de “estória”, termo, aliás, que o autor usa na apresentação do seu livro de contos «Sapa»teia Americana, de 1983. Antes, em 1975, na apresentação no seu primeiro livro de crónicas (e contos), Da Vida Quotidiana na L(Usa)lândia , Onésimo, sempre animado por um fundo realista, advertira ser inseparável a literatura e a vida concreta, existencial, quotidiana. É justamente o que o leitor experimentará lendo o livro que ora tem entre as mãos: assistirá a episódios da vida quotidiana transformados em pequenos contos-crónicas, atravessados sempre pelo sal do humor e da ironia. Do mesmo modo, João de Melo, prefaciador de «Sapa»teia Americana, sintetiza muito lucidamente o teor das crónicas-contos de Onésimo como “o intenso, o profundo e mais autêntico repositório literário da vida, do pensar e do ser dos açorianos da América de hoje, sendo eles, ainda e sempre, os homens da Ilha” . Esta vinculação umbilical à realidade vivida por parte de Onésimo-autor de ficção encontra continuação e comprovação, 12 anos após a publicação do primeiro livro sobre a “L(Usa)lândia”, quando refere, em A L(Usa)lândia. A Décima Ilha, de 1987, que os seus textos imediatos, escritos para serem publicados em jornais, são “sobretudo textos críticos e de intervenção em que se recorre por vezes a efeitos literários para obter mais eficaz actuação sobre o leitor” . É justamente neste sentido que, sem esforço, espontaneamente, uma crónica de Onésimo poder ser lida como um conto e um conto como uma crónica. Faça a experiência, caro leitor, e de certeza chegará a esta conclusão. E não se esqueça do que o autor referiu, “textos críticos e de intervenção”, ou seja, sobre o fundo da ironia espreita sempre a denúncia de aleijões ou perversões sociais.

Dando expressão à divisão dos capítulos deste livro, o autor, nos seus textos de ficção, recria, de um modo realisticamente admirável, a vivência quotidiana americana dos açorianos, abrindo lugar à consciencialização da existência de uma nova cultura de raiz açoriana fortemente enformada pelo estilo de vida americano, que designou, no seu habitual estilo irónico, em 1983, por “L(Usa)” e, em 1987, por a “Décima Ilha”, neste último caso jogando com o mito nascido de uma vaga lenda açoriana, de que Vitorino Nemésio faz eco em Mau Tempo no Canal, da existência de uma outra ilha do arquipélago, a “décima”, reino de avantajada prosperidade e felicidade. Neste último volume de “L(USA)lândia”, Onésimo elucida ironicamente na primeira página: “A (L(Usa)lândia é uma porção de Portugal rodeada de América por todos os lados”. Assim, a “L(Usa)lândia” constitui-se como a “ilha” onde decorrem os contos da nova “sapateia” – “sapateia”, não já açoriana, mas americana. Nestes contos nasce um novo “herói” da literatura portuguesa: o “herói” açoriano, não já o baleeiro épico-popular de Vitorino Nemésio e Dias de Melo, mas o emigrante que “mourejando, ocupando os lugares mais baixos da escala social” , se vai lentamente integrando, acumulando algum capital, possuindo os Açores no coração e a América no raciocínio, consciencializando lucidamente que os seus filhos não se adaptariam já à rotina de vida genuinamente açoriana. É este o novo “herói” da ficção onesimiana, um herói anónimo, que o autor retrata nos seus contos-crónicas e em peças de teatro, como, por exemplo, Ah! Mònim dum Corisco , de 1991.

Assim, no que à ficção diz respeito, a singularidade da escrita de Onésimo face à totalidade da literatura portuguesa contemporânea, reside, para além do seu estilo concentradamente irónico, com paralelo apenas na ficção de Mário de Carvalho e Rui Zink, na descrição crítica e satírica da realidade social criada e designada pelo autor como “L(USA)lândia”, domínio literário açoriano-americano.

É, porém, necessário aprofundarmos o estatuto cultural da crónica e da ficção em Onésimo, já que ela possui uma singularidade portuguesa muito, muito específica. Constituem-se ambas como a outra face (ridente e optimista) do pensador rigoroso e escrupuloso nas teses defendidas e citações feitas.

Com efeito, todos os pensadores importantes são homens dualmente divididos, quando não pluralmente divididos. Faz parte da sua natureza mental afirmar e duvidar do afirmado, criar o novo e admirar o antigo, separando em conflitualidade o passado do presente, romper consensos e depois reinventá-los. Por isso, a condição de pensador é habitualmente trágica, que é o elemento próprio da divisão dual. Porém, paradoxalmente, Onésimo, exprimindo um novo e democrático espírito do arquipélago, faz da ironia humorística a impensável ponte entre as duas margens da natureza trágica, cujo conteúdo, no seu caso, se constitui como a ponte entre as duas margens de dois mundos geográficos (Europa – América), culturais (cultura açoriana e continental da década de 60 e cosmopolitismo universal americano a partir da década de 70) e teoréticos (filosofia e literatura portuguesas e filosofia da linguagem neo-pragmática anglo-saxónica) em que se divide a sua existência.

De facto, constata-se, pelo conteúdo da sua obra, que a divisão dos capítulos deste livro evidencia com muita clareza, ser Onésimo um homem dividido, do ponto de vista sentimental, entre a América da sua realização e o Portugal da sua formação, o laicismo profano e festivo da sua escrita e a memória do absoluto anteriano e enesiano da sua sensibilidade juvenil, entre o lastro da cultura portuguesa melancólica, séria, protocolar e preconceituosa, e o pragmatismo e igualitarismo americanos, e, do ponto de vista racional, entre a escrita académica dos seus trabalhos e a escrita jornalística por que intervém socialmente no presente da História; mas também, a um nível mais profundo, entre o projecto modernista iluminista europeu, de que defende a necessidade da sua definitiva consumação, e a concretização perversa deste pelo poderio imperial americano. Numa palavra, entre uma escrita intemporal, de terceira pessoa, teorética, racional, escrupulosamente rigorosa, e uma escrita sensível e sentimental, evidenciando uma prática existencial e testemunhante, esta dificilmente reduzida a elementos de sintaxe universal e abstracta do pensamento.

Se houve dois distintos Anteros (no lúcido dizer de António Sérgio e Joaquim de Carvalho), se Nemésio matou a filosofia crítica para fazer literatura (no significativo dizer de Tomás da Rosa) e se José Enes, mestre de Onésimo, matou a literatura no ano de 1964 para se dedicar à filosofia, todos ostentando um espírito trágico dual, Onésimo supera idêntico vazio existencial e ontológico através da ironia, não eliminando nenhuma das “margens” (a filosofia e a literatura), com ambas convivendo sem drama. A ironia, o motejo, a zombaria, o remoque, de que polvilha as suas crónicas, servem-lhe saudável e estilisticamente como ponte entre os dois mundos geográficos, culturais e teoréticos, isto é, o académico e o profano, o americano e o açoriano-português, o mundo nefelibata dos congressos de especialistas e o mundo temporalizado das redacções de jornais. Trágico Antero (na sábia visão de Eduardo Lourenço), trágico Teófilo Braga, sistematizador do absoluto em forma de filosofia positivista, trágico Nemésio em Mau Tempo no Canal, condenando Margarida à insignificância existencial, trágico Enes, corrector de um mundo tomista ontologicamente dual (o sensível e o intelectual, que pelo intuito intenta unificar); Onésimo, em compensação, quebrando a eterna mensagem trágico-melancólica por que os Açores se têm integrado no todo da cultura portuguesa, ostenta essencialmente uma postura irónica de cariz contextualista na reflexão e pragmatista na acção. Por isso, à obra de Onésimo escapa-lhe o estilo e o comportamento trágico como apropriação da realidade em ordem a um absoluto (Deus, Verdade, Bem, Belo, Ser…), substituindo-os pelo estilo irónico, mecanismo mental que multiplica a realidade em níveis hierárquicos, cada um com o seu estatuto, as suas regras, os seus fins – posição filosófica de Onésimo. O trágico exige o Tudo ou o Todo; o irónico sujeita-se à Parte, ao Grau. O trágico pensa-se em termos de destino, de Obra, de perfeição; o irónico em termos de vida existencial, sabendo-lhe toda a obra a imperfeição, porque temporalmente enraizada. O trágico pensa a História como um bloco uno; o irónico compara momentos da História, civilizações, a sua atitude é sempre comparatista, mesmo quando emite juízos meta-históricos – posição de Onésimo. Rápido, o trágico desdobra-se em fatalismo, determinismo, crença cega em uma transcendência (Deus, a Razão, a História, o Progresso, a Classe Operária…). Em Onésimo, afastado o elemento trágico, reina uma ironia natural que raramente se transcende em sátira intencional e muito menos em jocosidade (a sátira é, não raro, o malévolo da ironia, e o jocoso a sua graçola ingénua). Diferentemente, enquanto ponte entre os dois mundos de Onésimo, a ironia transfigura-se num humor benévolo, um humor que, relativizando os graus de realidade, erigindo o pragmatismo em conduta, promotor da concórdia, empurra pacificamente o mundo para a frente.

Não existe melhor exemplo da ironia como postura sentimental e racional de Onésimo que o remate da história narrada na crónica “Eu, Kofi Anão”: “ O David, por exemplo, ia para uma reunião pró-Israel. A Sahida ia também a outra. Pró-Árabe. Nenhum deles tinha carro. Dei boleia aos dois” (Livro-me do Desassossego. Dia-crónicas, p. 45).

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Do Autor MIGUEL REAL, escreveram:

1.Bárbara Guimarães, in Páginas Soltas.

Ensaísta, romancista, dramaturgo, Miguel Real transporta sempre os seus leitores para o coração de ideias, actos, obras e dilemas que determinaram a vida dos homens e das sociedades, e que são, ao fim e ao cabo, os que moldaram de alguma forma a nossa própria sociedade, tal como a conhecemos.»

2.Fernando Venâncio in revista Actual, em setembro de 2004

«Miguel Real sabe reconstituir ambientes, com o sumo mérito de nunca deixar a sua, evidente, erudição sobrepor-se a uma história que tem de ser daquele indivíduo»

Fonte: Read more: http://www.portaldaliteratura.com/autores.php?autor=466#ixzz1TbKh0at5

por: Lélia Pereira Nunes e Irene Maria Blayer

Is humanity being diluted?



EDMOND — Humanized animals have been a staple of science fiction at least since 1896 when H.G. Wells wrote his classic “The Island of Dr. Moreau.”

You remember the story. A shipwreck victim finds himself marooned on an island where Dr. Moreau conducts experiments aimed at transforming animals into human beings. While he succeeds in blurring the lines between humans and nonhumans, his experiments end in failure, death and destruction.

In 1958, “The Fly” fascinated American moviegoers with a tale of a scientist who accidentally crosses his “atoms” with those of a fly. Who didn’t cringe when the tiny fly with a human head was caught in a web as a carnivorous spider closed in? Science had obviously gone too far.

Ten years later, in “Planet of the Apes,” Charlton Heston plays an American astronaut who crashes onto a bizarre planet where apes are the dominant civilized life form. Humans, the more primitive species, must either be domesticated or exterminated as pests. Heston realizes, in the end, that this upside-down world is actually Earth after humankind destroyed its own civilization, opening the door to the rise of simian dominance. Presumably, scientific hubris is the culprit.

Next month, the prequel to “Planet of the Apes” will be released. We will learn that man’s downfall began when scientists integrated human traits into a chimpanzee in order to produce a cure for disease plaguing mankind. Again, philanthropic scientific impulse has gone wrong.

As pure entertainment, these great stories provided chills and thrills to the moviegoing public. On a deeper level, they warned of the dangers of using science in ways that might confuse the question of who is human and who is not. The possibility for such confusion sounded far-fetched — until recently.

Not long ago, LiveScience.com published a story under the headline: “Humanized Mice to Aid Drug Testing.” According to this article, researchers at MIT developed a race of mice with livers composed largely of human cells. Researcher Alice Chen states it won’t be long before science is able to mass-produce and distribute humanized mice, allowing industrial and academic scientists to use them for research.

Digging deeper into the story, one discovers that some U.S. researchers are currently working to create mice with human brain cells. Researchers in Scotland are doing the same with rats. Chinese scientists have already introduced human stem cells into goat fetuses. Apparently, human imagination is the only limitation on where these experiments might lead.

As these stories begin to appear in the popular media, The U.K. Academy of Medical Sciences released a report last week calling for controls on the development of ACHMs — animals containing human material. (That’s right. These humanized animals already have their own acronym). Amazingly, there are currently no meaningful controls on who can create these critters and how far they can go.

The British committee releasing the report suggested that limits on development of ACHMs be drawn on the following lines: No. 1, There should be a ban on animals that have human eggs or sperm cells that might mate to create animal-human hybrids; No. 2, There should never be nonhuman primates with enough functioning brain cells to exhibit “humanlike” behavior; No. 3, Embryos containing a mix of human and nonhuman primate cells should not be allowed to develop more than 14 days; No. 4, ACHMs should not be allowed to develop human skin or facial features and should not be engineered in ways that might enable them to talk. These guidelines will, no doubt, allow us all to rest easier.

But what about the other side of the coin? What about the tendency of people to become more like animals? Every day we see examples of people who believe the human form as nature designed it is unsatisfactory. Look at the proliferation of outlandish tattoos and extensive body piercings. Look at the animal-like implants and modifications that can be applied by willing plastic surgeons. In some quarters of western culture, permanent resemblance to an exotic animal has become “positively chic.”

No doubt resourceful entrepreneurs are already dreaming of ways to genetically graft mouse ears and tiger tails onto human beings. Imagine the advertising. Why settle for a mere tattoo when you can have fur, scales or feathers? Why settle for mere body piercing when you can have implanted horns or claws?

The ostensible reason for this ACHM research is said to advance the cause of human health. But the human appetite for the frivolous is boundless. Maybe it’s not the humanized animals we should be worrying about. Maybe we ought to be more concerned about the rise of animalized humans. I’m Hink and I’ll see ya.


MIKE HINKLE is an Edmond resident and retired attorney.

FONTE: http://www.edmondsun.com/  

terça-feira, julho 26, 2011

Apreenda as diferenças entre psicologia, psiquiatria e psicanálise

Portal Educação - Medicina

A mente humana é complexa demais, sofre alterações genéticas, temperamentais e ainda traumas que podem causar graves sequelas. Com o objetivo de facilitar a vida que se desenvolveu a ciência, ela é uma fonte rica e inesgotável de conhecimento e estudos que tem capacidade de curar e entender como funciona nosso comportamento. E com o foco da mente existem os três “psis” que vem contribuir com essa análise.

Segundo Denise Marcon, psicóloga, tutora do Portal Educação, é muito importante conhecermos qual a diferença real entre estas três ciências. “Temos que levar em consideração que a psicologia, psiquiatria e psicanálise, cada uma em seu espaço, tem um ponto em comum, que é proporcionar uma boa saúde mental para os indivíduos”, explica.

Cada uma possui suas particularidades, históricos bem diferentes e métodos teóricos e trabalho individuais. Além do mais existe mais uma ciência que também objetiva estudar a mente, porém não vamos citar aqui, que é a neurociência.

Quem explica as diferenças é Lenilson Ferreira, psicanalista, que falou sobre o assunto com a Livraria da Folha. Em resumo, a Psicologia, é a ciência do comportamento humano e busca adequá-lo a uma normalidade. Trabalha exatamente na parte consciente da mente humana e tem como premissa “vender a felicidade”.

Já a Psicanálise, é o estudo do inconsciente, ou seja, da parte da mente humana da qual não temos conhecimento direto. Ela vem ajudar a entender certas coisas, como sentimentos e o porquê de fazermos certas coisas. As respostas geralmente podem ser encontradas em nosso inconsciente e a Psicanálise nós dá as técnicas de acesso a ele. É por causa disso que há quem diga que a Psicanálise “vende a verdade”.

A Psiquiatra é a única dentre as três que habilita seu profissional a prescrever medicamentos, os chamados psicofármacos, assim contribuindo no tratamento dos sintomas apresentados. Nota-se ainda, que psiquiatras, buscam conhecimentos de Psicanálise, trazendo mais benefícios aos pacientes.

Leia mais em: Portal Educação - Medicina

Greenpeace Erfolg: Puma führt im Rennen um giftfreie Produktion bei Sportbekleidung


Adidas und Nike müssen nachlegen

Peking (ots) - 26. 7. 2011 - Puma liegt im Wettkampf für eine Produktion ohne Umweltverschmutzung vorn. Laut eigenen Angaben will der drittgrößte Sportartikelhersteller der Welt auf alle gefährlichen Chemikalien bis 2020 verzichten. Dieses soll über den gesamten Lebenszyklus seiner Produkte und innerhalb der ganzen Lieferkette gelten. Das ist ein erster Erfolg der Greenpeace-Kampagne "Detox - Schmutzige Wäsche", die vor zwei Wochen gestartet ist. Puma ist damit die erste Sportmarke, die sich öffentlich zu einer giftfreien Zukunft bekennt. Greenpeace fordert jetzt Puma, Nike und Adidas auf, transparent zu machen, welche Chemikalien bei der Herstellung ihrer Produkte ins Wasser gelangen.

"Puma zeigt der Branche wo es lang geht auf dem Weg in eine giftfreie Zukunft. Adidas und Nike müssen jetzt einen Gang höher schalten. Die Topmarken für Sportmode sollten auch Champions im Umweltschutz sein.", sagt Manfred Santen, Chemieexperte bei Greenpeace. "Bisher haben die Markenhersteller keine umfassenden Kenntnisse, welche Chemikalien von ihren Lieferanten in China eingesetzt werden."

Die Ankündigung von Puma kommt nur zwei Wochen, nachdem Greenpeace den Report "Schmutzige Wäsche" veröffentlicht hat. Ein Jahr lang hat Greenpeace die Einleitungen von zwei chinesischen Textil-Fabriken in die Flussdeltas von Jangtse und Pearl-River untersucht. Im Abwasser der Produktionsstätten fanden sich viele gefährliche und langlebige Chemikalien, darunter auch welche, die das Hormonsystem schädigen können. Laut Greenpeace-Recherchen produzieren die Unternehmen, denen diese Fabriken gehören, für eine Vielzahl großer Sport- und Lifestyle-Marken, darunter Nike, Adidas und Puma. Die Greenpeace-Tests geben einen Einblick in die Wasserverschmutzung durch die Textilindustrie überall auf der Welt, die weitreichenden Probleme für Menschen und Umwelt mit sich bringt.

Textilbranche steht vor Paradigmenwechsel

Die Verpflichtung von Puma bedeutet einen elementaren Umbruch für die Textilbranche: ein vorsorgeorientierter Ansatz beim Umgang mit Chemikalien sowie ein klarer Zeitpunkt, bis wann auf alle gefährliche Chemikalien verzichtet werden soll. Bisher gelangen vor allem bei den sogenannten Nass-Prozessen wie Färben, Bleichen, Waschen, Bedrucken und Veredeln von Textilien große Mengen an schädlichen Chemikalien in die Umwelt. Pumas Erklärung gilt für alle gefährlichen Chemikalien in der gesamten Lieferkette und für den kompletten Lebenszyklus der Produkt. Innerhalb der kommenden zwei Monate will die Sportmarke einen Aktionsplan vorlegen.

Achtung Redaktionen: Rückfragen bitte an Manfred Santen, Tel: 040-30618 255, mobil: 0151-18053 387 oder Pressesprecher Björn Jettka unter Tel. 0171-8780 778. Das Kampagnen-Video finden Sie hier: http://gpurl.de/WVmJY Internet: http://www.greenpeace.org/detox

Judô: Sogipa terá três representantes no Mundial de Paris


Felipe Kitadai, Maria Portela e Mayra Aguiar. Estes serão os três atletas que irão representar a equipe Oi/Sogipa de judô no Campeonato Mundial de Paris, na França, entre os dias 23 e 28 de agosto. A Confederação Brasileira de Judô divulgou a lista dos convocados nesta terça-feira. Ao todo, serão 19 atletas brasileiros no torneio.

“Ano passado foi por pouco, bati na trave. Este ano eu só busco o ouro”, busca a atual vice-campeã do mundo Mayra Aguiar.

A judoca será cabeça de chave este ano, porém, não considera isto uma vantagem.

“Nem sempre ser cabeça de chave facilita. É um pouco confuso. Às vezes tu acabas pegando um adversário forte mesmo assim. Não dá para vacilar”, avalia.

“Nossos atletas estão em condições de obterem um excelente resultado. Estão focados e preparados para este grande evento”, afirmou o técnico da equipe Oi/Sogipa Antônio Carlos Pereira, o Kiko.

Além dos três sogipanos representarão o Brasil: Sarah Menezes (48kg), Erika Miranda (52kg), Rafaela Silva e Ketleyn Quadros (57kg), Mariana Silva (63kg), Maria Suelen Altheman (+78kg), Leandro Cunha (66kg), Bruno Mendonça (73kg), Leandro Guilheiro e Flavio Canto (81kg), Tiago Camilo e Hugo Pessanha (90kg), Luciano Correa e Leonardo Leite (100kg), Daniel Hernandes e Rafael Silva (+100kg).

Além de Mayra, Sarah Menezes, Erika Miranda, Rafaela Silva, Mayra Aguiar, Leandro Cunha, Leandro Guilheiro, Tiago Camilo e Hugo Pessanha também serão cabeças de chave na França.

A seleção brasileira de judô embarca para a Europa no dia 13 de agosto e fica em treinamento nos arredores de Paris até o dia 21, quando segue para a capital francesa. No dia 22 de agosto acontece o sorteio das chaves. Kitadai luta no dia 23. No dia 24 luta Portela. Mayra é a última sogipana a pisar no tatame, no dia 26.

Na Baixa da Banheira - Moita Mostra bibliográfica de Matilde Rosa Araújo em exibição



Está em exibição, até 6 de Agosto, na Biblioteca Municipal da Baixa da Banheira, uma mostra bibliográfica de Matilde Rosa Araújo.

Matilde Rosa Araújo nasceu em Lisboa, em 1921, tendo concluído a sua licenciatura na Faculdade de Letras, da Universidade Clássica de Lisboa, em 1945. Foi professora do Ensino Técnico-Profissional e formadora de professores na Escola do Magistério Primário de Lisboa.

Foi autora de mais de 40 livros (contos e poesia para adultos) e de mais de duas dezenas de livros de contos e poesia para crianças. Dedicou-se à defesa dos direitos das crianças, através da publicação de livros e de intervenções em organismos com actividade nesta área, como a UNICEF em Portugal.

Em 1980, recebeu o Grande Prémio de Literatura para Crianças, da Fundação Calouste Gulbenkian, e o prémio para o Melhor Livro Infantil, pela mesma fundação, em 1996, pelo seu trabalho Fadas Verdes (livro de poesia de 1994). Matilde Rosa Araújo recebeu o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e, em Maio de 2004, foi distinguida com o Prémio Carreira, da Sociedade Portuguesa de Autores.

Esta mostra pode ser visitada de terça-feira a sábado, das 10:00h às 12:30h e das 14:00h às 18:30h, e à quarta-feira, até às 20:30h.

FONTE: http://www.rostos.pt/
IMAGEM: http://pessoacomtodos.blogspot.com/

Fantasma da Europa ronda o Brasil. É a extrema direita


Há 60 anos, os filósofos Theodor Adorno e Max Horkheimer forneceram uma das mais instigantes leituras do nazismo, do fascismo e de sua lógica de segregação. Consistia em mostrar como estávamos, na verdade, diante de um tipo de patologia social.

Isso não significava dizer que os fascistas seriam “monstros patológicos”, “perversos” e coisas do gênero. É alentador acreditar que apenas monstros são capazes de produzir monstruosidades.

Tratava-se, na verdade, de mostrar como o fascismo conseguira se colocar como um modelo de forma de vida. No caso, uma forma de vida constituída através da transformação de comportamentos patológicos em norma social, de temáticas que normalmente aparecem em delírios paranoicos no conteúdo de discursos políticos tacitamente aceitos.



Lembrar isso, após o massacre em que um norueguês islamófobo, cristão conservador e simpatizante de partidos de extrema-direita matou dezenas de jovens do Partido Trabalhista, é só uma forma de insistir como alguns não aprendem nada com a história.

Tal como o direitista americano que, meses atrás, atirou contra uma deputada democrata em Tucson contrária a leis mais duras contra a imigração, o que temos aqui é simplesmente alguém que quer realizar tal forma de vida fascista com as próprias mãos.

Eles não querem esperar os partidos xenófobos ganharem para “eliminar” os imigrantes. Preferem passar ao ato, literalizando o discurso que ouvem todos os dias.

FONTE: http://www.planetaosasco.com/
O Conversa Afiada reproduz trechos do artigo de Vladimir Safatle na pág. A2 da Folha (*):