Paulo Leminski
Eu
quando olho nos olhos
sei quando uma pessoa
está por dentro
ou está por fora
quem está por fora
não segura
um olhar que demora
de dentro de meu centro
este poema me olha.
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Paulo Leminski Filho (Curitiba, 24 de agosto de 1944 - Curitiba, 7 de junho de 1989). Poeta e escritor brasileiro. Filho de Paulo Leminski e Áurea Pereira Mendes Leminski. Além de poeta, tornou-se tradutor, professor e, pode parecer inusitado, mas ele também era faixa-preta de judô.
Biografia
1944- 1970
Mestiço de pai polaco com mãe negra, sempre chamou a atenção por sua intelectualidade, cultura e genialidade. Estava sempre à beira de uma explosão e assim produziu muito: é dono de uma extensa e relevante obra. Desde muito cedo, Leminski inventou um jeito próprio de escrever poesia, preferindo poemas breves, muitas vezes fazendo haicais (poema japonês de três versos), trocadilhos, ou brincando com ditados populares.
Em 1958, aos 14 anos, foi para o mosteiro São Bento em São Paulo e lá ficou o ano inteiro.
Participa do I Congresso Brasileiro de Poesia de Vanguarda em Belo Horizonte-MG onde conhece Haroldo de Campos, amigo e parceiros em várias obras. Leminski casou-se, aos 17 anos, com a desenhista e artista plástica Neiva Maria de Souza (da qual se separou em 1968).
Estreou em 1964 com cinco poemas na revista Invenção, dirigida por Décio Pignatari, em São Paulo, porta-voz da poesia concreta paulista. Paulo Leminski se torna em 1965, professor de História e de Redação em cursos pré-vestibulares e também era professor de judô. Classificado em 1966 em primeiro lugar no II Concurso Popular de Poesia Moderna, promovido pelo jornal O Estado do Paraná.
Casou-se em 1968 com á também poeta Alice Ruiz, com quem ficou casado 20 anos, Algum tempo depois de começarem a namorar, Leminski e Alice foram morar com a primeira mulher do poeta e seu namorado, em uma espécie de comunidade hippie. Ficaram lá por mais de um ano e só saíram com a chegada da primeira de três filhos: Estrela. Eles depois tiveram mais uma menina, Áurea ( homenagem a sua mãe) e um menino, Miguel, que morreu com 10 anos vítima de um tumor cerebral.
De 1969 á 1970 decide morar no Rio de Janeiro, onde retorna á Curitiba para se tornar diretor de criação redator de publicidade.
Dentre suas atividades criou habilidade de letrista e musico sua primeira letra foi Verdura em 1981 cantada por Caetano Veloso no disco OUTRAS PALAVRAS A própria bossa nova resulta, em partes iguais, da evolução "normal" da MPB e do acidente feliz de ter o modernismo criado uma linguagem poética capaz de se associar, com suas letras mais maleáveis e enganadoramente ingênuas, às tendências de então da música popular internacional. A jovem guarda e o tropicalismo, à sua maneira, atualizariam esse processo ao operar com outras correntes musicais e poéticas. Leminski fez parte da geração de “poetas marginais” que, nos anos de 1970 publicava em revistas alternativas.
1970-1989
Na década de 70, teve poemas e textos publicados em diversas revistas de sua cidade natal - como Corpo Estranho, Muda Código, Raposa Em 1975 - e lançou o seu ousado Catatau, que denominou "prosa experimental", em edição particular. Além de poeta e prosista, Leminski era também tradutor (traduziu para o espanhol e o inglês alguns trechos de sua obra Catatau, o qual foi traduzido na íntegra para o espanhol).
Na poesia de Paulo Leminski, por exemplo, a influência da MPB é tão clara que o poeta paranaense só poderia mesmo tê-la reconhecido escrevendo belas letras de música, como "Verdura":
De repente me lembro do verde
Da cor verde a mais verde que existe
a cor mais alegre, a cor mais triste
verde que veste, verde que vestiste
o dia em que te vi
o dia em que me viste
De repente vendi meu filho
pra uma família americana
eles tem carro, eles tem grana
eles tem casa e a grana é bacana
só assim eles podem voltar
e pegar um sol em Copacabana
pegar um sol em Copacabana...
Músico e letrista Leminski fez parcerias com Caetano Veloso e o grupo A Cor do Som entre 1970/1989.Teve influência da poesia de Augusto de Campos, Décio Pignatari, Haroldo de Campos, convivência com Régis Bonvicino, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Moraes Moreira, Itamar Assumpção, José Miguel Wisnik, Arnaldo Antunes, Wally Salomão, Antônio Cícero, Antonio Risério, Julio Plaza, Reinaldo Jardim, Regina Silveira, Helena Kolody, Turiba.
A Cor do Som - Mudança De Estação
Gente bonita ta me vindo
A atenção
De lhes mostrar
Mudança de estação
O rio ta raso
Estrela fraca, sem razão
Vai ver, vai ver
É mudança de estação
Vai ver, vai
É noite de São João
Eu quis saber aonde fica
O Coração
E acabei com uma
Estranha sensação
Vai ver, va ver
É Mudança de estação
Vai ver, vai
É Noite de São João
Gente bonita olha só
Quem vem chegando
Alguém sorrindo
Alguém chorando
E a multidão
Vai ver, vai ver,
É Mudança de estação
Vai ver, vai
É Noite de São João
Vai ver.
A música estava ligada as obras de Paulo Leminski, uma de suas paixões, suas parceiras inesquecíveis proporcionou uma discografia rica e variada.
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