sexta-feira, julho 31, 2009

La poesía en peligro


La poesía en peligro

Se ha organizado una plataforma para impedir que Ancha del Carmen desaparezca.
Paco Huelva
Queridos compas, en Málaga andan en pie de guerra por una causa justa. La colección de poesía Ancha del Carmen, dirigida por Pepe García ha sido barrida del planeta. Coartada: el mardito parné. Se ha organizado una plataforma para impedir que Ancha del Carmen desaparezca. La poesía es la primera en caer en todas las batallas. Me gusta lo de "no disparen al pianista", pero hoy disparan contra el poeta. No tenemos nada, salvo el rimbombante nombre de nuestros muertos. A los políticos se les llena la boca, en los prólogos a cosas institucionales, en las entrevistas, en los discursos, en los mítines... de mencionar a Machado, a JRJ, A Lorca, a Cernuda... pero en cuanto disponen de una bala o falta una silla en el comedor, o les falta un euro en el presupuesto pummmmm, disparan contra el poeta vivo: esa gente ilusa e incómoda, tan mirasabidillos, y no sé cuántas cosas más.

Nada, que os suméis a la recogida de firmas: hoy disparan contra Ancha, mañana podrás ser tú.
FONTE (foto incluída): IberArte - Madrid,Spain

Diretor Peter Zadek morre aos 83 anos


Cultura 30.07.2009
Diretor Peter Zadek morre aos 83 anos

Amado por uns, odiado por outros, ele foi um dos mais importantes representantes do teatro alemão contemporâneo. Apelidado "grande mágico" e "anarquista", Zadek tinha em Shakespeare, Tchekov e Ibsen seu "triunvirato".

O diretor teatral alemão Peter Zadek faleceu na madrugada desta quinta-feira (30/07) numa clínica de Hamburgo, aos 83 anos de idade, após longa enfermidade. Ele foi um dos mais importantes diretores do idioma alemão. Sua última montagem, Major Barbara, de George Bernhard Shaw, estreara em fevereiro em Zurique.


Nascido em 19 de maio de 1926 em Berlim, sua família judaica emigrou para a Inglaterra em 1933, quando os nazistas ascenderam ao poder. Ele estudou em Oxford e se formou em Londres como diretor de teatro.
Em 1958 retornou à Alemanha. Entre numerosas outras atividades, foi diretor geral da Deutsches Schauspielhaus de Hamburgo de 1985 a 1989. Além disso, entre 1993 e 1995, codirigiu o Berliner Ensemble, teatro fundado por Bertolt Brecht em Berlim.
Zadek triunfou no Burgtheater de Viena com peças do russo Anton Tchekov, assim como com uma montagem de O mercador de Veneza de William Shakespeare. Amado por uns, odiado por outros, ele dizia identificar-se plenamente com a personagem de Shylock, "como judeu, como outsider e, é claro, sobretudo na Alemanha".

Tchekov, Henrik Ibsen e o dramaturgo elisabetano representavam o triunvirato de Zadek. Em 1999, ele surpreendeu a plateia do festival Wiener Festwochen como uma encenação de Hamlet na qual a atriz Angela Winkler desempenhava o papel-título.
O "grande mágico" e "anarquista", como alguns o chamaram, trabalhou com os mais importantes atores da Alemanha, Áustria e Suíça, entre os quais Gert Voss, Eva Mattes, Ulrich Tukur, Uwe Bohm e Ulrich Wildgruber. Em 1976, este último fez o papel de Otelo numa montagem da obra homônima de Shakespeare considerada pelo próprio Zadek "uma virada absoluta para o teatro alemão".
O homem de teatro trabalhou também no cinema e na televisão. No clímax da revolta estudantil na Europa, em 1968, rodou Ich bin ein Elefant, Madame (Sou um elefante, madame) e 14 anos mais tarde Die wilden Fünfziger (Os selvagens anos 50).
Cheio de planos

Mesmo octogenário, o diretor tinha numerosos planos, como a montagem de uma ópera em Viena. Dieter Dom, diretor do Teatro Nacional da Baviera, em Munique, lembra que apenas algumas semanas atrás ambos conversavam sobre um novo projeto comum. Quanto aos trabalhos de Zadek, Dom comentou: "Eles sempre me instigavam a uma postura crítica e ao mesmo tempo me fascinavam".
Ao fundar uma companhia independente com o colega Tom Stromberg, Como quiserem teria sido sua 20ª montagem de Shakespeare. Ser forçado a renunciar ao projeto em 2007, devido à doença, foi uma catástrofe para o velho criador. Stromberg recorda-se de ouvi-lo comentar: "Se não puder mais encenar, então prefiro morrer".
Segundo o superintendente do Wiener Festwochen e também diretor teatral Luc Bondy, Zadek considerava o teatro atual muito barulhento e, em parte, grosseiro demais. E comenta sobre o colega: "Ele era brutal e vulnerável. Na qualidade de judeu alemão, se desesperava com os alemães. Mas o idioma e a Alemanha eram a sua cultura".
AV/afp/dpaRevisão: Simone Lopes

FONTE (foto incluída): DW-World Brazil
FOTO: Zadek ao receber o Prêmio Nestroy, em 2001
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Mil e um Zés Celsos



Quinta, 30 de julho de 2009, 08h22
Mil e um Zés Celsos


Advogado, artista, diretor de teatro e de cinema, ator, músico e compositor. Este é José Celso Martinez Corrêa, mais conhecido como Zé Celso. Suas facetas podem ser conhecidas de 30 de julho a 6 de setembro no Itaú Cultural. "A Ocupação Zé Celso", nome da exposição, traz fotos e documentos inéditos acompanhando o artista da sua infância aos dias de hoje.

O evento é parte da série de mostras de curta temporada, programada pela instituição, sobre veteranos consagrados que servem de referência e influência às novas gerações de artistas que despontam nas artes visuais, no teatro e na literatura.


Centenas de fotos, 12 sets com cenários representativos de cada época, 33 monitores, sete projetores e até um quarto, chamado Paucucama, cujas projeções só poderão ser vistas por maiores de 18 anos.
Zé Celso nasceu em Araraquara em março de 1937. Mudou para a capitar e nos anos 1960 deu início ao seu trabalho com o grupo do Teatro Oficina. Sua produção é encarada por vezes como como orgiástico, dionisioaco e antropofágico, como menção ao movimento surgido durante a Semana de Arte Moderna de 1922.

O grupo liderado por Zé Celso era amador e foi formado quando ainda integrava a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Alguns de seus primeiros sucessos foram: Pequenos Burgueses, de Máximo Gorki; O Rei da Vela, de Oswald de Andrade e Na Selva das Cidades, de Bertolt Brecht. Sempre irreverente, Zé Celso ganhou todos os prêmios de melhor direção.
A pesquisa foi feita por Marcelo Drummond, Elaine Cesar e uma equipe do Teatro Oficina. Álbuns da família Martinez Correa e dele mesmo, arquivos na Unicamp e do Instituto Moreira Salles, gavetas no Oficina, testemunhos do próprio registrados nas centenas de entrevistas de todos os gêneros que já deu resultaram em uma compilação de informações como ninguém reuniu até hoje.

Todo este material pesquisado vai subsidiar, ainda, documentário sobre a vida do artista. Dirigido por Tadeu Jungle e Elaine Cesar, com realização do Itaú Cultural, será lançado em dezembro deste ano.
Foto: João Luiz de Castro
SERVIÇO


Ocupação Zé Celso
29 de julho, coquetel de abertura
De 30 de julho a 6 de setembro
De terça a sexta, das 10h às 21h
Sábs., doms. e feriados, das 10h às 19h


Entrada franca
Terra Magazine
FONTE (fotos incluída): Terra Magazine

Documentos de Fernando Pessoa são «tesouro nacional»


30-07-2009 - 19:56h
Documentos de Fernando Pessoa são «tesouro nacional»
Espólio do escritor não pode agora sair de Portugal

O Governo classificou, esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, o espólio documental de Fernando Pessoa, como «tesouro nacional», incluindo cartas, livros, fotografias e apontamentos do escritor.
O interesse nacional de todo o espólio de Fernando Pessoa foi aprovado, por decreto, em Conselho de Ministros.
Todos os documentos do escritor são considerados de «relevante interesse cultural, designadamente, histórico, linguístico, documental e social» e reflectem «valores de memória, autenticidade, originalidade, raridade, singularidade e exemplaridade», afirma o Conselho de Ministros, em comunicado, citado pela Lusa.
Maria Inês Cordeiro, sub-directora da Biblioteca Nacional, considera que este é «o mais elevado grau de classificação dentro do património nacional».
O processo de classificação do espólio foi iniciado em Outubro de 2008, pela Biblioteca Nacional, tendo sido esta quinta-feira concluído, através da aprovação do decreto. A partir deste momento está impossibilitada a saída de Portugal, de qualquer documento que pertença ao espólio documental de Fernando Pessoa.
Depositado sobretudo na Biblioteca Nacional, há igualmente documentos do escritor na Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, na Casa José Régio, em Vila do Conde, nas bibliotecas municipais do Porto e Ponta Delgada e na posse dos herdeiros.

FONTE (foto incluída0): Diário IOL

Ciclo de Palestras Filosofia e Cinema começa dia 13 de agosto


30/07/2009 21:58
Ciclo de Palestras Filosofia e Cinema começa dia 13 de agosto

MACAÉ [ ABN NEWS ] - Nesse ano da França no Brasil, Macaé se orgulha de estar na linha de ponta do pensamento contemporâneo, trazendo, através do Centro de Estudos Claudio Ulpiano (CCLULP), a segunda edição do Ciclo de Palestras intitulado “Filosofia e Cinema”, que tem por base o acervo de aulas deixado pelo pensador macaense Cláudio Ulpiano, responsável pela introdução do estudo da obra do grande filósofo francês Gilles Deleuze em nosso país e seu principal divulgador.

Em sua edição de 2009, o Ciclo de Palestras “Filosofia e Cinema” terá duas apresentações mensais, totalizando oito palestras e oito filmes, que terão início no dia 13 agosto. O local das apresentações será o auditório da Cidade Universitária da Secretaria Municipal de Educação, que fica na Rua Aluísio da Silva Gomes, 50, Granja dos Cavaleiros. A entrada é franca. Na última palestra, programada para o dia 26 de novembro, haverá entrega dos certificados aos participantes.

No ano passado, o CCLULP promoveu o Ciclo de Palestras "Filosofia e Cinema", em parceria com a Secretaria Executiva de Acervo e Patrimônio Histórico (Semaph), no Solar dos Mellos, onde uma vez por mês, com entrada gratuita, foi apresentado um conjunto de filmes e palestras ministradas por antigos alunos do filósofo macaense Cláudio Ulpiano. A sede do CCLULP, em Macaé, foi inaugurada no dia 19 de junho, na Rua Marechal Deodoro, 306, sala 101 do Edifício Aimée Borges Chaloub, no Centro. Os interessados em Filosofia e Arte podem fazer pesquisas, através do site http://www.claudioulpiano.org.br/.

Duas das importantes obras de Gilles Deleuze, “A imagem-movimento” e “A imagem-tempo”, intensamente trabalhadas por Ulpiano em suas aulas, são o tema da segunda edição do evento. - Ao falar de filosofia e cinema, estamos falando de movimento e de tempo, duas questões que atravessam a física, que atravessam a filosofia e atravessam a arte, mas que, sobretudo, atravessam a vida: a vida é essencialmente movimento e tempo. A invenção do cinema não foi simplesmente a aparição de uma nova arte. Mais do que isso, a criação de uma nova atitude humana, que é a causa, a base, a possibilidade dessa arte. Citando Bela Balázs: “Sob os nossos olhos, formou-se uma nova técnica de ver e de mostrar, uma técnica espiritual, de compreensão e de expressão, totalmente adequada a nós...”, disse a presidente do CCLULP, Silvia Ulpiano.

FONTE: ABN

UEPB - 2º Colóquio Internacional de Filosofia Antiga


UEPB - 2º Colóquio Internacional de Filosofia Antiga

31 de julho de 2009

Universidade Estadual da Paraíba - Entre os dias 11 e 14 de agosto, Campina Grande sediará o 2º Colóquio Internacional de Filosofia Antiga na Paraíba, que neste ano abordará o tema “Sócrates e a Paidéia”. Um dos propósitos do evento é contribuir com as discussões sobre o retorno da Filosofia no Ensino Médio brasileiro.
O Colóquio será promovido através de uma parceria entre o Núcleo de Estudos Platônicos e Antigüidade do Curso de Filosofia da Universidade Estadual da Paraíba, Programa de Pós-graduação em Filosofia da Universidade Federal da Paraíba e Área de Filosofia da Unidade Acadêmica de Ciências Sociais da Universidade Federal de Campina Grande.
Toda a programação acontecerá no Centro de Extensão da UFCG, em Bodocongó. As sessões de comunicações serão realizadas entre os dias 12 e 14 de agosto, das 10 às 12 horas; os mini-cursos entre as 14 e 16 horas e as sessões de mesas redondas “Sócrates e as Leis”, “Helenismo” e “Neoplatonismo”, das 16h15 às 18 h.
Participarão como conferencistas os professores Rachel Gazolla de Andrade (PUC/SP), José Gabriel Trindade Santos (UFPB), Hector Rodriguez Benoi (UNICAMP), Gabriele Cornelli (UNB), Luiz Fallas (San José / Costa Rica), Hugo Renato Ochoa (PUC Valparaíso / Chile), Ricardo Espinoza (PUC Valparaíso / Chile) e Enrique Muñoz (Univ. Playa Ancha / Chile).
Realizado a cada dois anos, o Colóquio visa aprofundar e consolidar os estudos de Filosofia Antiga no Nordeste brasileiro, possibilitando aos pesquisadores de diversas universidades o contato e oportunidade de realizar intercâmbio entre pesquisadores de centros internacionais e brasileiros fora da região.
Outras informações através do site http://filosofiantiga2009.uepb.edu.br/

FONTE (imagem incluída): PlanetaUniversitário

quarta-feira, julho 29, 2009

João Derly está fora do Mundial de Judô


João Derly está fora do Mundial de Judô
Redação SRZD Esportes 23/07/2009 11:19

O judoca João Derly foi cortado do Campeonato Mundial, que será disputado entre os dias 26 e 30 de agosto, na cidade de Roterdã, na Holanda, devido a lesões nos músculos abdominal e adutor direito sofridas no último dia 7. O atleta estará se recuperando da lesão durante a competição, e acabou sendo cortado. Leandro Cunha é o substituto do bicampeão mundial na categoria meio-leve (até 66kg). João Derly ficará em tratamento no estado de São Paulo e só deverá retornar aos treinamentos em agosto, já em Porto Alegre. Ele só deverá competir oficialmente em outubro deste ano. Quem também não irá representar as cores do Brasil no Mundial é o judoca Flávio Canto (até 81kg), que perdeu a vaga após ser derrotado por Nacif Elias.

FONTE (foto incluída): SRZD

"Se a prosa não for poética não é literatura" - Arménio Vieira


"Se a prosa não for poética não é literatura" - Arménio Vieira
De Raul Malaquias Marques (LUSA) – há 5 dias
Lisboa, 24 Jul (Lusa) - Arménio Vieira declara-se essencialmente poeta, mesmo quando escreve em prosa. Tem a este respeito uma opinião expressa à agência Lusa com a firmeza de quem não admite contestação: "Se a prosa não for poética não é literatura"
Não se limita a afirmá-lo - aponta exemplos, cita "O principezinho", de Saint-Exupéry, "Alice no país das maravilhas", de Lewis Carrol, sermões do Padre António Vieira. "Não acredito na prosa. Aquilo é inteiramente poesia".
Na sua própria produção literária em prosa - dois livros - aponta um título em que a poesia é a marca dominante: "O eleito do sol".
© 2009 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

apud: epa - european pressphoto agency - Lisboa, PT
http://www.google.com/hostednews/epa/article/ALeqM5jCogXtkaMK2q0tdG7xd5b4T4_gCA
FOTO (legenda): Prémio Camões: Arménio Vieira diz que talvez vá comprar a sua primeira bicicleta
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“Tenho habilidade para ficar calado”


24 Julho 2009 - 00h30
Livro da semana

“Tenho habilidade para ficar calado”

Mia Couto, pseudónimo de António Emílio – assim rebaptizado por um irmão menor incapaz de lhe reproduzir o nome próprio – terminou ontem em Lisboa uma digressão exaustiva para promover o novo romance, ‘Jesusalém’, onde tudo e todos também são rebaptizados.

"Este é um livro sobre a impossibilidade de viver um sonho por alternativa à realidade. Estas personagens fogem do seu passado para acabar perseguidas por ele, o que as impede de recomeçar. Mais do que fazer as pazes com a vida, trata-se de cortar com o passado e recomeçar em absoluto. Como se fosse possível apagar tudo e tudo recriar. Como um deus", explica.
Ao contrário da história e das personagens de ‘Jesusalém’, Mia, 54 anos, natural da Beira (Moçambique), tem uma relação privilegiada com os dias passados.

"Tive uma infância mágica, sem medos nem restrições, que me deixou, por um lado, a ilusão de que o espaço era infinito e era meu, por outro, o sentimento de emigração em relação a esse país onde fui feliz, de onde fui expulso e onde vivo até hoje a tentar voltar, nomeadamente, através deste livro. Mas, a mim, interessa reconstruir o passado e não apagá-lo-lo. De todo", recorda.
A oralidade é a marca do escritor e a reinvenção da palavra o seu cartão-de-visita: uma opção poética mais do que linguística. Tudo o mais é inventado.

"É tudo inventado, mas, depois de escrito, reconheço traços biográficos. Tal como o ‘Mwanito’ da história, tenho habilidade para ficar calado, para afinador de silêncios, e também tinha com o meu pai uma relação mais de silêncios do que de palavras", diz.

Mia Couto estreou-se em 1983 com poesia e, mais de 20 anos passados e outros tantos livros publicados, apresenta contas: "O que mudou foi uma certa ingenuidade. Não tinha apurada a habilidade da contenção que é a maior qualidade de um escritor... No momento, estou na fase do luto por estas personagens ou elas não me deixam partir para outras. E elas é que mandam!"

PESSOAL
O CAOS

"Escrevo de forma caótica. Muito e ao mesmo tempo. Há sempre uma obra central e outras, muitas outras que são só ideias, mas vão ser histórias, um dia, não sei quando."

A NOSTALGIA
"Só escrevo quando estou triste, mas é uma tristeza boa, uma fuga para a frente e uma ponte com o meu passado. Sempre presente."
A EXPOSIÇÃO
"O lado penoso da exposição é que nem eu sou, nem quero ser uma estrela nem tenho tempo para dar tempo. Gosto de relações próximas e pessoais."
Dina Gusmão

FONTE (foto incluída): Correio da Manhã - Lisboa,Lisboa,Portugal
http://www.correiomanha.pt/

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A black and white tale of 1960s apartheid


A black and white tale of 1960s apartheid


Friday July 24 2009
Book 14 -- The Late Bourgeois World, by Nadine Gordimer
The Irish Independent Lifetime Reads collection of 20 modern classics continues tomorrow with Book 14 -- The Late Bourgeois World by the great South African writer Nadine Gordimer.
The story is set in the early 1960s in South Africa, a country in which apartheid is still a strange and cherished normality for whites enforced by brutal state repression. But opposition is growing and not all whites can ignore the fact that there is something very wrong with the South African way of life. Like Liz Van Den Sandt.
Liz's ex-husband Max, an ineffectual rebel, has drowned himself. In prison for a failed act of violence against the government, he had betrayed his colleagues.
Now Liz has been asked to perform a service for the black nationalist movement, at considerable danger to herself. Can she take such a risk in the face of Max's example of the uselessness of such actions? Yet ... how can she not?
Colm Tóibín says this is "a perfect novel about the damage South Africa did to its citizens during apartheid ... written with tenderness and a penetrating moral wisdom."
Nadine Gordimer was born in South Africa in 1923 and still lives there. She was joint winner of the Booker Prize in 1974 and has also been awarded the Nobel Prize for Literature.
Building your book collection:
The 20 titles in the Lifetime Reads collection of modern classics (see list below) were selected with advice from the writer Colm Tóibín and include many of the best novels published since 1950.
The collection spans the spectrum from stunning literary novels like Salman Rushdie's Midnight's Children to great popular reads like Frederick Forsyth's The Day of the Jackal.
Each Saturday a new book from the collection will be published and will be available to readers at €4.99, a bargain price for a quality hardback. Back copies are available. The books have matching covers and build into an impressive collection.

FONTE: Irish Independent - Dublin,Ireland

Love in the Mesolithic era


Love in the Mesolithic era
Adam Thorpe enjoys the unforced poetry of a prehistoric tale

Adam Thorpe
The Guardian, Saturday 25 July 2009
Article history


Novels about prehistoric life are kin to fantasy fiction: so little evidence has survived that any depiction is mainly surmise. The challenge, therefore, is to make it look convincing - putting flesh on the archaeological model rather than some authorial act of wish-fulfilment. William Golding did this magnificently with The Inheritors (1955), seeing the world through Neanderthal eyes; the Scottish novelist Margaret Elphinstone follows suit with a vivid tale from the Mesolithic, a transitional period of about 6,000 years between the vast tracts of the hunter-gathering Palaeolithic and the advent of farming.

Lacking surviving works of art, the period is seen as a falling-off, and yet its scattered people had the wit and suppleness to cope with the rapidly warming climate and rising sea levels that followed the last ice age. The only known "historical" event was a massive tsunami that hit eastern Scotland in about 6150BC. Elphinstone uses this as the trigger for her involved story of rival kin groups, loyalty, love and betrayal, salted by dangerous hunts and equally risky shamanistic ceremonies, as recounted years later by its various characters over eight nights of the eponymous "gathering".
Positing a Mesolithic belief in reincarnation, the novel concentrates on appearance and disappearance, embedding this in the natural cycle of seasonal change, the moving from camp to camp. We stay mostly with the Auk people, and particularly with the family of Bakar, a hunter who goes missing in the opening pages. This catastrophe provides the central mystery, and is counterpointed by the sudden arrival of Kemen, whose Lynx clan has been mostly wiped out by the tsunami - the sea's spirits are particularly unpredictable. When the local animals seem reluctant to give themselves to the Auk hunters, suspicion naturally falls on the kinless stranger, a potential carrier of bad spirits.
Bakar's mother Nekané, under the pressure of her grief-stricken search, becomes a "Go-Between" or shaman (although the only period evidence for this practice is some perforated and antlered deer-skull fragments from Yorkshire). While her wisdom owes more to psychological insight than spirit contact, her trance travels are real enough, as is the power of her self-fashioned drum: "I sang as I wrote my helpers into my Drum: Dolphin and Swan, Hind and Hazel Tree." The author keeps many of Nekané's thoughts and actions opaque, dancing on the edge of comprehension; by the end of the book we understand the reasoning behind them, but the effect is to heighten the spiritual mysteries among the deerskin tunics, flint cores and smoky huts.
Shades of the hippy commune, complete with plaits and body art, are soon thankfully dispelled; this is an animist, quasi-egalitarian culture poised between benignity and cruelty, dependent (as all cultures are) on who is in charge at the time. Yet the detailed accounts of the daily chores that kept these people going in their wholly natural environment are both lyrical and matter-of-fact, at times touched with humour: "I was trying to heat stones, split wood, scoop roasted hazelnuts off hot sand and suckle Esti all at once, when Amets came back, sleek as an otter from bathing in the beaver lake." And we trust an author who built her own coracle out of hazel, willow and hide, and knows what it feels like when the currents hit.
If our ancestors' intimate knowledge of nature brings its own unforced poetry, the main challenge of this kind of fiction is the dialogue. Even lacking cars, screens, football or Ikea, these people must have talked trivia. Elphinstone draws on accounts of surviving hunter-gathering societies to project backwards and invest her period with a convincing emotional landscape: the chat sounds as if translated from an ethnologist's tape, complete with bewildering jokes. This seems absolutely right.
As the story unravels through its differing viewpoints, the kinship complexities begin to look as fateful as Greek tragedy: brother against brother, vicious rape, impossible avengings. But the coup de grâce is satisfying, nevertheless: perhaps the most telling achievement of The Gathering Night is that it persuades us to accept its entirely different value-system without a qualm, and even to regret that humanity ever thought of swapping the hunter's spear for the tiller's spade.
• Adam Thorpe's latest novel is Hodd (Jonathan Cape).
FONTE (foto incluída): guardian.co.uk - UK

terça-feira, julho 28, 2009

Descoberto manuscrito de Bernard Shaw perdido há 79 anos


Descoberto manuscrito de Bernard Shaw perdido há 79 anos

Dom, 26 Jul, 06h31
Londres, 26 jul (EFE).- Uma nota manuscrita do dramaturgo irlandês George Bernard Shaw (1856-1950) foi descoberta depois de ficar por 79 anos em um velho armário, informou hoje a rede de televisão "BBC".

O texto, redigido sob uma fotografia do vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1925, foi encontrado pelo pesquisador Peter Walker durante a revisão de alguns arquivos para comemorar o 90º aniversário do Partido Trabalhista de Wimbledon (sul de Londres).
Shaw enviou a nota em 1930 para celebrar a inauguração de uma sala na Casa de William Morris, radicada em Wimbledon.
O comentário se refere ao escritor, arquiteto e ativista socialista William Morris (1834-1896) e alude também à participação em campanhas políticas do século XIX.
No texto, Shaw escreveu: "William Morris e eu rezamos juntos o evangelho do trabalhismo em muitas ocasiões. Muitas pessoas respeitáveis pensaram que merecíamos ser enforcados".
O escritor, que nasceu em Dublin e emigrou para Londres, acrescenta que se declara "orgulhoso" da abertura de uma sala "dedicada a ele (Morris)".
Walker comentou que o descobrimento da nota de "um de nossos maiores dramaturgos é muito emocionante".
Shaw é a única pessoa que ganhou um Prêmio Nobel e um Oscar, recebido em 1938 na categoria de melhor roteiro pelo filme "Pigmaleão", baseada em uma obra homônima do autor irlandês.
EFE

Recibe Ernesto Cardenal el Premio Iberoamericano de Poesía Pablo Neruda


Recibe Ernesto Cardenal el Premio Iberoamericano de Poesía Pablo Neruda

Cultura - Lunes 27 de julio (14:35 hrs)
Le pide al presidente Daniel Ortega descongele su cuenta
Desea depositar los 30 mil dólares que recibe por el galardón
El Financiero en línea
Santiago, 27 de julio.- El poeta nicaragüense Ernesto Cardenal le pidió hoy aquí al presidente de Nicaragua, Daniel Ortega, que le descongele sus cuentas bancarias para depositar los 30 mil dólares que recibió del Premio Iberoamericano de Poesía Pablo Neruda.
Tras recibir la distinción de manos de la mandataria chilena Michelle Bachelet en el presidencial Palacio de La Moneda, Cardenal aseveró que "le pido al presidente Daniel Ortega que se me levante la congelación de mis cuentas bancarias que él ha ordenado".
Apuntó que desea guardar los 30 mil dólares del premio otorgado por el gobierno chileno en esas cuentas, donde también está "congelada una donación para un taller de poesía de niños con cáncer que yo dirijo".
Cardenal acotó que "este premio es con bastante dinero y sobre todo lo es para alguien que es pobre como yo. Es un premio con bastante cantidad de dinero, lo cual me podrá servir para ayudar un poco más a los pobres".
La justicia nicaraguense congeló en septiembre del año pasado las cuentas bancarias de Cardenal, quien fue condenado a pagar una multa de poco más de mil dólares por injuriar al empresario alemán Inmanuel Zerger.
El poeta nicaraguense descartó en esa oportunidad acatar la sentencia, a la que calificó como "injusta e ilegal", además de considerarla una "venganza" de Ortega, con quien tiene serias diferencias políticas.
Cardenal maneja en sus cuentas bancarias los recursos provenientes de sus derechos de autor literarios, de sus honorarios por lecturas y de la venta de sus esculturas.
El canciller chileno Mariano Fernández, quien estuvo presente en la ceremonia, indicó que esperaba que el gobierno nicaraguense "tenga una respuesta positiva" a la demanda de Cardenal, quien fue ministro de Cultura entre 1979 y 1987.
El galardonado, quien dijo que éste es el primer premio internacional que recibe, añadió a periodistas que el régimen nicaraguense "no es la revolución, no es izquierda ni sandinismo, sino una dictadura. En Nicaragua no hay democracia ahora".
El gobierno chileno le otorgó el premio por su "logro de remozar la tradición occidental clásica aplicándola a la actualidad contemporánea, su interés y preocupación permanente por los pueblos originarios de este continente y por su compromiso político".
Cardenal también reclamó por la piratería de los libros porque los escritores son "trabajadores" que deben recibir dinero por ejercer su actividad.
Además, denunció que el poeta y gobernador del estado venezolano de Anzoátegui, Tarek William Saab, le ha "pirateado" algunas de sus poesías.
El Premio Iberoamericano de Poesía Pablo Neruda es la más alta distinción que otorga el Estado chileno a un literato iberoamericano y fue instaurado en 2004 con motivo del centenario del natalicio del Premio Nobel de Literatura chileno.
Ya recibieron el galardón el mexicano José Emilio Pacheco (2004), el argentino Juan Gelman (2005), el peruano Carlos Germán Belli (2006), la cubana Fina García Marrouz (2007) y la chilena Carmen Berenguer (2008).
Cardenal ofrecerá este martes un recital en la sede de la Sociedad de Escritores de Chile y el miércoles realizará una presentación en una estación del ferrocarril metropolitano de Santiago.
(Con información de Notimex/JOT)

FONTE: El Financiero (México)

Filme com Megan Fox vira história em quadrinhos


Cinema e DVD
Segunda, 27 de julho de 2009, 16h35 Atualizada às 16h43

Filme com Megan Fox vira história em quadrinhos

O filme Jennifer's Body, que estreia no Brasil em 23 de outubro, será também lançado como uma história em quadrinhos com traço autoral e bem-humorado. O longa tem Megan Fox - a bonitona do momento em Hollywood - como protagonista.

O site ShockTilYouDrop publicou nesta segunda-feira (27) as primeiras novas páginas da novela gráfica inspirada no filme. Ilustrada por Jim Mahfood, a revista sai nos Estados Unidos em agosto.
Em Jennifer's Body, Fox interpreta uma endemoniada cheerleader que seduz rapazes (e moças!) com toda sua voluptuosidade e, claro, termina assassinando suas presas. O roteiro é de Diablo Cody, revelada à Hollywood depois de ter escrito Juno, o premiado filme sobre as escolhas de uma adolescente grávida.
FONTE (foto incluída): Terra Brasil
FOTO: Cartaz de 'Jennifer's Body'
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Prefeitura de Belo Horizonte abre inscrições para o Concurso Nacional de Literatura



Prefeitura de Belo Horizonte abre inscrições para o Concurso Nacional de Literatura

Revelar novos talentos e promover a literatura são propósitos do Concurso. Este ano os vencedores, além do prêmio em dinheiro, terão a obra publicada.

A Literatura contemporânea brasileira tem seu destaque na cidade de Belo Horizonte. Mais uma vez, a Prefeitura da capital mineira lança o Concurso Nacional de Literatura com o prêmio “Cidade de Belo Horizonte”, que este ano contempla três categorias Ensaio, Poesia – Autor Estreante, Dramaturgia e o prêmio “João-de-Barro”, destinado à literatura infantil. As inscrições estão abertas e podem ser feitas até o dia 07 de agosto. Os regulamentos e fichas de inscrição dos prêmios, que estão entre os mais importantes e tradicionais do país, podem ser encontrados no site www.pbh.gov.br/cultura. A realização do Concurso Nacional de Literatura é da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio de sua Fundação Municipal de Cultura.
O “Cidade de Belo Horizonte”, que completa 62 anos neste ano, manteve a busca por novos talentos com a categoria Poesia – Autor Estreante, criada há três anos, só recebe obras de autores que jamais publicaram, de forma impressa, livro ou parte dele, qualquer gênero literário. As obras vencedores das categorias Ensaio e Dramaturgia recebem um prêmio de 10 mil reais e Poesia – Autor Estreante, 8 mil reais. As comissões julgadoras indicarão outras duas obras de cada uma das categorias para receber menção honrosa.
O “João-de-Barro” deste ano contempla duas obras com o prêmio de 8 mil reais, sendo uma escolhida por uma Comissão Adulta com júri técnico, composta por três especialistas em literatura infantil, e outra por um júri infantil formada por onze alunos da Rede Municipal de Educação de BH, escolhidos pela Secretaria Municipal de Educação e pela Fundação Municipal de Cultura / Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte. Caso a mesma obra seja selecionada pelos dois júris, receberá o prêmio de 16 mil reais. Assim como no “Cidade de Belo Horizonte”, serão selecionadas duas obras para receberem menção honrosa.
As inscrições gratuitas para os dois prêmios podem ser feitas de segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas, em dias úteis. Os trabalhos também podem ser encaminhados pelos Correios, por Sedex ou registradas com AR, para o endereço da Fundação Municipal de Cultura (Rua Sapucaí, nº 571, Floresta, CEP 30150-050, BH-MG). Para os dois, não serão aceitas inscrições por fax ou e-mail.
A novidade na premiação dos Prêmios “Cidade de Belo Horizonte” e “João-de-Barro” neste ano, é que as obras vencedoras, em cada uma das categorias, além do valor em dinheiro, serão publicadas. O concurso só recebe obras inéditas em língua portuguesa, de autores brasileiros natos ou naturalizados. Cada autor, que deve se identificar, obrigatoriamente, por pseudônimo, pode inscrever um trabalho, sempre encadernado em espiral e com capa plástica, em três cópias, separadamente. O resultado dos concursos será publicado no Diário Oficial do Município de Belo Horizonte/DOM e no site www.pbh.gov.br/cultura. Os esclarecimentos de dúvidas poderão ser obtidos pelo e-mail: concursos.fmc2009@pbh.gov.br, com assunto Concurso Literário.

Cidade de Belo Horizonte

Completando 62 anos de realização ininterrupta, o “Concurso Nacional de Literatura – Prêmio Cidade de Belo Horizonte” distingue-se por premiar apenas obras inéditas. Criado em 1947, na comemoração do Cinqüentenário da capital, o concurso é o mais antigo do país,
contemplando, alternadamente, obras nas categorias poesia, ensaio, dramaturgia, conto e romance. Só em 1984, contudo, ele passou a ser de âmbito nacional, aumentando, inclusive, o valor das premiações, que estão entre as maiores do Brasil. Este ano os vencedores, além do valor em dinheiro serão contemplados com a publicação da obra. A cada edição, o “Cidade de Belo Horizonte” contribui para o surgimento de novos escritores, além de novas obras de autores consagrados. Nomes como Carlos Herculano Lopes, Antônio Barreto, Luis Giffoni, Roseana Murray, Maxs Portes, entre outros, integram a galeria de vencedores do concurso.
No ano passado os vencedores foram Ana Martins Marques e Guilherme Trielli Ribeiro, ambos de Belo Horizonte/MG, na categoria Poesia e Poesia – Autor Estreante respectivamente. Na categoria Romance o ganhador foi Ronaldo Costa Fernandes (Brasília/DF). Além de Jádson Barros Neves (Guaraí/TO) contemplado com a premiação na Categoria Conto.

João-de-Barro
O “Prêmio João-de-Barro”, dedicado a obras inéditas da literatura infantil e juvenil, é promovido desde 1974 pela Prefeitura de Belo Horizonte. Uma de suas peculiaridades é a formação de dois júris distintos, sendo um adulto, composto por três especialistas em literatura infantil ou juvenil, e outro integrado por 11 estudantes da Rede Pública de Belo Horizonte. Alternando, anualmente, literatura infantil e juvenil, o “João-de-Barro” já premiou diversos autores de destaque da literatura infantil e juvenil, como Ângela Lago, Léo Cunha, Fernando Jorge Uchôa, Antônio Barreto, Rita Espechit, Atílio José Bari, Marcos Araújo Bagno, Rosa Amanda Strausz, Ângela Leite, entre outros. Em 2008, que contemplou a literatura juvenil, Stella Maris Rezende (Rio de Janeiro/RJ) e Warley Matias de Souza (Sete Lagoas/MG) foram os vencedores.

Mais informações: (31) 3277-9833 / www.pbh.gov.br/cultura



SONETO DO ENCONTRO - Maria de Fatima Delfina de Moraes


SONETO DO ENCONTRO
Maria de Fatima Delfina de Moraes

O amor parece estar adormecido
quando, súbito, surges em terno de linho,
em tom branco, em talhe bem cortado,
que imponente imagem do meu amado.

Exalas madressilvas, olores campestres
e na cama, a linda rosa que me destes,
de cor carmim, pétalas aveludadas,
sinto-me, ainda mais, por ti amada.

Vejo luzir em teus olhos o amor.
Feliz, recebo tuas provas de afeto,
e ainda mais carinhos, eu te dou.

Seja tal qual o silêncio, na madrugada,
se os lábios um encontro desejarem,
faça-me feliz e tua eterna amada.

Rio de Janeiro – Brasil
copyright 2009
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terça-feira, julho 21, 2009

Joseph Conrad's Heart of Darkness


Joseph Conrad's Heart of Darkness
Why does Joseph Conrad’s 'Heart of Darkness’ continue to cast such a fiendish spell on everyone who reads it?

By David Miller

Published: 11:46AM BST 07 Jul 2009

Like some deeply bruised cloud hovering thunderously above a summer picnic, Joseph Conrad’s Heart of Darkness threatens us still, more than a century since its publication.
Few works have entertained, excited and troubled minds as much. It has inspired music – including a forthcoming opera by Tarik O’Regan – and spawned numerous radio, theatre, film and television adaptations, the most famous being Apocalypse Now. TS Eliot’s The Hollow Men did more for the work’s projection towards a readership, quoting the phrase: “Mistah Kurtz, he dead.” It infused Ronan Bennett’s The Catastrophist and haunts both John le Carré’s The Constant Gardener and The Mission Song. VS Naipaul and Graham Greene were swept up by it, as were Nick Davies in writing Dark Heart along with Sven Lindquist’s Exterminate All the Brutes, Michaela Wrong’s In the Footsteps of Mr Kurtz, and Tim Butcher’s Blood River. This weekend, at the Festival Hall in London, there will be two five-hour readings of the book, complete with piano accompaniment.

What is it about Heart of Darkness that has this horrid hold on our consciousness?
Conrad’s novella takes place one night on a boat by the Thames, a mesmerising tale of one man’s search for another. Published in 1899, it sprang from his experience in the Congo nine years before. What became Heart of Darkness begins then, with Conrad noting the rapacious, violent nature of ivory-trading and colonialism. In July 1890 he spent day after day looking at decomposing bodies, skeletons tied to posts, men shot: he wrote, when a 13-year-old boy came in with a gun wound to his head, that he would be “glad to see the end of this stupid tramp”. The “tramp” went on, and Conrad watched men die, dreams end and, as his Congo journey came to its close, he noted in a letter: “I have lived long enough to realise that life is full of griefs and sorrows which no one can escape.” Afterwards, he was spent: there was a cost – weakened physical health and an exhausted mental state that would bubble up into breakdown 20 years later but which, a decade after, strangely became a defining work of our literature.
Conrad’s narrator Marlow tells some old friends how he went looking for Kurtz, a trader who has lost his values, murderously corrupted by his power over his subjects. Kurtz is lost to himself, as well as the girl he is betrothed to. He is lost to society and becomes the still point in an earning world where money and power are all. Marlow seeks Kurtz out and finds that all is corroded and corrosive. The journey ends with Kurtz’s death, and Marlow escapes the immediate aftermath to come home and visit Kurtz’s fiancée. When she asks what Kurtz’s last words were, Marlow tells a white lie, saying Kurtz spoke her name before he died. The words he actually uttered were his expression of what life is, what meaning is, and are four of the more potent ever written in English: “The horror! The horror!”
It is a simple tale, told with a startling, new complexity, full of digression and observation. Read today, it almost crackles with a sense of news. Here is a station manager:
“There was only an indefinable, faint expression of his lips, something stealthy – a smile – not a smile – I remember it, but I can’t explain. It was unconscious, this smile was, though just after he had said something it got intensified for an instant.”
Not a bad description of YouTube’s Gordon Brown.
Yet there is more in the text – moments when, writing from an abyss, Conrad wrenches himself and his reader back to sanity: “The mind of man is capable of anything – because everything is in it, all the past as well as all the future. What was there after all? Joy, fear, sorrow, devotion, valour, rage – who can tell? – but truth – truth stripped of its cloak of time. Let the fool gape and shudder — the man knows, and can look on without a wink.”
Or again: “I have wrestled with death. It is the most unexciting contest you can imagine. It takes place in an impalpable grayness, with nothing underfoot, with nothing around, without spectators, without clamor, without glory, without the great desire of victory, without the great fear of defeat, in a sickly atmosphere of tepid skepticism, without much belief in your own right, and still less in that of your adversary. If such is the form of ultimate wisdom, then life is a greater riddle than some of us think it to be.”
Conrad’s novella has been raked over by scholars and other commentators. In 1975, the Nigerian writer Chinua Achebe voiced in a lecture about the book that Conrad was a “bloody racist” – a viciously dim observation about a Victorian Anglo-Pole writing in his third language who himself had begun to question colonialism. That moment propelled Heart of Darkness into being something not read for pleasure but something analysed and written about by the academic brigade. Since then more has been written about these 40,000 words than anything else Conrad penned.
Once experienced, it is hard to let Heart of Darkness go. A masterpiece of surprise, of expression and psychological nuance, of fury at colonial expansion and of how men make the least of life, the novella is like a poem, endlessly readable and worthy of rereading. Academics need write nothing more about it for another century. It should be handed back to readers simply to read, mark, learn and inwardly digest. Conrad composed a book where we see ourselves, darkly. Its relevance echoes forever, fizzing with understanding us then and there, and here and now, written for us all to live with today, whenever ''today’’ will be.

FONTE (imagem incluída): Telegraph.co.uk - London,England,UK

Irmãs Silva saem da Cidade de Deus para comandar nova geração do judô


10/07/2009 - 06h50
Irmãs Silva saem da Cidade de Deus para comandar nova geração do judô
Felipe Munhoz

Em São Paulo
A cara do judô brasileiro mudou definitivamente. Há tempos o esporte deixou de ser exclusivo dos descendentes de orientais. Agora, as camadas menos favorecidas da população já tem acesso aos tatames e começa a chegar à elite da modalidade. Prova disso são as irmãs Silva, que saíram da comunidade carente da Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, para comandar a nova geração da seleção brasileira.

Rafaela, a mais nova, de 17 anos, é uma das maiores revelações do judô verde-amarelo dos últimos anos. No ano passado, foi campeã mundial júnior, na Tailândia. Neste ano, conquistou a Copa do Mundo de Madri e levou o bronze no Grand Slam do Rio de Janeiro, na semana passada. Sua irmã, Raquel, de 20, já foi campeã do Pan-Americano da modalidade e, neste ano, foi prata na Copa do Mundo de Lisboa.

As duas são os frutos mais brilhantes do Instituto Reação, do medalhista olímpico Flávio Canto, um projeto de inclusão social por meio do esporte, desenvolvido em quatro comunidades carentes do Rio, entre elas Cidade de Deus e Rocinha. "Elas são as principais estrelas do Reação. Treinam desde o início, com o meu técnico (Geraldo Bernardes). É surpreendente ver como elas se desenvolveram rápido", afirma, orgulhoso, o medalhista olímpico.

"Eu comecei no judô com cinco anos, perto de onde eu morava. Em 2000, passei a treinar no Reação. Meu pai reclamava que eu e minha irmã ficávamos muito tempo na rua. Então, eu fui fazer judô, e a Raquel foi fazer dança. No final, eu a convenci a vir para o judô também", diz Rafaela.

"A gente tem muitos cases de transformação de sucesso no projeto. E as duas representam os dois caminhos que nós traçamos, unindo esporte e educação com sucesso. As duas estudam, a Raquel em universidade e a Rafaela em colégio, os dois particulares, por causa do projeto. Deixaram de ser bagunceiras na escola", completa Canto.

A mais nova das irmãs Silva, Rafaela, além de Canto, vão disputa neste fim de semana a etapa da Copa do Mundo de Belo Horizonte, em Minas Gerais. O campeonato é o último da seleção brasileira principal antes do Mundial de Roterdã, em agosto. Após a competição mineira, os técnicos brasileiros vão definir os representantes do país no torneio holandês. Raquel embarcou na quarta-feira para Portugal, onde disputa os Jogos da Lusofonia.

Na categoria leve (57kg), Rafaela tem como rivais por uma das vagas a medalhista de bronze nas Olimpíadas de Pequim, Ketleyn Quadros, Mariana Barros e Katherine Campos. Na categoria meio-leve (52kg), as rivais de Raquel são Érika Miranda, que foi quinta colocada no Mundial de 2007, Regiane Carvalho e Andressa Fernandes.

FONTE (foto incluída): UOL Esporte - São Paulo,SP,Brazil

Poeta francês Jean Foucault faz palestra em Curitiba


20/07/2009 03:02
Poeta francês Jean Foucault faz palestra em Curitiba
CURITIBA [ ABN NEWS ] - O poeta francês, editor, coordenador dos encontros de ateliês de criação literária e pesquisador de literatura infanto-juvenil Jean Foucalt realiza a palestra “Encontro do Poeta com a Poesia” na próxima quarta-feira (22 de julho), às 18 h, no auditório Brasílio Itiberê – anexo à secretaria de Estado da Cultura. O evento, com entrada franca, integra a programação do Ano da França no Brasil e vai tratar do processo de criação poética e de poesia em geral.

A organizadora do encontro a escritora Gloria Kirinus acredita que todo poeta se apresenta com uma concepção de poesia revelada na sua própria criação poética. “Assim, nada melhor que ouvir do poeta francês suas mil e uma colinas poéticas em que ele distribui com especial habilidade, o mundo dos objetos, a descoberta dos países e um amor especial pelas batatas”.

Jean Foucault é autor de muitas obras de literatura: poesia e prosa para o publico adulto e infanto-juvenil. E ainda obras de pesquisa, além de coordenar e integrar publicações muito originais como Carta aberta às batatas. Para Gloria Kirinus, esse é um início de diálogo do Foucault com poetas da cidade. “Ele vai mostrar por exemplo que, do sentimento imediato que uma pomme de terre pode despertar ao sentimento intenso da perda absoluta, quando fala da morte”.

A vinda do poeta ao Brasil foi possível graças à interlocução da Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil que em 2009 completa dez anos. A escritora Gloria Kirinus foi eleita coordenadora da regional Paraná da AEI-LIJ para o biênio 2009/2011.

Serviço:

“Encontro do Poeta com a Poesia” com o poeta francês Jean Foucalt na quarta-feira, dia 22 de julho, às 18 horas, no Auditório Brasílio Itiberê (R. Cruz Machado, 138 – anexo a Secretaria de Estado da Cultura). Entrada franca.

FONTE: ABN
http://www.abn.com.br/
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FOTO: Gloria Kirinus

Pensamentos negativos persistentes refletem mente socialmente sensível


21/07/09 - 06h00 - Atualizado em 21/07/09 - 06h00
Pensamentos negativos persistentes refletem mente socialmente sensível
Estudo na ‘Science’ discute tentativa de controle de compulsões.

Cérebro gasta, na inibição, ao menos a mesma energia que gasta na ação
Benedict Carey Do ‘New York Times’

As visões parecem subir do “sistema de esgoto cerebral” nas piores horas possíveis – durante uma entrevista de emprego, uma reunião com o chefe, um apreensivo primeiro encontro, um importante jantar. E se eu começasse uma guerra de comida com esses canapés? Zombasse da gagueira do anfitrião?

“Esse único pensamento é suficiente”, escreveu Edgar Allan Poe em “O Demônio do Perverso”, um ensaio sobre impulsos indesejados. “O impulso se desenvolve numa vontade, a vontade num desejo, o desejo numa compulsão incontrolável.” Ele conclui: “Não existe na natureza um desejo tão demoniacamente impaciente, como o daquele que, estremecendo frente à borda de um precipício, medita a respeito de mergulho.”

Ou medita sobre a possibilidade de estar doente?
Em alguns casos, a resposta pode ser sim. Porém, uma grande maioria das pessoas não age, ou raramente o faz, em tais compulsões – e sua suscetibilidade a fantasias rudes reflete, na verdade, o funcionamento normal de um cérebro socialmente sensível, segundo artigo publicado recentemente na “Science”.

“Há todo tipo de ciladas na vida social, em todo lugar que olhamos; não apenas erros, mas os piores erros possíveis chegam a nossas mentes, e chegam com muita facilidade”, diz o autor do artigo, Daniel Wegner, um psicólogo de Harvard. “Ter a pior coisa entrando em nossa mente, em algumas circunstâncias, pode aumentar a probabilidade de que uma crise aconteça.”

A investigação das compulsões perversas tem um rico histórico (como poderia não ter?), passando pelas histórias de Poe e do Marquês de Sade até os desejos reprimidos de Freud e a observação de Darwin de que muitas ações são realizadas “em oposição direta à nossa vontade consciente”. Na última década, psicólogos sociais documentaram o quão comuns são essas vontades contrárias – e quando apresentam as maiores chances de alterar o comportamento de uma pessoa.

Cérebro adulto gasta, na inibição, pelo menos a mesma energia que gasta na ação

Num nível fundamental, funcionar socialmente significa controlar os próprios impulsos. O cérebro adulto gasta, na inibição, pelo menos a mesma energia que gasta na ação, sugerem alguns estudos, e a saúde mental depende da manutenção de estratégias para ignorar ou reprimir pensamentos profundamente perturbadores – da própria morte inevitável, por exemplo.

Essas estratégias são programas gerais, subconscientes ou semi-conscientes, que habitualmente funcionam em piloto-automático.

Impulsos perversos parecem surgir quando as pessoas focam intensamente em evitar erros ou tabus específicos. A teoria é bastante direta: para não revelar que um colega é um grande hipócrita, o cérebro precisa inicialmente imaginar exatamente isso; a simples presença daquele catastrófico insulto, por sua vez, aumenta as chances de que o cérebro cuspa tudo para fora.

“Sabemos que o que é acessível em nossas mentes pode exercer uma influência no julgamento e comportamento simplesmente por estar ali, flutuando na superfície da consciência”, diz Jamie Arndt, psicólogo da Universidade do Missouri.

As evidências empíricas dessa influência têm se amontoado nos últimos anos, como Wegner explica no artigo. No laboratório, psicólogos fizeram pessoas expulsarem um pensamento de suas mentes – o de um urso branco, por exemplo – e descobriram que os pensamentos ficam voltando, aproximadamente uma vez por minuto. Da mesma forma, pessoas tentando não pensar numa palavra específica citam-na continuamente durante testes rápidos de associação de palavras.

Jogadores de futebol instruídos a chutar um pênalti em qualquer lugar do gol menos um local específico, como o canto inferior direito, olham para esse ponto com maior frequência que qualquer outro

Os mesmos “erros irônicos”, como Wegner os chama, são fáceis de evocar no mundo real. Jogadores de golfe instruídos para evitar um erro específico, como lançar longe demais, o fazem com mais frequência quando estão sob pressão, segundo estudos. Jogadores de futebol instruídos a chutar um pênalti em qualquer lugar do gol menos um local específico, como o canto inferior direito, olham para esse ponto com maior frequência que qualquer outro.

Politicamente correto

Esforços para ser politicamente correto podem ser particularmente traiçoeiros. Em um estudo, pesquisadores das universidades Northwestern e Lehigh fizeram 73 estudantes lerem uma vinheta sobre um colega ficcional, Donald, um homem negro. Os estudantes viram uma foto dele e leram uma narrativa sobre sua visita a um shopping com um amigo.

No estacionamento lotado, Donald não estacionou na vaga para deficientes, embora estivesse com o carro de sua avó, que tinha um passe, mas esbarrou em outro carro para se enfiar numa vaga comum. Ele insultou uma pessoa coletando dinheiro para um fundo do coração, enquanto seu amigo contribuía com alguns trocados. E assim continuou. A história propositalmente retratava o protagonista de maneira ambígua.

Os pesquisadores pediram que aproximadamente metade dos alunos tentasse reprimir estereótipos ruins de homens negros enquanto liam e, em seguida, julgasse o personagem Donald em critérios como honestidade, hostilidade e preguiça. Esses alunos avaliaram Donald como significativamente mais hostil – mas também mais honesto – do que os alunos que não tentaram reprimir os estereótipos.

Para resumir, a tentativa de banir preconceitos funcionou, até certo ponto. Porém, o estudo também trouxe “uma forte demonstração de que a supressão de estereótipos faz com que os mesmos se tornem hiper-acessíveis”, concluíram os autores.

Fumantes, pessoas que bebem com frequência e usuários habituais de outras substâncias conhecem bem demais essa confusão: o esforço para reprimir o desejo por um cigarro ou uma bebida pode trazer à mente todas as razões para quebrar o hábito; ao mesmo tempo, o desejo aparentemente fica mais forte.

O risco de que as pessoas vão escorregar ou “perder” depende, em parte, do nível de stress ao qual estão submetidas, diz Wegner. Concentrar-se para não olhar fixamente uma enorme verruga no rosto de um novo conhecido, enquanto troca mensagens de texto e tenta acompanhar uma conversa, aumenta o risco de que você diga: “Nós fomos comprar verruga – quero dizer, verdura!”

“Pode haver certo alívio em simplesmente acabar com tudo, fazer o pior acontecer, para que você não precise mais se preocupar com o monitoramento”, diz Wegner. O que pode ser difícil de explicar, é claro, caso você abaixe as calças durante um jantar com os amigos.


FONTE: G1.com.br

Editora Mundo das Ideias estreia na literatura e lança em Curitiba os primeiros títulos de seu catálogo


Editora Mundo das Ideias estreia na literatura e lança em Curitiba os primeiros títulos de seu catálogo
[21-07-2009]

A Livrarias Curitiba e a Editora Mundo das Ideias promovem uma homenagem ao Profeta Gentileza, poeta e figura mítica que povoou as ruas e os viadutos de São Paulo com poemas sobre a condição humana, com dois lançamentos de livros – os primeiros do catálogo da editora - e a exibição de um documentário.

Amanhã (22 de julho), o escritor Leonardo Guelman lança a obra “Univvverrsso Gentileza” (303 pág., R$ 48,00) e o poeta Dado Amaral apresenta ao público a obra “Olho Nu” (60 pág., R$ 25,00).

Na sequência, será exibido o filme “Gentileza” (1994, 9 min.), no qual Dado Amaral explorou a vida e a obra do profeta. O evento começa às 19h30, na Livrarias Curitiba Megastore do Shopping Estação (av. Sete de Setembro, 2775, Centro, tel. 41-3330-5118 / 3330-5000) e a entrada é franca.

As duas obras representam linhas paralelas de ação editorial. Uma investe na não-ficção, com foco na área da cultura material e imaterial, enquanto a outra publica literatura contemporânea brasileira: poesia, contos e romances de autores inéditos ou ainda pouco publicados.

Vida e obra

Univvverrsso Gentileza é um trabalho de referência sobre o Profeta Gentileza, personagem popular carioca que durante 35 anos circulou pelo Rio de Janeiro e pelo Brasil cumprindo uma missão espiritual: pregar o amor e a gentileza à humanidade. Baseado na dissertação de mestrado do pesquisador Leonardo Guelman, professor do departamento de Arte da Universidade Federal Fluminense, o livro documenta as diferentes fases do Profeta, cujo nome é José Datrino (1917-1996), e que se tornou conhecido a partir de 1980 por fazer inscrições peculiares sob um viaduto no Rio de Janeiro, onde andava com uma túnica branca e longa barba.

No dia 17 de dezembro de 1961, em Niterói (RJ), houve um incêndio no Gran Circus Norte-Americano e que foi considerado uma das maiores tragédias circenses do mundo. Neste incêndio morreram mais de 500 pessoas. Na antevéspera do Natal, seis dias após o acontecimento, José acordou alegando ter ouvido “vozes astrais”, segundo suas próprias palavras, que o mandavam abandonar o mundo material e se dedicar apenas ao mundo espiritual.

O Profeta pegou um de seus caminhões, foi para o local do incêndio e plantou jardim e horta sobre as cinzas do circo. Lá, José Datrino incutiu nas pessoas o real sentido das palavras Agradecido e Gentileza. Foi um consolador voluntário que confortou os familiares das vítimas da tragédia com suas palavras de bondade. Daquele dia em diante, passou a se chamar “José Agradecido” ou simplesmente “Profeta Gentileza”.

Após deixar o local que foi denominado “Paraíso Gentileza”, o Profeta Gentileza começou a sua jornada como personagem andarilho. A partir de 1970 percorreu toda a cidade. Era visto em ruas, praças, nas barcas da travessia entre as cidades do Rio de Janeiro e Niterói, em trens e ônibus fazendo sua pregação e levando palavras de amor, bondade e respeito pelo próximo e pela natureza a todos que cruzassem seu caminho. Aos que o chamavam de louco, ele respondia: "Sou maluco para te amar e louco para te salvar".

Lirismo e música

Olho Nu, primeiro livro de poemas de Dado Amaral, traz a público a obra de um poeta carioca que transita entre a poesia, a performance e o audiovisual. Ex-integrante do Boato, banda de poetas que em 1998 lançou seu CD Abracadabra (WEA/Dubas), Dado trabalha com poesia desde o início da década de 90.

No enredo, poemas e textos em prosa escritos ao longo de sua carreira, mais dedicada à performance e à fala que à publicação. Entretanto Dado tem publicado desde o início dos anos 90 em diferentes meios, impressos e virtuais.

O projeto do livro nasceu em 2002, quando o autor viajou do Rio de Janeiro (onde vive) a Fortaleza para apre¬sentar seus poemas na Bienal do Livro do Ceará. Lá conheceu o poeta Lêdo Ivo, da Academia Brasileira de Letras, que elogiou seus textos e recomendou a publicação. Desde então vem amadurecendo o livro, selecionando os poemas, e trabalhando-os para a publicação.
O título traz muito do conceito do livro. As questões sensoriais, sobretudo da visão, perpassam a lírica da obra. Outro eixo do livro é a música, arte com a qual o autor trabalha há anos. Os poemas têm leveza musical e por vezes a música é o tema dos textos.
Não por acaso, Dado foi integrante do Boato, importante coletivo de artistas - e depois grupo musical - que agitou o Rio na década de 90 com suas composições irreverentes e seus espetáculos performáticos. Dado também escreveu poemas no portal Cronópios, na revista O Carioca, no jornal Letras e Artes e outros. Sua poesia sempre esteve ligada à performance e ele foi um dos fundadores do CEP 20.000 – Centro de Experimentação Poética, que atua há 18 anos no Rio de Janeiro, conduzido pelos poetas Chacal e Guilherme Zarvos, e que revelaram artistas e comunicadores como Michel Melamed, Viviane Mosé, Casé Pecini e outros.

Serviço

O que: Lançamento dos livros “Univvverrsso Gentileza” de Leonardo Guelman, “Olho Nu” de Dado Amaral e exibição do filme “Gentileza”

Quando: Amanhã (22 de julho), às 19h30

Onde: Livrarias Curitiba Megastore do Shopping Estação (av. Sete de Setembro, 2775, Centro, tel. 41-3330-5118 / 3330-5000)

Quanto: Entrada franca

FONTE (foto incluída): Paranashop
apud: imprensa@livrariascuritiba.com.br
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FOTO: O livro “Univvverrsso Gentileza” e o autor Leonardo Guelman foto: divulgação
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‘Emily’s Ghost’ is a Gothic novel starring the Brontes themselves


‘Emily’s Ghost’ is a Gothic novel starring the Brontes themselves
By Jean Westmoore
NEWS BOOK REVIEWER
Updated: July 21, 2009, 8:32 AM

“Dark, lithe, mercurial…and obstinately shy,” Emily Bronte famously preferred the company of dogs to people. While the roiling passion of “Wuthering Heights” would seem to have sprung from her singular imagination, this new biographical novel conjures the heartbreak of love lost as the creative backdrop for the most gifted of the Bronte sisters.
Denise Giardina, herself a gifted novelist from the hills of Appalachia, takes us striding the Yorkshire moors with Emily and her dog, Keeper, in this fascinating reimagining of the lives of the Brontes.
Using letters written by the Brontes, information from Juliet Barker’s “The Brontes” biography and references to the Brontes’ novels and poetry, Giardina weaves a stunning tapestry of fact and fiction around the lives of this famous literary family. She paints Emily as the radical recluse, dismissive of social and religious conventions and content to keep house for her father, while Charlotte is “politically conservative and conventionally Victorian,” desiring to marry and escape the Haworth parsonage. “Emily’s Ghost” is a vivid portrait of a fascinating family; it also is a Bronte-style romance worthy of its heroine.
Giardina casts Emily as a rebel at the tender age of 6, sent by her widowed father to the Clergy Daughters School to starve and freeze with older sisters Maria, Elizabeth and Charlotte. (Baby Anne was left at home.) Little Emily, a lover of her father’s Irish stories, cushions herself from the harsh environment by communing with ghosts and spirits who tell her stories and are as real to her as her own sisters; all her life she will have one foot firmly placed in this spirit world. (Charlotte would later immortalize the dreadful school in “Jane Eyre.”)
“Emily’s Ghost” then skips ahead 15 years to the three surviving sisters and brother Branwell as young adults devising various schemes to earn a living. They are thrilled with the arrival of William Weightman, a new curate who is to assist their father in his poor parish. Giardina writes lively, often humorous prose:
“Emily did not know a man who was not small. Infinitely small. Flirting was as incomprehensible as Mandarin. What was it for, she wondered. To win the companionship of a creature who was not half so interesting as the dog Keeper.”
The book paints a vivid backdrop of England in the tumultuous 1840s, when boys died in coal mine explosions and the poor lost limbs working in mills, froze for lack of peat, starved for lack of bread and died of disease for lack of clean water.
Weightman was young, handsome and gregarious, preferring to preach God’s love rather than damnation, and Giardina paints him as a passionate advocate for the poor and a secret collaborator with the Chartist movement. (William Weightman was Patrick Bronte’s assistant curate, and he did walk 10 miles to post anonymous valentines to Anne, Charlotte and Emily after learning they had never gotten a valentine.)
Charlotte fancies herself in love, asks to paint his portrait and expresses annoyance at what she perceives as Weightman’s flirtation with her sister Anne. But in Giardina’s novel, Emily is the sister who intrigues Weightman.
The author contrives many ways to throw Emily and Weightman together: at the burial for an indigent old man, in the parsonage kitchen, striding the moors, at Sunday school where Weightman prevails upon Emily to play the piano.
Only her father knows of Emily’s relationship with his young assistant. Charlotte, dreaming of one day opening a school, hatches a scheme to study in Brussels and bullies Emily into going along. They would not see Weightman again.
Using Emily Bronte’s own themes of a heaven like Earth and of love beyond the grave, and other mystical touches, Giardina supplies an ending to her tragic love story that will satisfy even the most hopeless romantic.
And there is an interesting literary postscript: The author, on her Web site, says that she wanted to “free Emily” from Charlotte’s grip. Charlotte outlived her sisters; Charlotte’s juvenile writings were saved while Emily’s were not. Charlotte even managed her sisters’ literary legacy, revising their poems.
But did she go further than that?
There is evidence, in a letter from her publisher, that Emily was working on a second novel when she died of tuberculosis at age 30. (Branwell, Emily and Anne all died within a period of nine months.) Could it be that a disapproving Charlotte decided to destroy Emily’s second novel?
A review in 1848 called “Wuthering Heights” “a strange sort of book — baffling all regular criticism; yet it is impossible to begin and not finish it; and quite as impossible to lay it aside afterword and say nothing about it.”
Fans of the Brontes may find Giardina’s novel more conventional but similar at least in this way: it is impossible to begin and not finish it, and just as impossible to lay it aside afterward and say nothing about it.
Emily’s Ghost: A Novel of the Bronte Sisters
By Denise Giardina
W. W. Norton and Company
$24.95, 335 pages
jwestmoore@buffnews.com
FONTE (foto incluída): Buffalo News - Buffalo,NY,USA
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FOTO: Charlotte Riley and Tom Hardy starred in PBS' "Masterpiece Classic" version of "Wuthering Heights," adapted from Emily Bronte's only novel.
Associated Press
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sexta-feira, julho 17, 2009

SILÊNCIO NOTURNO - Maria de Fatima Delfina de Moraes


SILÊNCIO NOTURNO
Maria de Fatima Delfina de Moraes

Calo-me ante o silêncio de teus lábios...
Calo-me ante o teu olhar de paixão...
Calo-me ante o calor do teu abraço...
Calo-me ante o desejo desperto...
Ante o desejo desperto, calo-me!

Rio de Janeiro – Brasil
copyright 2009

Lançamento da Revista Coyote 19


Lançamento da Revista Coyote 19
14/07/2009 16:20:06

O poeta e jornalista Ademir Assunção vem à Porto Alegre para lançar a edição de número 19 da revista Coyote, na terça-feira, dia 14, às 19h, na Palavraria (rua Vasco da Gama, 165). O lançamento será precedido de um bate-papo de Ademir com os poetas Ronald Augusto e Telma Scherer, com mediação de Fernando Ramos, editor do jornal Vaia.

Alguns destaques do novo número da revista são uma entrevista inédita de João Cabral de Melo Neto, feita em 1993, um conto do norte-americano Donald Barthelme, traduções da poeta espanhola radicada no Paraguai, Montserrat Alvarez, feitas por Luiz Roberto Guedes, e uma história em quadrinhos de Teo Adorno, com roteiro de Luiz Bras.

Em seus sete anos de atividade, Coyote prossegue abrindo espaço para novos autores, resgatando e apresentando nomes importantes das letras e das artes, de épocas e lugares diferentes, instigando a reflexão e a criação literária. A revista é editada pelos poetas Ademir Assunção, Marcos Losnak e Rodrigo Garcia Lopes. Projeto gráfico de Marcos Losnak.

COYOTE 19

Entrevista inédita de João Cabral de Melo Neto, feita em 1993, conto do norte-americano Donald Barthelme, traduções da poeta espanhola radicada no Paraguai, Montserrat Alvarez, e uma história em quadrinhos de Teo Adorno, com roteiro de Luiz Bras, são destaques do novo número da revista “Quando estava morando em Barcelona, tinha acabado de escrever e publicar a ‘Psicologia da Composição’ e estava certo de que não iria mais escrever poesia. (...) Tinha a impressão que havia chegado a um extremo tal de intelectualismo, por assim dizer, com a ‘Psicologia da Composição’, que não tinha mais sentido seguir naquele caminho." A revelação surpreendente de João Cabral de Melo Neto dá o tom da entrevista feita pelo poeta gaúcho Thomaz Albarnoz Neves, no outono de 1993 – um dos destaques da nova edição da revista Coyote.

Com sua linha editorial calcada na radicalidade e na diversidade de vozes e visões artísticas, Coyote 19 mostra também uma nova safra de poemas de Ademir Assunção e Annita Costa Malufe, a densa e atormentada dicção da poeta espanhola radicada no Paraguai, Montserrat Alvarez, em poemas traduzidos por Luiz Roberto Guedes, contos de Marcelo Maluf e Reni Adriano, poemas do norte-americano George Oppen (traduzidos por Ruy Vasconcelos) e da portuguesa Ana Luísa Amaral, além de quadrinhos da dupla Teo Adorno e Luiz Bras.

A revista apresenta ainda um conto do norte-americano Donald Barthelme (traduzido por Caetano Waldrigues Galindo) e ensaio fotográfico do londrinense Rogério Ivano.

Em seus sete anos de atividade, Coyote prossegue abrindo espaço para novos autores, resgatando e apresentando nomes importantes das letras e das artes, de épocas e lugares diferentes, instigando a reflexão e a criação literária. A revista é patrocinada pelo PROMIC (Programa Municipal de Incentivo à Cultura) da cidade de Londrina.

COYOTE é editada pelos poetas Ademir Assunção, Marcos Losnak e Rodrigo Garcia Lopes. Projeto gráfico de Marcos Losnak. Distribuição nacional (em livrarias) pela Editora Iluminuras.

COYOTE 19 // 52 páginas // R$ 10,00

Uma publicação da Kan Editora. Vendas em livrarias de todo o país pela Editora Iluminuras – fone (11) 3031-6161 (site: www.iluminuras.com.br). Pode ser adquirida também na internet pelo Sebo do Bac: www.sebodobac.com Lançamento Revista Coyote 19 em Porto Alegre

Bate-papo e leitura de poemas com Ademir Assunção (editor), Fernando Ramos (Jornal Vaia)Telma Scherer, Ronald Augusto e Cristina Macedodia 14/07 (terça-feira) - 19h Gratuita

PalavrariaRua Vasco da Gama , 165 - Bom Fim Fone: (051) 3268-4260
Fonte: Jornal Vaia

Os lugares da História


SIMPÓSIO (15/7/2009)
Os lugares da História

A professora Ângela de Castro Gomes, uma das palestrantes do Simpósio Nacional de História, conversou com o Caderno 3 sobre o papel do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro para a formação do pensamento do País

O Instituto Histórico Geográfico Brasileiro, fundado em 1838, por D. Pedro II, é uma das instituições mais importantes do País em termos da constituição de pensamento - com suas várias vertentes e interpretações - do nosso processo civilizatório. Desde o II Império, o IHGB tem contribuído, dentro de cada período histórico, para o estudo da formação do País. A professora Ângela de Castro Gomes, da Universidade Federal Fluminense, pesquisa os avanços e recuos do IHGB. Para ela, muito mais avanços do que recuos. Ela proferiu a palestra “O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e a História nos anos 1920” dentro do Simpósio Nacional de História.

O foco nos anos 20, segundo a professora, serviu apenas como um recorte para o início do debate. Na verdade, ela há tempos se debruça sobre as transformações por que passou o IHGB ao longo do século XX. Nos anos 20 do século passado, o IHGB passava por transformações importantes. A professora lembra que antes o Instituto estava relacionado a um projeto político centralizador - “Era uma instituição muito ligada ao Império”, lembra. A monarquia tinha um vínculo direto com o IHGB e com a Igreja Católica. Panorama que mudou com o advento da República, ainda nos anos 90 dos mil e oitocentos.— O Instituto Histórico e Geógrafico Brasileiro estabeleceu o debate sobre um Estado laico federativo e passou por uma ebulição muito grande, mesmo com alguns sócios defendendo projetos de restauração da monarquia. Mas o que mais me interessa é exatamente como o IHGB sai desse momento e vai se tornando uma instituição ligada a um projeto de construção do Estado nacional. Dessa vez, republicano.

A professora ressalta que o Instituto se lançou à tarefa de pensar a história e a historiografia.— Muitos debates se desenvolveram dentro da instituição sobre a questão da história. Qual é o papel do historiador? De que forma deve se escrever a história? A história é uma ciência? É uma escrita cujo passado é reconstruído pelos historiadores? O IHGB que discuto é o da República. Nos anos 20, começava-se a debater na instituição questões sobre a identidade brasileira focadas em diálogos com outras disciplinas. Diálogos travados com outros saberes, principalmente com a sociologia. O recorte dos anos 20 se deve menos a questões externas à instituição e mais aos debates que se deram de forma das mais ricas dentro do IHGB.

O IHGB teria influência dos positivistas ou da escola francesa dos Annales? A professora Ângela assinala que a escola dos Annales (movimento que surgiu em torno do periódico acadêmico francês Revue des Annales, tendo destacado-se por incorporar métodos das Ciências Sociais à História) ainda estava se constituindo. A influência maior era da escola metódica francesa. “Os Annales vão demorar um pouco. Não comungo com a tese que as coisas chegam atrasadas no Brasil. Essa idéia não é correta. O movimento da Escola dos Annales só se concretiza no final dos anos 20. Estamos falando de um período pré-Annales”.

Ela recorda que naquela quadra histórica o grande evento foi o Centenário da Independência. Na época, foram levantadas várias questões pelo Instituto Histórico Geográfico Brasileiro. Principalmente problemas relacionados à nossa identidade, à questão da independência e, principalmente, ao Brasil republicano. Foi um grande evento - não só promovido pelo Instituto Histórico Geográfico do Rio de Janeiro, mas sim de todo o País.

Ontem e hojePara a professora Ângela de Castro Gomes, o Instituto Histórico Geográfico Brasileiro é um dos mais importantes centros de pesquisas e debates sobre a historiografia, não somente no Rio de Janeiro, mas em todo o País. Lembra que houve um certo obscurecimento da instituição nos anos 50 e 60. Mas desde então, quando os cursos não apenas de História, mas de Sociologia e Antropologia começaram a demandar muitas questões científicas, o Instituto voltou ao primeiro plano.

— Hoje o IHGB tem realizado um trabalho sistemático, em vários Estados, atraindo historiadores e profissionais de outros áreas afins para seus quadros. Vejo hoje as universidades e os institutos de todo o País dialogando muito mais do que já fizeram em períodos anteriores. O IHGB é um espaço, também, de criação do conhecimento, do debate. Quanto mais nós tivermos instituições legítimas, lugares para produzir conhecimento, isso só trará benefícios para a sociedade.

Conservador?

O Instituto Histórico Geográfico Brasileiro sempre foi visto, pelo menos fora da academia, como uma órgão conservador. Para a professora, um erro de percepção. Muitos estudos e pesquisas estão sendo ali produzidos, inclusive com temas muito atuais. Ângela de Castro Gomes, por exemplo, está pesquisando um outro tema muito recorrente entre os brasileiros: a noção de que a sociedade brasileira estaria ligada a um determinado consenso entre as elites - políticas e econômicas, principalmente. Uma espécie de ´república do consenso´.

— “Nós nunca tivemos uma república do consenso. Sempre estivemos envolvidos em disputas, competições entre as elites políticas, econômicas e sociais. Vários projetos políticos foram alvos de grande disputa. E a sociedade brasileira nunca foi pacífica ou do consenso.

Essa imagem, segundo a professora, de que a sociedade brasileira é muito apática, incapaz de ações mais contundentes, foi construída através de uma versão autoritária - defendida até por historiadores. “Alguns historiadores são caudatórios dessas grandes matrizes interpretativas que vêem a sociedade brasileira como incapaz de organização, de ação, de demanda. Não compartilho com essa matriz. Mesmo com Getúlio, houve uma série de direitos adquiridos em consequência a movimentos sociais -como o voto feminino e os direitos trabalhistas.

Já quanto aos momentos de maior repressão, tanto no Estado Novo quanto na Ditadura Militar, Ângela explica que o fato não deve ser entendido como capitulação da sociedade civil. Pelo contrário: tanto no Estado Novo quanto na ditadura militar assistiu-se à mobilização e a ações da sociedade mais organizada contra o arbítrio.

— Isso não deve ser entendido como se você tivesse zerado as possibilidades de as pessoas pensarem, se organizarem e até resistirem. Acontece que as formas de organização e de resistência mudam nesse período. Muitas vezes são muito sutis. Durante o Estado Novo você teve resistência de muitos intelectuais. O mesmo ocorrendo na ditadura militar.

E os partidos políticos? Eles realmente estariam fora desse “consenso” defendido por uma vertente do pensamento autoritário brasileiro? A professora Ângela de Castro Gomes pensa o contrário. Ressalta que partidos como PTB, UDN e PSD foram bastante fortes na cena brasíleira do passado.

— Logicamente que, durante a ditadura militar, com o bipartidarismo - Arena e MDB -, houve perda de espaço com relação aos partidos políticos. Mas esse espaço está sendo reconquistado desde a volta da democracia. Mesmo com todas as denúncias de corrupção, o Congresso Nacional deve ser fortalecido. Acho que isso ainda é um processo. Prova também que a sociedade brasileira está organizada diante de atos aéticos por parte de determinados políticos. Mas as instituições são importantes para a consolidação do processo democrático. E isso está se dando também com forte participação da imprensa e da sociedade do País. Então, nunca existiu nem existirá esse pacto da mediocridade, esse consenso de que a sociedade brasileira sempre agiu de forma pacífica diante dos inúmeros problemas enfrentados pelo País”.

FIQUE POR DENTRO

CIDADANIA E MEMÓRIA SOCIAL

A professora doutora Ângela de Castro Gomes é titular de História do Brasil da Universidade Federal Fluminense e pesquisadora sênior do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, da Fundação Getúlio Vargas, onde coordena o Programa de Pós-Graduação em História, Política e Bens Culturais. Possui graduação em História pela Universidade Federal Fluminense (1969), mestrado em Ciência Política (Ciência Política e Sociologia) pela Sociedade Brasileira de Instrução - SBI/IUPERJ (1978) e doutorado em Ciência Política (Ciência Política e Sociologia) pela Sociedade Brasileira de Instrução - SBI/IUPERJ (1987). Atua principalmente nos seguintes temas: história política do Brasil República, pensamento social brasileiro, cidadania e direitos do trabalho, memória social e ensino de história.

JOSÉ ANDERSON SANDES
Editor do Caderno 3

FONTE (foto incluída): Diário do Nordeste (Assinatura) - Fortaleza,CE,Brazil