quinta-feira, maio 07, 2009

Livros na fogueira


7 de maio de 2009. N° 8429

CULTURA
Livros na fogueira
Fahrenheit 451 é o filme em cartaz no Cinema Falado

Imagine livros e revistas jogados ao fogo, por ordens de um sistema totalitário, sob a acusação de os materiais impressos propagarem a infelicidade humana? Pois o escritor Ray Bradbury imaginou e escreveu Fahrenheit 451, obra literária de ficção científica que deu origem ao filme de mesmo nome, dirigido pelo francês François Truffaut. É este longa-metragem que será exibido hoje na programação do projeto Cinema Falado, do Museu Victor Meirelles, na Capital.

Estrelado por Julie Christie e Oskar Werner, o filme foi lançado na Inglaterra em 1966 e é o único filme falado em inglês dirigido por Truffaut. Na época, o diretor costumava declarar que estava decepcionado com a versão original do filme e preferia a versão dublada em francês, cuja tradução foi supervisionada por ele.

O título se refere à temperatura em que os livros são queimados, o que representa 233 graus Celsius. Por irônico que pareça, quem ateia fogo nos livros são chamados bombeiros. Montag, vivido por Werner, é um desses homens responsáveis por acabar com a causa da infelicidade humana. Quando conhece uma professora desempregada, que prefere ser queimada viva do que entregar seus livros às chamas, descobre o prazer da leitura e passa a questionar a necessidade de queimar os materiais impressos.

Truffaut dirige os planos de forma a exibir os títulos das publicações que estão prestes a ser queimadas. Uma delas é a revista Cahiers du Cinema, para a qual o próprio Truffaut escrevia. Assim como Jean-Luc Godard, Alain Resnais e Claude Chabrol, Truffaut fez parte da Nouvelle Vague, um movimento artístico francês que surgiu com o intuito de quebrar com os padrões de realização de filmes vigentes até os anos 1950.

Apesar de ser um de seus trabalhos mais populares, Fahrenheit 451 é considerado um dos que menos representa a estrutura do cinema do diretor, mas ainda assim é cultuado pelos cinéfilos como uma das produções de ficção-científica mais importantes da história do cinema.

Uma curiosidade do filme é que os créditos do diretor, roteiristas, elenco, produtores, música, fotografia e até o nome do filme são narrados e não escritos. Somente o final e nome do estúdio que produziu o filme aparecem no encerramento. Truffaut nasceu em Paris e morreu em 1984, aos 52 anos num hospital em Neuilly, na França. Entre os filmes que dirigiu está A Noite Americana (1973), Jules e Jim – Uma Mulher Para Dois (1961) e Os Incompreendidos (1959).

A sessão tem entrada franca e começa às 18h30min, no museu (Rua Victor Meirelles, 59, Centro). Após a exibição do filme, haverá um debate sob a mediação da professora Maria Cecília de Miranda Coelho, doutora em Língua e Literatura Gregas pela Universidade de São Paulo (USP) e Brown University/EUA, com tese sobre filosofia, retórica e drama gregos. É mestre em Filosofia, pela USP, e graduada em Matemática e Filosofia, pela Universidade de Brasília. Em Florianópolis, foi professora de Filosofia na Udesc, onde coordenou o Grupo Gregos e Baianos e o Projeto Filocinema – um olhar sobre a Grécia Clássica.

Multimídia


FONTE: Diário Catarinense - Florianópolis,SC,Brazil

Um comentário:

  1. adorei a leitura deste livro
    obrigada pela lembrança
    beijos

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