terça-feira, dezembro 07, 2010

Fora dos estúdios, Coppola briga pela arte

Diretor Francis Ford Coppola esteve no Brasil na semana passada para divulgar seu novo filme, Tetro

Divulgação

Tetro, novo filme do diretor, foi filmado na Argentina, com fotografia em preto e branco

O nome de Francis Ford Coppola está ligado diretamente a uma grande revolução cinematográfica. Junto com cineastas como Martin Scorsese, Robert Altman e Steven Spielberg, foi responsável pela grande transformação do cinema americano no fim dos anos 1960. O grupo conseguiu provar aos estúdios que o papel do diretor era fundamental para a qualidade dos filmes - até aquela época, eram produtores que davam as cartas em Hollywood.

Quatro décadas depois, Coppola, que chegou a ficar dez anos sem filmar, até lançar Velha Juventude (2007), volta a apontar o dedo para os estúdios, com Tetro, filme que estreia nesta sexta-feira. O diretor, nascido em Detroit, mostra sua velha forma com uma produção independente, paga de seu próprio bolso e rodada em Buenos Aires, na Patagônia e também em algumas cidades da Espanha em 2007 e 2008.

"Eu filmei na Argentina porque estou interessado na tradição da ficção latino-americana, na literatura da Argentina, do Chile, do Brasil, em autores como Jorge Amado e Roberto Bolaño", afirmou Coppola em sua passagem pelo Brasil, na semana passada. "Aos 71 anos, tenho a liberdade de um jovem graças à minha indústria de vinhos. Posso fazer o filme que quiser, contanto que tenha baixo orçamento. E posso me dar ao luxo de perder dinheiro. Não me importo de fazer vários trabalhos no set, inclusive o de carregar a minha cadeira", contou.

Coppola reage ao que considera excessiva ganância dos estúdios, que, segundo sua visão, não dão importância alguma ao caráter artístico, apenas ao lucro. O diretor, como nos tempos da contracultura, briga pela arte.

Estrelado pelo nova-iorquino Vincent Gallo, o ótimo Tetro narra o acerto de contas entre dois irmãos que não se veem há mais de dez anos. Um tema recorrente de Coppola, as relações familiares. "Todos os meus filmes, de uma certa forma, são pessoais. Quando faço filmes, não busco fama nem dinheiro. Quero respostas, aprender coisas sobre mim", diz.

gabriella de lucca
FONTE: Destak Jornal

URL FONTE: http://www.destakjornal.com.br/
URL MATÉRIA: http://www.destakjornal.com.br/readContent.aspx?id=17,81553

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