Irlam Rocha Lima
música e os ritmos maranhenses vão dar o tom nos palcos da cidade neste fim de semana. Zeca Baleiro lança o CD Concerto amanhã, no Auditório Máster do Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Rita Ribeiro faz o show da turnê Tecnomacumba no sábado, no Teatro Oi Brasília. Nesta quinta, às 20h, Papete é a atração do projeto Quinta cultural T-Bone. Na sexta, às 13h, ele se apresenta no Auditório da Eletronorte.
No show Maranhão, as cores e os tambores, o cantor, compositor e multi-instrumentista, acompanhado por Carlos Pial (percussão) e Murilo Rego (piano), vai colocar em destaque a rica diversidade rítmica daquele estado nordestino. “Embora a música maranhense seja sempre a minha fonte de inspiração, estou frequentemente empenhado em propor a mistura dos nossos ritmos com os de outras regiões, ou fazer o contrário”, afirma Papete.
Papete explica: “Criaturas da noite, canção do mineiro Flávio Venturini (parceria com Luis Carlos Sá), pode ser ouvida em minhas apresentações associada a instrumentos percussivos maranhenses. Já Trovoada, de Milton Nascimento e Gilberto Gil, que é uma congada, faço em ritmo de boi da ilha, dando ênfase aos pandeirões, instrumentos maranhenses de origem árabe. Tenho fascínio pela obra do mineiro João Guimarães Rosa. Costumo entremear textos e a poética dele nos blocos de músicas em minhas apresentações”.
Nos shows de Papete nunca faltam criações de compositores maranhenses da nova geração. “Acho que é uma obrigação minha levar ao público músicas de conterrâneos talentosos, que ainda não são tão conhecidos fora do estado. Entre as que ele vai interpretar nesta noite no T-Bone estão Bela mocidade (Donato Alves), Boi da lua (César Teixeira), Catirina (Josias Sobrinho) e Lua cheia (Godão e Bulcão), do repertório do grupo teatral e folclórico Boi Barrica.
Com carreira iniciada há quase 40 anos, Papete tornou-se conhecido como percussionista da banda do cantor, compositor e violonista Toquinho, com quem trabalhou por 12 anos. Tom Jobim, Chico Buarque, Ney Matogrosso, Gal Costa, Rita Lee, Jane Duboc e Vânia Bastos também são artistas que já contaram com os tambores e os pandeiros do instrumentista em seus discos. Atualmente, ele integra a banda do mato-grossense Almir Sater.
Sobre Zeca Baleiro e Rita Ribeiro, maranhenses que hoje brilham na cena da MPB, ele fala com admiração, embora prefira realçar os “que ainda não chegaram à grande mídia”. Papete participou do álbum Tecnomacumba, de Rita, e anuncia para o próximo ano parceria com Zeca. “Estou atento a tudo o que é feito pelos músicos maranhenses, assim como às manifestações da cultura popular do meu estado, aonde vou pelo menos três vezes por ano”, revela.
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FONTE: CorreioWeb
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