quarta-feira, outubro 27, 2010

Ludgero Correia diz que pseudónimo vencedor do prémio Sonangol é ele e não João Lopes Filho

26 de Outubro de 2010, 19:29

Osajyefo Moisés, apresentado como sendo pseudónimo de João Lopes Filho, vencedor do prémio Sonangol de Literatura deste ano, é reivindicado por António Ludgero Correia. Membro do jurado, o poeta Corsino Fortes reconhece o “lapso” mas reitera que o “vencedor inequívoco” é João Lopes Filho com o romance “Percursos & destinos”.

Vencedor em 2005 do mesmo prémio com o romance “Baban o Ladino”, António Ludgero Correia voltou a concorrer este ano, com o romance “A última gota”, com o pseudónimo Osagyefo Moisés. Ele comprova o facto através do recibo que entregou na hora da entrega do manuscrito na Fundação Amílcar Cabral. Por isso, afirma, “foi com espanto que eu soube que o vencedor do prémio é Osagiefo Moisés, meu pseudónimo, quando a obra premiada é outra”.

Membro do júri do Prémio Sonangol, Corsino Fortes admite algum lapso na divulgação da informação por parte da imprensa sendo, porém, seguro e certo que o vencedor do concurso é João Lopes Filho, que concorreu com o pseudónimo de Roberto Xavier, com o romance “Percursos & destinos”. “Isto está fora de dúvida”, garante. “Fui o presidente do júri, num total de 53 obras concorrentes, das quais apenas 11 passaram à fase final, o vencedor é João Lopes Filho”.

“”Percursos & destinos”, segundo o autor de “Pão & Fonema”, é um romance que surpreende. “Decorre num espaço bem determinado da vida histórica, económica e social de Cabo Verde. Ele pega na nossa insularidade, percorre-a”, sem deixar de lado “a consciência internacional da caboverdianidade”.

A surpresa é maior porquanto João Lopes Filho, apesar de ter publicado nos anos 70 um livro de contos, é conhecido como antropólogo. “A escolha do romance dele foi por unanimidade pelos sete elementos do júri. Havia outras obras de autores cabo-verdianos, eu nem sabia que o Ludgero Correia tinha concorrido porque só se abre o envolope das obras premiadas. Aliás, Cabo Verde tem-se saído bem no concurso da Sonangol”, acrescenta Corsino Fortes, para quem as duas outras obras que conseguiram menção honrosa são também de grande qualidade estética.

Uma é “Laço de aço lasso” (poemas), do angolano Jordão Augusto Trajano, e outra é “Filho do Planalto” (romance), que se passa no Moçambique pré-colonial. “Tive pena de não haver prémios ex-aequo porque qualquer um deles poderia ganhar. Mas a haver um vencedor a escolha recaiu de forma unânime no romance de João Lopes Filho”, conclui Corsino Fortes.

Fonte: A Semana

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