Ananda Rope - Correio Braziliense
Prestes a embarcar para o Campeonato Mundial Sub 20 de judô, no Marrocos, e de malas prontas, a atleta Rafaela Silva, 18 anos, recebeu a ingrata notícia de que foi cortada da Seleção Brasileira. A carioca, campeã mundial júnior em 2008, na Tailândia, deixou a concentração, no Rio de Janeiro, na sexta-feira à noite sem pedir autorização. Em nota oficial, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) afirmou que a atleta foi desligada do grupo por ter "deixado a concentração sem autorização e sem comunicar à comissão técnica". A punição é pontual e será aplicada apenas à competição, realizada entre os dias 21 e 24 deste mês.
"Ela havia solicitado ao coordenador de base (Luiz Romariz) a possibilidade de sair no sábado para se apresentar ao seu novo clube, o Fluminense, mas foi informada de que o pedido deveria ser formalizado por meio do seu técnico ou clube (Instituto Reação). O Flávio Canto (idealizador do Instituto Reação, trabalho social que revelou a judoca) ligou para o técnico da Seleção masculina, Henrique Guimarães, pedindo a autorização e foi orientado a ligar para a comissão técnica que estava no Rio. Flávio deve ter achado que por ter conversado com o Henrique já estava tudo certo. Mesmo assim, a Rafaela saiu na sexta-feira à noite e sem autorização. Os atletas da Seleção júnior estão sob responsabilidade da Confederação, não podem sair assim à noite”, explicou o coordenador técnico internacional da CBJ, Ney Wilson.
Em defesa da principal representante brasileira na categoria com peso até 57kg, Flávio Canto garantiu, em nota, ter solicitado a autorização e considerou o corte um exagero. "A autorização para sair da concentração para participar da apresentação no Fluminense foi solicitada, sim - inclusive por mim -, mas faltou melhor entendimento por nossa parte sobre a aprovação formal dessa liberação. Rafaela não foi à praia ou ao cinema, foi se apresentar no seu novo patrocinador. Respeito a decisão da CBJ, entretanto, considero o corte, sem direito a defesa, um tremendo exagero e sem nenhum sentido construtivo."
Em nota oficial, a CBJ afirmou que a decisão do desligamento foi unânime e tomada após reunião com o presidente da CBJ (Paulo Wanderley Teixeira), Luiz Romariz, Ney Wilson e os treinadores Douglas Vieira, Henrique Guimarães e Rosicleia Campos. "Diante dos fatos apresentados, foi acordado que ela ficaria afastada desta competição (Mundial Sub-20). Tanto que, na semana que vem, no dia 27, ela viajará com a Seleção adulta para o Mundial por Equipe, na Turquia. Entendemos que ela é uma atleta jovem. Não tínhamos dúvida de que ela conseguiria uma medalha no Mundial do Marrocos, mas ela tem potencial e a queremos preservar para o futuro", completou Wilson.
Segundo ele, o corte é uma "punição pedagógica" para que a atleta sinta na pele que precisa, num esporte como o judô, seguir a hierarquia e ter disciplina. "Além disso, houve falha na comunicação. Com certeza, se ela tivesse saído no sábado, como havia solicitado, teria recebido outro tipo de advertência."
O Super Esportes tentou conversar com Rafaela Silva, até o fechamento desta edição, mas não conseguiu.
Brasilienses no Mundial
Pela primeira vez, o Distrito Federal consegue emplacar três judocas na Seleção júnior. Prontos para disputar seu primeiro Mundial Sub-20, entre os dias 21 e 24 deste mês, no Marrocos, Lucas Almeida (até 73kg), 19 anos, Vinicius Sakamoto (até 66kg), 18, e Sérgio Nascimento (até 55kg), 19, já estão no país africano. "Os três vão com chances reais", garantiu o mestre Robert Marques, da Academia Espaço Marques, em Taguatinga, que acompanha o desempenho deles.
Para o coordenador-técnico internacional da CBJ, Ney Wilson, a participação dos brasilienses é uma incógnita, pela inexperiência. Outros 12 atletas representarão o Brasil na competição.
FONTE: Superesporteshttp://www.superesportes.com.br/
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