segunda-feira, outubro 11, 2010

Eça de Queiroz em retratos

Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC

Interessado pela arte fotográfica, o pai do realismo português facilitou bastante o impecável trabalho de garimpagem reunido no exemplar Eça de Queiroz - Fotobiografia (Editora Leya Brasil, 434 páginas, R$ 159,90). O autor é um dos mais famosos ‘queirosianos'', o arquiteto A. Campos Matos, nascido na mesma Póvoa de Varzim que o objeto do livro, o escritor José Maria d''Eça de Queiroz, que viveu entre 1845 e 1900 e foi cônsul em Cuba, Inglaterra e França.

A edição reúne fotos de família que beiram a descontração. Seja em conversa com amigos, na praia, gargalhando junto aos filhos e até vestindo uma cabaia chinesa que ganhara de um conde, Eça se entregou às lentes tanto quanto foi possível.

Porém, mais do que simplesmente construir uma árvore genealógica ilustrada dos Eça de Queiroz, o biógrafo estendeu a pesquisa, incluindo nomes que foram influência direta ao autor de O Primo Basílio e O Crime do Padre Amaro, como seus professores na Universidade de Coimbra, na qual estudou Direito. Os colegas e grandes amigos das primeiras atividades literárias também merecem destaque, com fotos e históricos.

A organização, no entanto, facilita a consulta à edição, de forma cronológica. Os avós de ambos os lados da família são apresentados, assim como a casa onde o escritor nasceu, as e as escolas pelas quais passou - incluindo fotos mais recentes dos prédios e pátios.

REVELAÇÕES

Os descendentes - teve quatro filhos do casamento com Emília de Castro - também têm seus feitos revelados. A primogênita, Maria (apontada como a preferida), organizou o espólio do pai. Ela chegou a publicar livro em que a correspondência entre ele e a mãe foi exposta, como forma de refutar os boatos de que a união era de conveniência.

Cartas reveladoras aos amigos também merecem destaque no livro. O irmão de Emília, por exemplo, foi o grande incentivador do relacionamento. Antes de se casar, descreveu ao amigo Ramalho Ortigão como seria a mulher ideal. "Eu precisava de uma mulher serena, inteligente, com uma certa fortuna (não muita), de caráter firme sob um caráter meigo, - que me adotasse como se adota uma criança", diz no trecho.

FONTE: Diário do Grande ABC

http://www.dgabc.com.br/

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