terça-feira, setembro 14, 2010

No auge aos 29 anos, Coxinha lembra tempos de coadjuvante

Filho de vendedores de salgados, Leandro Cunha costumava presentear seu professor de judô com coxinhas na infância. Chamado pelo apelido até hoje, o atleta de 29 anos viveu na sombra de concorrentes como Henrique Guimarães e João Derly até atingir o auge com a medalha de prata na categoria meio-leve do Mundial do Japão.


"Com certeza, vai representar muito na minha vida. Eu estava há muito tempo batalhando por isso e agora tive a oportunidade. Agradeço a todos que confiaram em mim mesmo nos momentos difíceis. Quero abraçar minha chance até o final", disse o judoca ao desembarcar em Guarulhos na manhã desta terça-feira.


Até 2004, Coxinha foi reserva de Henrique Guimarães, bronze nos Jogos Olímpicos de Atlanta-1996. Entre 2005 e 2008, ele enfrentou a concorrência de João Derly, bicampeão mundial em 2005 e 2007. Fora das principais competições, o judoca chegou a ficar desmotivado.


"Em 2008, não consegui me classificar para as Olimpíadas. Passei dois anos fora do cenário mundial. Disputei com atletas muito fortes do Brasil, principalmente o Derly. Eu fiquei desanimado para treinar, mas sempre passei por momentos difíceis na minha vida", afirmou.


Coxinha recuperou a confiança apenas com a classificação para o Mundial de Roterdã-2009. "Eu estava bem na luta e perdi por um detalhe para o campeão olímpico. Depois desse Mundial, pensei que chegaria no próximo para medalhar", contou o judoca.


Com a prata no peito, Coxinha transbordava felicidade na manhã desta terça-feira. Ainda com duas feridas no rosto causadas pelos combates, ele atendeu a imprensa com um sorriso permanente no rosto, tirou fotos com fãs de ocasião e até falou de si na terceira pessoa.


"Deu para provar que o Leandro chegou aí e representou bem o Brasil. Lutei até o final e tive a chance de ser campeão, mas a prata está de bom tamanho. Estou novamente no cenário e quero trabalhar para os próximos objetivos. Essa medalha mostra que precisa perseverar sempre. O caminho foi difícil, mas valeu a pena", comemorou.


Depois de embarcar para o Japão ao lado de nomes como Tiago Camilo, Leandro Guilheiro e Luciano Corrêa, ele ainda não tem dimensão de seu feito. "Demora um pouco para cair a ficha. Lutei no último dia de competição e depois você vai sentindo a sensação de ser o segundo melhor do mundo, ainda mais no Japão, o berço do judô", encerrou.

FONTE: Terra Brasil

http://esportes.terra.com.br/

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