Filho de vendedores de salgados, Leandro Cunha costumava presentear seu professor de judô com coxinhas na infância. Chamado pelo apelido até hoje, o atleta de 29 anos viveu na sombra de concorrentes como Henrique Guimarães e João Derly até atingir o auge com a medalha de prata na categoria meio-leve do Mundial do Japão.
"Com certeza, vai representar muito na minha vida. Eu estava há muito tempo batalhando por isso e agora tive a oportunidade. Agradeço a todos que confiaram em mim mesmo nos momentos difíceis. Quero abraçar minha chance até o final", disse o judoca ao desembarcar em Guarulhos na manhã desta terça-feira.
Até 2004, Coxinha foi reserva de Henrique Guimarães, bronze nos Jogos Olímpicos de Atlanta-1996. Entre 2005 e 2008, ele enfrentou a concorrência de João Derly, bicampeão mundial em 2005 e 2007. Fora das principais competições, o judoca chegou a ficar desmotivado.
"Em 2008, não consegui me classificar para as Olimpíadas. Passei dois anos fora do cenário mundial. Disputei com atletas muito fortes do Brasil, principalmente o Derly. Eu fiquei desanimado para treinar, mas sempre passei por momentos difíceis na minha vida", afirmou.
Coxinha recuperou a confiança apenas com a classificação para o Mundial de Roterdã-2009. "Eu estava bem na luta e perdi por um detalhe para o campeão olímpico. Depois desse Mundial, pensei que chegaria no próximo para medalhar", contou o judoca.
Com a prata no peito, Coxinha transbordava felicidade na manhã desta terça-feira. Ainda com duas feridas no rosto causadas pelos combates, ele atendeu a imprensa com um sorriso permanente no rosto, tirou fotos com fãs de ocasião e até falou de si na terceira pessoa.
"Deu para provar que o Leandro chegou aí e representou bem o Brasil. Lutei até o final e tive a chance de ser campeão, mas a prata está de bom tamanho. Estou novamente no cenário e quero trabalhar para os próximos objetivos. Essa medalha mostra que precisa perseverar sempre. O caminho foi difícil, mas valeu a pena", comemorou.
Depois de embarcar para o Japão ao lado de nomes como Tiago Camilo, Leandro Guilheiro e Luciano Corrêa, ele ainda não tem dimensão de seu feito. "Demora um pouco para cair a ficha. Lutei no último dia de competição e depois você vai sentindo a sensação de ser o segundo melhor do mundo, ainda mais no Japão, o berço do judô", encerrou.
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