terça-feira, setembro 14, 2010

Com nova regra, judocas veem Brasil e Japão à frente na corrida por Londres-2012

14/09/2010 - 13h35

Brasileira Mayra Aguiar ficou com a medalha de prata no Mundial do Japão

Jorge Corrêa
Em São Paulo

Depois de uma campanha pífia no torneio em 2009, o Brasil se recuperou e voltou do Japão nesta terça-feira com quatro medalhas do Mundial de Judô, que aconteceu na última semana, em Tóquio. Além de maior foco na preparação, os brasileiros não hesitaram em apontar as novas regras do esporte como ponto importante nessa evolução.

Desde o final do ano passado, ficaram proibidas catadas nas pernas, técnica característica de escolas europeias. O resultado foi um avanço dos países que apostam mais na luta em pé, principalmente o Japão. Baseada na japonesa, a escola brasileira também se viu beneficiada com essa mudança.

“As meninas na Europa são muito fortes, principalmente em golpes de perna, então o judô brasileiro e o japonês se deram muito bem, pois são mais técnicos, se movimentam mais. Fica melhor para nós e é menos perigoso”, explicou Sarah Menezes, que ficou com o bronze na categoria até 48 kg.

Para Mayra Aguiar, medalha de prata no peso até 78 kg, os japoneses serão os mais favorecidos. “Ficou muito bom para eles, que tinham muita implicância com as catadas, que sempre acabavam caindo. O judô japonês é praticamente todo em pé, então para eles foi ótimo, até dá para ver nos resultados.”


“Mudou bastante, muita gente teve de mudar completamente sua forma de lutar. Tem gente que não gostou da regra, mas está bom assim. Um pessoal já estava viciado, mas para mim não foi muito problema, até pela minha idade”, completou a judoca de 19 anos.


Leandro Cunha, que ficou com o segundo lugar na categoria de até 66 kg, explica que brasileiros e japoneses chegam fortes para esse novo ciclo olímpico e até mesmo para os Jogos de Londres, em 2012. “Teve uma grande mudança no cenário mundial com essas novas regras. Nós viemos do berço do judô japonês e o Brasil já vem adaptando isso muito bem.”

“No decorrer dos campeonatos, fomos colocando isso na prática. E chegou nesse campeonato mundial, nada melhor que essas medalhas para mostrar que o Brasil está forte para disputar qualquer campeonato”, seguiu.

Para Tiago Camilo, que foi campeão mundial em 2007 mas terminou em sétimo nesse ano, as alterações deixaram o judô mais atrativo para o público. “Essa mudança veio para melhorar o judô, a qualidade vista pelo telespectador, ficou mais plástico, estão saindo mais ippons.”

“Está todo mundo crescendo. Mesmo os europeus, que fazem um judô mais de catada de perna, estão bem. Os japoneses estão na frente. É só ver os resultados que eles tiveram nesse Mundial. Tem dois anos ainda para as Olimpíadas e certamente nós vamos crescer e vamos chegar forte”, finalizou.


FONTE: UOL Esporte


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