terça-feira, maio 19, 2009

O novo professor de poesia de Oxford é uma «ela»


19.05.2009 Literatura
O novo professor de poesia de Oxford é uma «ela»

Depois de Carol Ann Duffy ter sido a primeira mulher em 341 anos a ser distinguida como “poeta laureado” no Reino Unido, é a vez de Ruth Padel ser eleita para um dos cargos literários mais prestigiados em terras de Sua Majestade.

O tempo delas parece estar finalmente a chegar; neste último mês, a presença feminina tem-se feito notar em posições académicas e literárias onde apenas homens tinham tido lugar. Após um concurso controverso para a ocupação do cargo de professor de poesia na prestigiada Universidade de Oxford, foi Ruth Padel a eleita, quebrando uma tradição masculina existente desde a criação do cargo académico, em 1708.

Trineta de Charles Darwin, Padel diz sentir-se «honrada» em aceitar uma posição que já foi ocupada por nomes como Matthew Arnold ou W.H. Auden: «Devo agradecer à universidade e às pessoas que votaram em mim», declarou ao Guardian.

Derek Walcott, que também concorria ao cargo, desistiu na semana passada após a recepção de um dossier enviado de forma anónima a 200 académicos de Oxford, e que continha detalhes sobre um caso de assédio sexual envolvendo Walcott e um estudante de Harvard, que fez as acusações.

Ruth Padel, cujos 297 votos contra os 129 do poeta e crítico Arvind Mehrotra lhe valeram a vitória no concurso, declarou a sua vontade de difundir a poesia por toda a universidade: «Li para estudantes de Física, Zoologia e Antropologia, e todos se mostraram entusiasmados com a Poesia, principalmente com a ligação entre poesia e ciência (...), e isto é o que eu gostaria de fazer, explorar o que é que a poesia pode oferecer a cada aluno, a cada departamento, a cada universidade». O seu desejo passa por «unir humanidades e ciências na variedade e riqueza da poesia».

Assim, e depois da distinção de Carol Ann Duffy, os tempos parecem mesmo estar a mudar no Reino Unido; Ruth Padel ocupará o seu gabinete em Setembro, com uma posição que significa muito mais para o mundo das Letras do que uma simples vitória — significa que o valor académico e literário se sobrepôs à tradição masculina, e que Oxford pode estar certa de ter incluído nos seus quadros um passo gigante para a igualdade de géneros.

FONTE (foto incluída): Rascunho - Portugal

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