Seção : Música - 15/02/2009 04:00
Belo-horizontinos podem conferir montagem do Met em salas de cinema
Marcello Castilho Avellar - EM Cultura
Belo-horizontinos podem conferir montagem do Met em salas de cinema
Marcello Castilho Avellar - EM Cultura
Belo Horizonte se integra hoje a outras seis cidades brasileiras numa iniciativa incomum: assistir a uma ópera em gravação digital de alta definição. Não é qualquer ópera, mas a brilhante criação do repertório do século 18 Orfeu e Eurídice, do alemão Christoph Willibald Gluck (1714-1787). Trata-se da elogiada versão de uma das melhores casas especializadas no gênero do mundo, o Metropolitan Opera House (Met), de Nova York. Catorze salas brasileiras (duas em BH: Ponteio e Belas Artes) apresentarão a obra quase simultaneamente – a exemplo do que estará ocorrendo em diversos países.
As sessões se tornaram possíveis pela convergência de dois fatores. O primeiro, lá nos Estados Unidos, foi um megapatrocínio dado ao Met, que permitiu a gravação, em vídeo de alta definição, de apresentações de importantes espetáculos que o teatro mantém em seu repertório. O segundo, no mundo inteiro, foi o fato de que diversos distribuidores estão começando a perceber a rede como instrumento contemporâneo para os cinemas, não só no sentido de transmitir obras, mas também como recurso de mobilização de espectadores. No Brasil, quem promove as sessões é a MovieMobz – que anda ensaiando a ideia de permitir aos próprios espectadores escolher a programação de sessões de cinema.
A iniciativa de associar novas estratégias e novas tecnologias parece ter funcionado. O lançamento do projeto Met Opera – Live in HD no Brasil lotou o Cine Odeon, no Rio de Janeiro, em 1º de fevereiro, com uma apresentação de La Rondine, de Puccini – cerca de 1 milhão de pessoas já assistiram às apresentações, em 30 países e 850 salas de cinema. Para este ano, a temporada brasileira do projeto inclui outras quatro peças: Lucia de Lamermoor, de Donizetti (1º de março); Madame Butterfly, de Puccini (22 de março); La sonnambula, de Bellini (5 de abril); e La cenerentola, de Rossini (24 de maio).
Os brasileiros, mesmo os que gostam de ópera, conhecem pouco a obra de Gluck, compositor pouco encenado no país. Não sabem o que estão perdendo. Gluck era especialista no gênero, um dos primeiros criadores a perceber o que mais tarde seria defendido por gigantes como Verdi ou Wagner: na ópera, o que interessa é o espetáculo. Sua criação deve ter incomodado muitos ouvidos da época, acostumados às harmonias equilibradas da música clássica. Gluck nunca foge do efeito dramático, do vínculo psicológico entre música e drama, da tempestade emocional representada por instrumentos e vozes.
ORFEU E EURÍDICE
Ópera de Christoph Gluck, em montagem do Metropolitan Opera House. Belas Artes, hoje, às 17h. Ponteio: Domingo, às 17h, e terça-feira, às 19h30. R$ 25 (inteira) e R$ 12,50 (meia).
FONTE (foto incluída): UAI - Belo Horizonte,MG,Brazil
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