segunda-feira, janeiro 19, 2009

Luisa Dacosta lança " Um Olhar Naufragado" na Póvoa de Varzim


Luisa Dacosta lança " Um Olhar Naufragado" na Póvoa de Varzim

Luísa Dacosta está de regresso à Póvoa de Varzim para o lançamento do livro "Um Olhar Naufragado"( Diário II), no dia 19, às 18h00, na Biblioteca Municipal e a apresentação está a cargo de Paula Morão.

A escritora, que no ano passado ofereceu o seu espólio à Câmara Municipal, já apresentou alguns dos seus livros na nossa cidade de tal modo que já foi nomeada “cidadã poveira». Luísa Dacosta nasceu em Vila Real, em 1927. Na Faculdade de Letras de Lisboa terminou o curso de histórico-filosóficas, mas não a licenciatura, e sobre a sua formação a escritora revela:

”As minhas universidades foram as mulheres de Aver-o-Mar, que murcham aos trinta anos, vivem e morrem na resignação de ter filhos e de os perder, na rotina de um trabalho escravo, sem remuneração, espancadas como animais de carga, e que mesmo afeitas, num treino de gerações, às vezes não aguentam e se suicidam (oh! Senhora das Neves! E tu permites!) depois de um parto, quando o mundo recomeça num vagido de criança! Às mulheres de Aver-o-Mar devo a língua, ao rés do coloquial.”

Professora do ensino oficial, Luísa Dacosta começou a sua vida literária em 1955 com o livro de contos "Província".

No domínio da ficção, editou: Vovó Ana, Bisavó Filomena e Eu (1969) e Corpo Recusado (1985). Em 1970 iniciou a escrita de livros para crianças: O Príncipe que guardava Ovelhas (1970), foi distinguido pela Internacional Board on Books for Young People como um “excepcional exemplo de literatura com interesse internacional”.

Na sua actividade de tradutora, traduziu obras de Nathalie Sarraute e Simone de Beauvoir.

Colaborou também em numerosos periódicos, de que podem destacar-se: Colóquio/Letras, O Comércio do Porto, Jornal de Notícias, Raiz e Utopia e Seara Nova.

Interessa-lhe sobretudo o quotidiano e a situação da mulher.

O registo dos seus livros tem um sabor autobiográfico.

Com a obra Na Água do Tempo, ganhou, em 1992, o Prémio Máxima. Em 1994, obteve o Prémio Calouste Gulbenkian da Literatura para Crianças para o melhor texto para crianças do biénio 1992-1994, e em 2001 foi apresentada a sua candidatura ao Prémio Andersen pelo conjunto da sua obra para crianças pela Associação Portuguesa para a Promoção do Livro Infantil e Juvenil.

Também nesse ano lhe foi atribuído , pela Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto, o Prémio “Uma Vida, Uma Obra”.

Em 2004, foi distinguida com o Prémio para a área do Ensino no âmbito da iniciativa da Cooperativa Árvore comemorativa dos 30 anos do 25 Abril e dos 150 anos da morte de Almeida Garrett. Em 2007, o seu livro O Rapaz que sabia acordar a Primavera, ilustrado por Cristina Valadas, obteve o Prémio Nacional de Ilustração.
Zita Ferreira Braga
FONTE (foto incluída): Jornal Hardmusica - Lisboa,Portugal

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