quarta-feira, outubro 29, 2008

Teatro: Comédia absurda "Os Antílopes", sobre "a relação dos brancos com África"


Teatro: Comédia absurda "Os Antílopes", sobre "a relação dos brancos com África"

Lisboa, 29 Out (Lusa) - A Companhia de Teatro de Almada estreia quinta-feira a comédia absurda "Os Antílopes", do escritor sueco Henning Mankell, no Teatro Municipal de Almada, numa encenação de Solveig Nordlund.

"[A peça] conta a última noite em África de um casal de cooperantes que está à espera do substituto do marido num projecto do Banco Mundial para abrir poços... e o substituto acaba por chegar", disse à Lusa a encenadora sueca naturalizada portuguesa.
Os actores Isabel Muñoz Cardoso, José Airosa e Rogério Vieira vestem a pele das três personagens desta comédia, que a encenadora escolheu para apresentar este escritor e argumentista sueco de 60 anos, que há muito tempo vive entre a Suécia e Moçambique e cuja obra nunca foi representada em Portugal.
"Ele diz que os negros são as personagens principais da peça, mas são invisíveis. Portanto, os actores da peça são os brancos, a peça é sobre a relação dos brancos com África", explicou Solveig Nordlund, uma relação que Mankell "conhece bem", porque vive e trabalha em Maputo, como director do Teatro Avenida, para o qual escreve e encena.
"São dois mundos - é isso que ele sublinha - que não se conhecem e, de facto, não se compreendem", observou.
Sobre a sua ida para África, o escritor explica, citado no comunicado do TMA, que não foi "por motivos românticos".
"Aqui não há nada de paradisíaco - bem pelo contrário. Mas desde a infância sabia que um dia havia de vir para cá", afirma Mankell, que nasceu numa pequena cidade do nordeste da Suécia, se casou com a filha do cineasta Ingmar Bergman e foi, durante anos, dramaturgo e encenador, até publicar, em 1973 o seu primeiro romance, e se celebrizar com o policial "Assassino sem Rosto", a que se seguiram outros (publicados em Portugal pela Presença).
"Fico colérico quando oiço a forma como se fala de África [na Europa]. Sabemos tudo acerca de como os africanos morrem, e nada sobre a forma como eles vivem! Chegou a altura de África invadir a Europa com as suas histórias, tal como fez a América Latina nos anos sessenta", defende.
Henning Mankell mantém a sua ligação à Suécia, através da editora que fundou, a Leopard, na qual utiliza os lucros das vendas dos seus romances policiais para publicar autores africanos.
Fundou igualmente uma oficina de escrita, a que chamou Memory Books, para que pessoas infectadas com o vírus da sida possam deixar aos filhos um testemunho das suas vidas.
"Os Antílopes" estará em cena na sala experimental do Teatro Municipal de Almada (TMA) até 30 de Novembro, de quarta-feira a sábado às 21:30 e ao domingo às 16:00.
Na quinta-feira, depois da estreia da peça, pelas 23:30, será inaugurada na galeria do teatro uma exposição de pintura da autoria da encenadora, realizadora e pintora Solveig Nordlund, de 64 anos, à qual o TMA dedica o mês de Novembro.
A completar o programa, decorrerá ainda um ciclo de cinema, em que serão exibidos quatro filmes por ela realizados, o primeiro dos quais será, no dia 04, "Comédia Infantil" (2003), uma adaptação de um livro de Mankell com o mesmo nome, editado em Portugal pela Asa.
"É uma história sobre crianças de rua em África, crianças na guerra, é uma história mágica e muito bonita", referiu.
A 13 de Novembro, será projectado o filme "Aparelho Voador a Baixa Altitude" (2002), dia 15 será a vez de "Uma História Imortal" (1992) e, a 19, "Uma História Imortal" (2003).


FONTE: RTP - Lisboa,Portugal

Vladimir Putin lança DVD sobre judo


18:11 - Judo Vladimir Putin lança DVD sobre judo

O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, que hoje celebra 56 anos, apresentou um DVD de instrução de artes marciais, no qual partilha o seu entusiasmo pelo judo. O DVD “Let's Learn Judo with Vladimir Putin” (“Vamos aprender judo com Vladimir Putin”) é o resultado da cooperação de Putin com outros entusiastas de judo, incluindo o japonês Yasuhiro Yamashita, antigo campeão mundial e olímpico. O vídeo mostra o primeiro-ministro russo - cinturão negro na modalidade - a atirar um adversário ao tapete e, aparentemente, foi produzido de forma privada. Tem como principais destinatários os estudantes russos de judo. Vladimir Putin, no dia em que completa 56 anos, apresentou o DVD a jornalistas e outros convidados e afirmou que o vídeo é mais do que um mero “truque publicitário”. Quem quer o visualize “não vai aprender judo com o vosso humilde servo, mas com génios reais [da arte marcial]”, disse. Partes do vídeo foram já mostradas na televisão russa: mostram Putin a falar sobre a história e filosofia do judo, bem como alguns movimentos exemplificativos do primeiro-ministro russo. Putin chegou por uma vez a ser campeão de judo na sua cidade natal - São Petersburgo - e não hesita em promover o desporto. O primeiro-ministro russo revelou ainda que o presidente francês Nicolas Sarkozy pretende ter algumas lições de judo. “Ele tem interesse em artes marciais e decidimos fazer algum treino juntos” - citação de Putin publicada pelo jornal francês “Le Fígaro” no passado mês.

FONTE: O Jogo - Porto,Porto,Portugal

Adquiridas cartas de várias personalidades


Biblioteca Nacional
28-10-2008 21:08
Adquiridas cartas de várias personalidades

Diversas cartas de Teófilo Braga, Bernardino Machado, Manuel Arriaga e Teixeira de Pascoais enviadas a Ana Castro Osório fazem agora parte do espólio da Biblioteca Nacional.
Em comunicado, a instituição explica que adquiriu as missivas num leilão no passado dia 25, altura em que estava também para licitação um conjunto de cartas de Marcelo Caetano, que acabaram nas mãos de um particular.Neste mesmo leilão a Biblioteca Nacional ampliou também o seu espolio com manuscritos autógrafos de Camilo Castelo Branco, Fontes Pereira de Melo, António Correia de Oliveira e Eugénio de Andrade.

FONTE: Rádio Renascença - Lisboa,Lisboa,Portugal

terça-feira, outubro 28, 2008

Lya Luft fala sobre processo criativo em Salvador


Lya Luft fala sobre processo criativo em Salvador
Eduardo Vieira, do A Tarde

O universo que envolve os bastidores da criação literária é motivo de curiosidade. A maneira como os variados personagens surgem, o ambiente escolhido pelo escritor para começar a contar as suas histórias, assim como a escolha dos temas, são elementos íntimos e reveladores de cada autor.
Desvendar um pouco sobre este processo criativo é a proposta do Laboratório do Escritor, que chega pela primeira vez a Salvador no próximo dia 15, a partir das 19 horas, no Cine-teatro Casa do Comércio, com entrada gratuita. Quem fala sobre as particularidades da sua criação é a gaúcha Lya Luft, com mais de 20 obras no currículo e responsável por sucessos como "Perdas & ganhos", "Pensar é transgredir" e, o mais recente, "O silêncio dos amantes", lançado no primeiro semestre.
“Eu levo a minha profissão com enorme naturalidade. Mesmo quando tinha meus três filhos em casa, nunca foi: vamos falar baixinho, mamãe está escrevendo. Assim como não faço vida literária. Vivo muito recolhida em minha casa e não faço pose literária” (risos), disse Lya Luft, em entrevista exclusiva por telefone.
Segundo a autora, quando começa a escrever uma obra, apenas um pequeno recolhimento é necessário. “É óbvio que na hora de escrever eu me fecho no meu pequeno escritório. Mas também não é que ninguém possa entrar. Quando minhas netas estão aqui, entram. Eu faço com grande alegria, não escrevo com angústia”.
O Laboratório do Escritor chega à capital baiana como parte do Centro Cultural Banco do Brasil Itinerante e funciona como uma espécie de talk show. Criado em 2006 pelas jornalistas Cristiane Costa e Valéria Lamego, o formato também permite que a platéia participe com perguntas. “O público não é necessariamente de escritor, mas de pessoas que tenham gosto por literatura”, diz Lya, que participou de edições anteriores da iniciativa.
A autora aponta a reflexão de cada obra como o mais difícil. “O processo que mais demora é o de meditar, de deixar que os personagens venham a mim, ver o que eles querem. Só começo a escrever quando o livro quer ser escrito. Em geral, leva de cinco a seis meses. Mas se não posso escrever, se tenho que viajar, não me aflige porque é meu, está dentro de mim. Na hora certa eu retorno”, diz.
Carreira – Escritora de sucesso, não somente no quesito vendagem, como na forma precisa de utilizar a palavra, Lya tem a obra marcada por temas como incomunicabilidade, infância, perdas e outras questões existenciais. Foi assim em livros mais conhecidos, como Perdas & ganhos, mas também em obras como O rio do meio e As parceiras – um dos primeiros da autora, romance publicado em 1980.
“A incomunicabilidade e a incompreensão me chamam a atenção. Sempre fui muito fascinada pelo ser humano, pela vida, por esse mistério, por essa estranheza, inclusive pelo drama existencial. Eu tive uma vida muito protegida, uma infância muito feliz, uma família muito amorosa, mas sempre, por alguma razão, lá da minha genética psíquica, fui fascinada pelo outro lado. Quando as coisas não dão certo, pela solidão, pela frustração que eu via às vezes nas pessoas”, diz.
Segundo Lya, essa frustração vem justamente da observação das várias realidades do ser humano e não tem fundamento em questões difíceis enfrentadas por ela, como a morte de dois companheiros. “Meus primeiros romances foram bem antes da morte de Hélio Pellegrino e da doença longa e morte do meu primeiro marido, de quem me separei e voltei a casar. Não foram romances de sofrimento meu, ao contrário, foram de observação do ser humano e de fascinação e estranheza com as dificuldades”.
Lya Luft começou a publicar obras em 1964, aos 26 anos, mas demorou para se assumir como escritora. “Respeito muito a profissão de escritor. Todo mundo escreve livro e quer ser escritor. Prostituta, atriz, atriz iniciante, jogador de futebol. É moda colocar escritor no currículo. Realmente tinha livros publicados em editoras daqui do Rio Grande do Sul, mas não me considerava escritora. Era uma tradutora que, eventualmente, escrevia”.
A autora escreve uma coluna quinzenal na revista Veja e, entre outros temas, comenta a política. “Eu sou muito descrente. Acho que há uma grande falta de respeito pelos personagens políticos. A culpa é deles mesmos. Nos últimos anos, a dupla corrupção e impunidade nos deixou descrentes”.
Com livros infantis publicados, Lya fala sobre a importância de uma leitura adequada aos pequenos. “Fui criada no meio de livros e acho extremamente importante. Na minha casa, com meus filhos e, hoje, com os netos, livro é instrumento cotidiano. Temos autores extraordinários. E temos muita bobagem, muito livro tolo”, considera.

FONTE: A Tarde On Line - Salvador,BA,Brazil

Brinco por Rinaldo de Fernandes


25/10/2008 23:14:00
Brinco

Por Rinaldo de Fernandes

As lonas.
As lonas amarelas das barracas.
Rostos
cervejas
grama e lama.
A barba do professor no balcão é uma lua boiando na tarde.
E ela ali, sozinha na mesa.
A silhueta petrolina, paulista, não sei.
E o brinco.
Vem o garçom, churrasquinho e gentilezas pra ela.
Hum...
Estudantes, no auditório, protestam.
Ainda polícia no campus?
Passou a onda, ficou a espuma.
Por favor, me deixem nesta barraca, companheiros!...
A silhueta dela.
Entorno o copo, bom...
Apanho a tampinha de cerveja no chão, jogo na direção dela.
Brinco.
Sujo isopor do menino do picolé
tampinha
brinco
pernas passando
camisa do Che
buzina
tampinha
brinco
pano de um circo, longe
copa do oiti
tampinha
sol no tampo da mesa
brinco
grama mole
tampinha
cheiro de cebola
brinco
brinco
brinco
Que bom!...
Quero um churrasquinho também.
Hoje mais nenhuma palestra, desenredos, ufes!
O escorrego.
A bunda na grama daquela lá.
Já falei — por aí tem lama.
O ramo da lama na bunda.
Mais uma aqui, garçom!
Uma vez mais, brinco, jogo-lhe uma tampinha.
Ela nem se mexe: bebe sua branca vodca.
Vou mijar nos jardins da biblioteca.
Mijo na garganta da flor.
Volto.
Ainda ali, na mesa, rima deste congresso, ela — sozinha.
Ainda ali, o brinco: breve e agudo.
Jogo mais uma tampinha.
Brinco que não faísca.

Às cinco da tarde, quando o sol já cai por trás das marquises e copas das árvores, pára um carro ali rente ao meio-fio. O brinco então balança, sorri e segue para o carro. É só aí que percebo que ele não é único. O outro, que lhe forma o par, o espera ali ao volante.

Rinaldo de Fernandes é contista, romancista e antologista. Autor do livro de contos O perfume de Roberta (Rio de Janeiro: Garamond, 2005), do romance Rita no Pomar (Rio de Janeiro: 7 Letras, 2008) e organizador, entre outras, da antologia Capitu mandou flores: contos para Machado de Assis nos cem anos de sua morte (São Paulo: Geração Editorial, 2008). Em 2006 obteve o Prêmio Nacional de Contos do Paraná com o conto “Beleza”.

FONTE: Portal de Literatura e Arte Cronocópios

Os homens e demais primatas preferem as mulheres de vermelho

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Os homens e demais primatas preferem as mulheres de vermelho
28/10 - 15:22 - AFP

Os homems são bastante atraídos sexualmente por mulheres que usam o vermelho, como acontece com outros primatas machos tais como os chimpanzés e os babuínos, segundo estudos publicados nesta terça-feira nos Estados Unidos. Sem negar que os efeitos afrodisíacos do vermelho sejam, em parte, produto de um condicionamento social, o trabalho revela que a resposta sexual dos homens a essa cor se explica provavelmente por uma reação com raízes biológicas profundas.

Entre babuínos e chimpanzés, as fêmeas ruborizam, por exemplo, de maneira evidente quando ovulam, lançando, com isso, uma mensagem sexual muito clara para atrair o macho. "Nossa pesquisa estabelece um paralelo na maneira pela qual primatas machos humanos e não-humanos reagem ao vermelho", escrevem os cientistas da Universidade de Rochester (Nova York, leste) que tiveram seu estudo divulgado na edição do Journal of Personality and Social Psychology deste 28 de outubro.

"Ela confirma as antigas suspeitas de muitas mulheres, a de que os homens agem como os demais primatas no domínio sexual", acrescentam.

"Embora os homens gostem de pensar que eles reajam ao charme feminino de maneira atenciosa e rafinada, parece, pelo menos em alguns pontos, que suas preferências e predileções sejam, numa palavra, primitivas", prosseguem os pesquisadores.

Os psicólogos realizaram diferentes experiêncis mostrando a homens com mais de 20 anos fotografias de mulheres. Em todas as circunstâncias apresentadas nesses testes, as mulheres vistas numa fotografia com a borda em vermelho, ou usando roupas vermelhas, foram consideradas mais atraentes e mais desejáveis sexualmente que as mesmas mulheres mostradas com outras cores.

Quando ela usa vermelho, é com mais freqüência convidada a sair e levada aos locais mais caros.

Embora o vermelho tenham ampliado os sentimentos positivos nesta pesquisa, outros estudos realizados anteriormente levam a pensar que as cores podem suscitar diferentes reações, segundo o contexto.

Assim, a cor vermelha em competições esportivas ou durante exames escritos é associada a maus resultados, destacam os autores deste estudo, entre eles Andrew Elliot, professor de psicologia na Universidade de Rochester.

FONTE: Último Segundo - São Paulo,SP,Brazil