Varadouro 2008
23-Set-2008
Em sua quarta edição, festival traz um leque de apresentações culturais sinalizando a pluralidade musical do país
23-Set-2008
Em sua quarta edição, festival traz um leque de apresentações culturais sinalizando a pluralidade musical do país
O Festival Varadouro chega à sua quarta edição com o patrocínio da Petrobrás, reforçando o conceito de diversidade cultural. Filiado à ABRAFin e parceiro do Circuito Fora do Eixo, o Festival em 2008 será realizado nos dias 26 e 27 deste mês, no estacionamento do Arena da Floresta, a partir das 18 horas. O Varadouro mais uma vez impulsiona a integração da América Latina através das manifestações integradas da cultura e assume definitivamente o papel de propulsor na discussão dos problemas sócio-culturais e ambientais que atingem o planeta através de sua programação que envolve debates, palestras e oficinas de conscientização, capacitação e potencialização de talentos. O Festival é uma realização do Catraia Coletivo de Cultura com patrocínio da Trama Virtual, Cerveja Sol e Governo do Acre e parceria do Ministério da Cultura.
Durante os dois dias serão mais de vinte bandas, entre acreanas, nacionais e da América Latina, de vários estilos e propostas, como Los Porongas, Filomedusa, Hey, Hey, Hey (RO), Linha Dura (MT), os veteranos do Cordel do Fogo Encantado (PE), e os bolivianos da Atajo e os peruanos da Bareto, além de diversas outras atrações musicais.
Além da música, esta edição do Festival agrega a Semana Varadouro, iniciada no último dia 20, com a realização de oficinas e palestras gratuitas de artes visuais, produção cultural, jornalismo, dramaturgia, audiovisual e radiodifusão, moda e marketing cultural, com intuito de capacitar pessoas para os diversos segmentos que integram as cadeias produtivas da cultura. A Semana termina no dia 28, com o II Campeonato Varadouro de Skate. Com isso, o Festival Varadouro, pretende fazer jus ao conceito: abrir caminhos.
O Cordel do Fogo Encantado se apresenta no Festival Varadouro no dia 27 como uma das principais atrações. O Cordel que nasceu como espetáculo cênico-musical em Arcorverde (PE), terra natal de Lirinha, vocalista e panderista, dos percussionistas Emerson, Nêgo Henrique e Rafa Almeida e o violonista Clayton), misturava a tradição musical do sertão - o toré indígena (herança da tribo Xucuru), o samba de coco, o reisado, a embolada e a música dos cantadores - e a poesia popular de nomes como Chico Pedrosa, Manoel Filó, Manoel Chadu, Inácio da Catingueira e Zé da Luz.
Foi em 99 que o Cordel estreou participando do Rec-Beat, festival organizado anualmente durante os quatro dias de Carnaval. O primeiro álbum veio em 2000, com produção do percussionista Naná Vasconcellos. Saíram em turnê pelo Sudeste, promovendo o disco, chamaram a atenção de crítica e público, lotando teatros no Rio e São Paulo.
Nas excursões pelo cinema participaram da trilha sonora de Deus é Brasileiro, de Caca Diegues e Lirinha (vocalista), interpretou “O Amor é Filme”, em Lisbela e o Prisioneiro, de Guel Arraes.
O segundo trabalho, “O Palhaço do Circo Sem Futuro”, veio em 2002, de forma independente, foi produzido pelo grupo e lançado no primeiro semestre de 2003. A lona do circo foi desarmada. Depois de percorrer praticamente todo o país com o espetáculo que rendeu indicações às mais respeitadas premiações musicais, o Cordel do Fogo Encantado lança seu terceiro disco: “Transfiguração”.
A base continua a mesma: três percussões, um instrumento harmônico e a força da poesia como motivo da reunião. A maturidade musical se traduz no aprofundamento de novas descobertas sonoras de instrumentos. A percussão é levada para um ambiente mais contemporâneo, trazendo o frescor de uma música inventiva e não meramente reprodutora de ritmos existentes.
“Transfiguração” é, entre os álbuns do grupo, o que apresenta maior diversidade musical. A única participação especial é de BNegão, na faixa “Pedra e Bala (ou Os Sertões)”. Repleto de referências, o disco propõe um passeio pelos universos de Graciliano Ramos, Ítalo Calvino, Nietzsche, Euclides da Cunha, Ana Cristina César, o beatnik de Jack Kerouak, além de Bertolt Brecht e José Celso Martinez Corrêa.
Além da música, esta edição do Festival agrega a Semana Varadouro, iniciada no último dia 20, com a realização de oficinas e palestras gratuitas de artes visuais, produção cultural, jornalismo, dramaturgia, audiovisual e radiodifusão, moda e marketing cultural, com intuito de capacitar pessoas para os diversos segmentos que integram as cadeias produtivas da cultura. A Semana termina no dia 28, com o II Campeonato Varadouro de Skate. Com isso, o Festival Varadouro, pretende fazer jus ao conceito: abrir caminhos.
A música inventiva do Cordel do Fogo Encantado
O Cordel do Fogo Encantado se apresenta no Festival Varadouro no dia 27 como uma das principais atrações. O Cordel que nasceu como espetáculo cênico-musical em Arcorverde (PE), terra natal de Lirinha, vocalista e panderista, dos percussionistas Emerson, Nêgo Henrique e Rafa Almeida e o violonista Clayton), misturava a tradição musical do sertão - o toré indígena (herança da tribo Xucuru), o samba de coco, o reisado, a embolada e a música dos cantadores - e a poesia popular de nomes como Chico Pedrosa, Manoel Filó, Manoel Chadu, Inácio da Catingueira e Zé da Luz.
Foi em 99 que o Cordel estreou participando do Rec-Beat, festival organizado anualmente durante os quatro dias de Carnaval. O primeiro álbum veio em 2000, com produção do percussionista Naná Vasconcellos. Saíram em turnê pelo Sudeste, promovendo o disco, chamaram a atenção de crítica e público, lotando teatros no Rio e São Paulo.
Nas excursões pelo cinema participaram da trilha sonora de Deus é Brasileiro, de Caca Diegues e Lirinha (vocalista), interpretou “O Amor é Filme”, em Lisbela e o Prisioneiro, de Guel Arraes.
O segundo trabalho, “O Palhaço do Circo Sem Futuro”, veio em 2002, de forma independente, foi produzido pelo grupo e lançado no primeiro semestre de 2003. A lona do circo foi desarmada. Depois de percorrer praticamente todo o país com o espetáculo que rendeu indicações às mais respeitadas premiações musicais, o Cordel do Fogo Encantado lança seu terceiro disco: “Transfiguração”.
A base continua a mesma: três percussões, um instrumento harmônico e a força da poesia como motivo da reunião. A maturidade musical se traduz no aprofundamento de novas descobertas sonoras de instrumentos. A percussão é levada para um ambiente mais contemporâneo, trazendo o frescor de uma música inventiva e não meramente reprodutora de ritmos existentes.
“Transfiguração” é, entre os álbuns do grupo, o que apresenta maior diversidade musical. A única participação especial é de BNegão, na faixa “Pedra e Bala (ou Os Sertões)”. Repleto de referências, o disco propõe um passeio pelos universos de Graciliano Ramos, Ítalo Calvino, Nietzsche, Euclides da Cunha, Ana Cristina César, o beatnik de Jack Kerouak, além de Bertolt Brecht e José Celso Martinez Corrêa.
Cordel do Fogo Encantado, La Pupunã e Mercadorias e Futuro no Varadouro
O Festival Varadouro não é meramente um espaço para o rock in roll, segundo definem seus criadores. Reunindo um mix arrojado de atividades, o projeto além de trabalhar a formação com oficinas e palestras, promove o intercâmbio e apresenta shows com bandas que sinalizam a diversidade cultural no país. Entre os grupos que passeiam por essa pluralidade musical, que irão se apresentar ao público acreano figuram o Cordel do Fogo Encantado (PE) e o La Pupuña (PA).
Para marcar melhor essa diversidade cultural proposta como conceito, o Festival Varadouro apresenta em sua programação o espetáculo ‘Mercadorias e Futuro’, escrito e interpretado por José Paes de Lira, o Lirinha, vocalista do grupo Cordel do Fogo Encantado. A peça com apresentação no dia 25, às 20 horas, no Teatro Plácido de Castro é um projeto paralelo e experimental do músico dentro de outra linguagem. Com co-direção assinada pela atriz Leandra Leal, Mercadorias e Futuro é uma performance que une texto, som, luz e improviso.
Sobre Mercadorias e Futuro - Na peça, Lirinha interpreta Lirovsky, um vendedor de livros que inventou uma parafernália de máquinas em forma de carrinho para ajudar em seu ofício. Dessa aparelhagem, dispara sons, imagens e luz, pondo em cena um aparato de recursos tecnológicos contemporâneos. São equipamentos que ele mantém ao alcance do corpo, ativando um arsenal de áudios pré-gravados que, junto com os improvisos, se convertem na trilha sonora do espetáculo. “Mercadorias e Futuro” é sobre arte, comércio e direito autoral, sobre a dificuldade de unir arte e negócios, sobre como trabalhar e ganhar dinheiro.
Livovsky é um comerciante de registros proféticos, dotado da ciência de colecionar a poesia das predições e de caçar as inscrições do que está por vir. Possuidor do dom de estudar, de decifrar e de narrar mensagens que anunciam o futuro, é também detentor do direito divino de transformar essa narrativa na mercadoria que oferece ao público. No exercício de sua função de vendedor, Lirovsky ocupará o palco como se ocupasse uma feira, à semelhança dos antigos que vendiam poesia metrificada pendurada em cordões, o que hoje denominamos “literatura de cordel“ Além do aparato tecnológico de som e luz, e, claro, das citações dos profetas que compõem o livro, Lirovsky recorre à obra de outros poetas, não ficcionais, para fortalecer seu argumento de vendedor. Aí entra a estética do improviso, decorrente da herança poética do autor, com citações de falas de poetas como Zé da Luz, Manoel Filó e Lourival Batista.
Rock, merengue, surf music, brega e a guitarrada do La Pupuña O grupo paraense se apresenta na primeira noite do Varadouro, dia 26, sexta-feira, juntamente com bandas do Acre, Tocantins, Rio Grande do Sul, São Paulo e Pará. Misturando rock, merengue, surf music, brega e, é claro, a guitarrada paraense, o La Pupuña traz Adriano Sousa (bateria), Marcio Goés (baixo), Diego Muralha (guitarra), Luiz Félix (guitarra e percussão), Rodolfo Santana (teclado) e Ytanaã Figueiredo (voz e percussão). A banda surgiu exatamente no ponto em que o deslumbramento com os tiozões do Mestres da Guitarrada veio à tona, quando o Brasil passou a conhecer o trabalho de Aldo Sena, Curica e Mestre Vieira, que, amplificando suas guitarras em linha direta no som, sem o auxilio de pedais, amplificadores caríssimos e guitarras com timbres específicos, conseguiram colocar os ouvidos mais atentos perto da caixa de som e fazer o pezinho bater no ritmo irresistível para uma dança. Movidos por esse espírito, os estudantes de música partiram para um projeto de pesquisa chamado Guitarrada – a música instrumental com sotaque paraense, que tinha como base justamente o trabalho do trio de senhores. Depois disso, foi só a tentativa de adicionar ao seu som as influências que trazem Dick Dale, The Clash, Pink Floyd, Buena Vista Social Club etc. O La Pupuña é hype em Belém, eles tocam quase todos os dias da semana em diversos bares da cidade. Tem sido assim desde que Belém descobriu essa fusão inteligente e experimental que coloca os pupuñeros rodeados de mulheres dançando num clima de sensualidade que faria Rick Martin morrer de inveja.
Para marcar melhor essa diversidade cultural proposta como conceito, o Festival Varadouro apresenta em sua programação o espetáculo ‘Mercadorias e Futuro’, escrito e interpretado por José Paes de Lira, o Lirinha, vocalista do grupo Cordel do Fogo Encantado. A peça com apresentação no dia 25, às 20 horas, no Teatro Plácido de Castro é um projeto paralelo e experimental do músico dentro de outra linguagem. Com co-direção assinada pela atriz Leandra Leal, Mercadorias e Futuro é uma performance que une texto, som, luz e improviso.
Sobre Mercadorias e Futuro - Na peça, Lirinha interpreta Lirovsky, um vendedor de livros que inventou uma parafernália de máquinas em forma de carrinho para ajudar em seu ofício. Dessa aparelhagem, dispara sons, imagens e luz, pondo em cena um aparato de recursos tecnológicos contemporâneos. São equipamentos que ele mantém ao alcance do corpo, ativando um arsenal de áudios pré-gravados que, junto com os improvisos, se convertem na trilha sonora do espetáculo. “Mercadorias e Futuro” é sobre arte, comércio e direito autoral, sobre a dificuldade de unir arte e negócios, sobre como trabalhar e ganhar dinheiro.
Livovsky é um comerciante de registros proféticos, dotado da ciência de colecionar a poesia das predições e de caçar as inscrições do que está por vir. Possuidor do dom de estudar, de decifrar e de narrar mensagens que anunciam o futuro, é também detentor do direito divino de transformar essa narrativa na mercadoria que oferece ao público. No exercício de sua função de vendedor, Lirovsky ocupará o palco como se ocupasse uma feira, à semelhança dos antigos que vendiam poesia metrificada pendurada em cordões, o que hoje denominamos “literatura de cordel“ Além do aparato tecnológico de som e luz, e, claro, das citações dos profetas que compõem o livro, Lirovsky recorre à obra de outros poetas, não ficcionais, para fortalecer seu argumento de vendedor. Aí entra a estética do improviso, decorrente da herança poética do autor, com citações de falas de poetas como Zé da Luz, Manoel Filó e Lourival Batista.
Rock, merengue, surf music, brega e a guitarrada do La Pupuña O grupo paraense se apresenta na primeira noite do Varadouro, dia 26, sexta-feira, juntamente com bandas do Acre, Tocantins, Rio Grande do Sul, São Paulo e Pará. Misturando rock, merengue, surf music, brega e, é claro, a guitarrada paraense, o La Pupuña traz Adriano Sousa (bateria), Marcio Goés (baixo), Diego Muralha (guitarra), Luiz Félix (guitarra e percussão), Rodolfo Santana (teclado) e Ytanaã Figueiredo (voz e percussão). A banda surgiu exatamente no ponto em que o deslumbramento com os tiozões do Mestres da Guitarrada veio à tona, quando o Brasil passou a conhecer o trabalho de Aldo Sena, Curica e Mestre Vieira, que, amplificando suas guitarras em linha direta no som, sem o auxilio de pedais, amplificadores caríssimos e guitarras com timbres específicos, conseguiram colocar os ouvidos mais atentos perto da caixa de som e fazer o pezinho bater no ritmo irresistível para uma dança. Movidos por esse espírito, os estudantes de música partiram para um projeto de pesquisa chamado Guitarrada – a música instrumental com sotaque paraense, que tinha como base justamente o trabalho do trio de senhores. Depois disso, foi só a tentativa de adicionar ao seu som as influências que trazem Dick Dale, The Clash, Pink Floyd, Buena Vista Social Club etc. O La Pupuña é hype em Belém, eles tocam quase todos os dias da semana em diversos bares da cidade. Tem sido assim desde que Belém descobriu essa fusão inteligente e experimental que coloca os pupuñeros rodeados de mulheres dançando num clima de sensualidade que faria Rick Martin morrer de inveja.
Programação Festival Varadouro 2008
DIA 26 SEXTA FEIRA
Tk7dois1 (AC) – 19h00
Boddah Di Ciro (TO) – 19h30
Blush Azul (AC) – 20h00
Marlton (AC) – 20h30
La Pupuña (PA) - 21h00
Yaconawás (AC) – 21h30
Ecos Falsos (SP) – 22h00
Survive (AC) – 22h30
Pata de Elefante (RS) – 23h00
Los Porongas (AC)– 23h30
Atajo (Bolívia) – 00h00
DIA 27 SÁBADO
Ashaninka (AC) 18h00
Hey, Hey, Hey (RO) 19h30
Silver Cry (AC) 20h00
Calango Smith (AC) 20h30
Cabocrioulo (AM) 21h00
Diego de Moraes e o Sindicato (GO) 21h30
Nicles (AC) 22h00
Linha Dura (MT) 22h30
Bareto (Peru) 23h00
Filomedusa (AC) 23h30
Cordel do Fogo Encantado (PE) 00h00
Jeronymo Artur (Comunicação Catraia)
Jeronymo Artur (Comunicação Catraia)
Rose Farias (FEM)Fonte: Trama Virtual
SERVIÇO
Quando: 26 e 27 de Setembro, a partir das 18 horas
Onde: no estacionamento do Arena da Floresta
Para saber mais: http://www.festivalvaradouro.com.br/
FONTE (photo include): Página 20 - Rio Branco,AC,Brazil
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