terça-feira, maio 06, 2008

Brasil usa alta tecnologia contra isolamento continental no judô

06/05/2008 - 08h07
Brasil usa alta tecnologia contra isolamento continental no judô
Bruno Doro
Em Belo Horizonte (MG)

Isolado na América do Sul, o Brasil está usando alta tecnologia para diminuir a distância entre seus atletas e os principais centros estrangeiros. Com imagens digitais e softwares que reconhecem a movimentação dos atletas, a Confederação está criando um banco de dados extenso para que a falta de intercâmbio não prejudique nas Olimpíadas.
O programa começou em 2007 e já tem arquivados dados de 82 % dos lutadores que os brasileiros podem enfrentar nos Jogos de Pequim. O "scout" Leonardo Mataruna, ex-judoca, colhe dados variados sobre cada lutador, desde o número de entradas em cada luta, o tempo real de cada combate, passando pelos tipos de pegada no quimono e como o atleta se movimenta no combate.
No futuro, ele planeja até mesmo calcular qual a força dos movimentos de cada lutador, usando altura, envergadura e velocidades dos golpes para preparar melhor os brasileiros. "Com isso, podemos calcular qual a carga de musculação cada atleta precisa fazer para enfrentar determinado adversário", diz Mataruna.
O trabalho de scout, junto com as imagens das lutas, vai para técnicos e atletas, que usam o material para fazer preparações específicas. "Muito do que conquistamos no Pan-Americano do Rio e no Mundial do ano passado eu atribuo a esse trabalho de scout. É claro que não é só isso, mas é uma arma que está funcionando", diz o coordenador de seleções Ney Wilson.
Os atletas também elogiam o serviço. Atual bicampeão mundial, João Derly admite que isso ajuda a suprir a deficiência de intercâmbio do país. "Quando vamos lutar na Europa, vemos que todo mundo está filmando os adversários. Por isso, é bom que nós tenhamos esse serviço também. Em Olimpíadas e Mundiais, o nível é muito parecido e são os detalhes que fazem a diferença para o ouro", fala o gaúcho.
Aos 16 anos, Mayra Aguiar é uma das que mais sofre com a distância. Uma das principais apostas para a conquista da primeira medalha feminina, ela admite que não conhece a maioria das suas adversárias. "É até estranho porque eu chego para a competição, não conheço muitas meninas, mas quase todas sabem como eu luto".
Nesta temporada, os brasileiros não tiveram muitas oportunidades para competir no exterior. Cada membro do time olímpico competiu duas vezes na Europa até agora - e ainda vai competir mais uma vez, no final de maio, na Super Copa do Mundo de Moscou. Até os Jogos, porém, a Confederação marcou treinamentos de campo com França, Itália, Azerbaijão e Japão para os homens e Espanha para as mulheres, além do período de aclimatação no Japão.
FONTE: UOL Esporte - São Paulo,SP,Brazil

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