quinta-feira, março 27, 2008

Palácio Guanabara reúne dança clássica e popular em programa gratuito


26/03/2008 - 11:09
Palácio Guanabara reúne dança clássica e popular em programa gratuito

O projeto Jardim Musical recebe o público no Palácio Guanabara, domingo, dia 30 de março, para assistir a dois espetáculos de dança: um popular - o Jongo da Serrinha - e outro clássico - Le Jardin Animé. com as bailarinas da Escola de Dança Maria Olenewa. A reunião do clássico com o popular traz a versão de um jardim animado, inspirado por um poema de Lord Byron, que integra o balé "O Corsário" e o jongo, uma arte que mistura dança e música e que deu origem ao samba. Jardim Musical é uma realização da Secretaria de Cultura em parceria com o Gabinete da Casa Civil, com curadoria de João Guilherme Ripper, diretor da Sala Cecília Meireles (Lapa).
Seis dançarinos e nove músicos integram o grupo Jongo da Serrinha apresentando os tradicionais pontos. A primeira parte do espetáculo é dedicada aos ritmos do folclore angolano como umbandas e vissungos, seguida por uma animada e contagiante roda de Jongo. O jongo é uma dança de roda e de umbigada, para se dançar de pés descalços. Formada a roda, os casais se dirigem para o centro, um de cada vez, sempre girando em sentido anti-horário. A umbigada no idioma quimbundo chama-se "semba" — matriz da expressão samba — e é tradicional característica do jongo, que na Serrinha é dançado com o passo "tabiá", uma pisada forte com o pé direito.
Originário da região do Congo-Angola na África, o jongo chegou ao Brasil com os negros da nação banto que vieram trabalhar como escravos nas fazendas do Vale do Rio Paraíba. Com o fim da escravidão, os trabalhadores migraram para a capital, o Rio de Janeiro, instalando-se nos morros cariocas. E lá mantiveram seus costumes, entre eles o jongo, cuja tradição era transmitida oralmente de pai para filho e a dança, exclusiva dos mais velhos da comunidade. Com a ameaça de extinção do conhecimento tradicional, diluído pela violenta urbanização e os novos costumes, Vovó Maria Joana Rezadeira e Mestre Darcy Monteiro resolveram quebrar o tabu e abrir o jongo para a juventude, na intenção de manter viva a tradição jongueira na comunidade da Serrinha, onde nasceu. Funcionou: a Serrinha, berço da escola de samba Império Serrano, tomou nas mãos a preservação da magnífica cultura e hoje a cultiva e divulga em todo país.
O desfile de abertura, "Le jardin animé", do ballet "O Corsário", será apresentado pelos alunos da Escola de Dança Maria Olenewa nesse domingo, no Jardim Musical. Essa montagem, premiada em 2006 no Festival de Dança de Joinville, faz parte do famoso balé coreografado por Petipa e inspirado em um poema de Lord Byron. Trata-se de uma seqüência de fantasia onde as fontes brincam, as flores dos jardins são transformadas em mulheres e uma grande dança com as flores anima o jardim em uma celebração da graça e harmonia.
A Escola Estadual de Dança Maria Olenewa foi fundada em 1927 por Maria Olenewa, então a primeira bailarina da Companhia de Dança Ana Pavlova, da Rússia. Olenewa levou seu projeto de fundar a primeira escola de dança do país à direção do Theatro Municipal e a instituição iniciou suas atividades no prédio anexo do Municipal, onde funcionou até 1977. Do ano seguinte até hoje, está sediada na Rua Visconde de Maranguape, 15, na Lapa. A primeira apresentação foi com o balé "Les Silphydes", de Fokine, com a própria Maria Olenewa. A Escola oferece curso para jovens entre 8 a 17 anos, com duração de 9 anos, dividido em quatro módulos. Entre os cerca de 50 alunos que a cada ano se matriculam no curso, pelo menos 50% são originários de projetos sociais do Rio. Pela Escola passaram: Madelene Rosay, Eva Tudor, Bibi Ferreira, Nora Esteves, Tamara Capeller, Ãngela Vieira, Daniele Suzuki, Áurea Ramos, ex-primeira bailarina do American Ballet, dos EUA; Letícia Oliveira, 1ª bailarina do Houston Ballet, dos EUA; Roberta Marques, 1ª bailarina do Royal Ballet,de Londres; Marcia Haydée, ex-diretora e ex-1ª bailarina do Ballet de Stutgart, da Alemanha, além de William Pedro, que integra a Cia de Dança do Século 20, de Maurice Bejart, da Bélgica, entre outros.
O restaurante-escola do Palácio Guanabara estará aberto ao público vendendo salgados, sanduíches e refrescos.
Jardim musical, em 30 de março (domingo) às 17h: Jongo da Serrinha 18h30: Balé Le Jardin Animé, no Palácio Guanabara - Rua Pinheiro Machado, s/nº, Laranjeiras, Rio de Janeiro (RJ). * Entrada Franca. Por: Ascom/Cultura

FONTE (photo include): Revista Fator - Sao Paulo,Sao Paulo,Brazil

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