Weary
Kaushik Chatterjee
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Crônicas de Improviso
Erivelto Oliveira Sales *
Publicado: Terça-feira, 18 de março de 2008
Badaladinho de Assis - Parte I
Há seis anos o Mainardi escreveu uma crônica chamada Chega de Drummond. Era o ano do centenário de nascimento do poeta gauche. Itabira estava por todos os lados. Eram pedras demais no caminho do Mainardi. Ele resolveu curar a ressaca lendo João Cabral, para se livrar da pieguice de Drummond. Não sei o que pensa o Mainardi sobre o Ano do Machado. Sei o que penso eu.
Este ano comemora-se o centenário de morte do maior expoente de todos os tempos da literatura nacional (1839 – 1908). Isso é o que dizem, mas não é o que penso. O fato é que no decorrer de 2008 teremos uma infindável overdose sobre o Bruxo do Cosme Velho. Não confundir esse bruxo com o outro, também presente na ABL. Sim, o Paul Rabbit. Bruxo, sim, mas genérico.
Publicada no Diário Oficial da União, a lei n° 11.522, que assinala 2008 como o Ano Nacional Machado de Assis, foi assinada pelo presidente do seu país, que não deve fazer idéia alguma de quem seja o tal Badaladinho de Assis. É sabido que Sir Lula nunca gostou de ler. O que não é nenhuma surpresa. Quem é que gosta de ler neste Brasilzão com exceção de uma meia dúzia deslocada, sem nexo e fora de si? Estou falando de leituras sérias, e não de listas de livros x, y, z empurrados goelinhas abaixo por revistonas ambíguas.
As atividades sobre o Badaladinho de Assis para este ano vão desde um colóquio na USP; passa por uma exposição sobre suas obras na 27ª Feira do Livro de Santiago, no Chile; inclui a Festa Literária Internacional de Parati, a Flip, que acontecerá de 2 a 6 de julho, sendo ele o persona mui grata, claro; até um congresso sediado na Universidade de Yale, na terra do Buxi, onde o Bruxinho será o badalado. Ou homenageado, dependendo do ângulo que se vê.
Repare aí que a tal Universidade é a que o senhor Harold Bloom dá aulas desde a década de 50. O badalado crítico literário escreveu o livro Gênio, listando cem autores que ele considera como tais. Sim, está lá o Badaladinho de Assis, o único brasileiro. Aí, lendo uma entrevista do Bloom em que ele alfineta o bruxinho HP, encontro duas coisas curiosas: que Bloom estava à procura de um grande poeta brasileiro vivo, mas que ainda não havia encontrado um sequer. A entrevista é de fevereiro de 2003. E o Augusto de Campos? E o escovador de palavras, Manoel de Barros? E, waaal, a essa época o babélico Haroldo de Campos era vivo! A outra? Perguntado sobre Guimarães Rosa, o crítico disse já ter ouvido falar (sic), mas que receava não ter tempo para lê-lo (!).
O que mais me irrita nisso tudo é esse negócio de datas comemorativas. Sobretudo as que arredondam para um centenário. Poxa!, é preciso esperar chegar cem anos para homenagear alguém ou algum acontecimento relevante? É a mesma presepada com essa patota de dia dos namorados, dia das mães, dos pais, da mulher, do coelhinho da lacta, do Mau Velhinho, da sogra, de não sei o quê. Eu não preciso esperar uma data imposta pelo setor econômico para presentear alguém a quem admiro. O pior é que se você não dá um presente é tachado de anti-comemorativo. E se você faz um agrado fora de época é porque a consciência está pesando dez toneladas.
Na próxima crônica vamos conversar sobre diversos eventos comemorativos arrendodados. Já que a ordem é essa, prepare-se para festejar desde o centenário de nascimento de Guimarães Rosa (1908 – 1967), os 400 anos do nascimento do Padre Antônio Vieira, o centenário da imigração sushi no Brasil até os 200 anos da chegada da família surreal fugidinha de Portugal et cetera.
Erivelto Oliveira Sales *
Publicado: Terça-feira, 18 de março de 2008
Badaladinho de Assis - Parte I
Há seis anos o Mainardi escreveu uma crônica chamada Chega de Drummond. Era o ano do centenário de nascimento do poeta gauche. Itabira estava por todos os lados. Eram pedras demais no caminho do Mainardi. Ele resolveu curar a ressaca lendo João Cabral, para se livrar da pieguice de Drummond. Não sei o que pensa o Mainardi sobre o Ano do Machado. Sei o que penso eu.
Este ano comemora-se o centenário de morte do maior expoente de todos os tempos da literatura nacional (1839 – 1908). Isso é o que dizem, mas não é o que penso. O fato é que no decorrer de 2008 teremos uma infindável overdose sobre o Bruxo do Cosme Velho. Não confundir esse bruxo com o outro, também presente na ABL. Sim, o Paul Rabbit. Bruxo, sim, mas genérico.
Publicada no Diário Oficial da União, a lei n° 11.522, que assinala 2008 como o Ano Nacional Machado de Assis, foi assinada pelo presidente do seu país, que não deve fazer idéia alguma de quem seja o tal Badaladinho de Assis. É sabido que Sir Lula nunca gostou de ler. O que não é nenhuma surpresa. Quem é que gosta de ler neste Brasilzão com exceção de uma meia dúzia deslocada, sem nexo e fora de si? Estou falando de leituras sérias, e não de listas de livros x, y, z empurrados goelinhas abaixo por revistonas ambíguas.
As atividades sobre o Badaladinho de Assis para este ano vão desde um colóquio na USP; passa por uma exposição sobre suas obras na 27ª Feira do Livro de Santiago, no Chile; inclui a Festa Literária Internacional de Parati, a Flip, que acontecerá de 2 a 6 de julho, sendo ele o persona mui grata, claro; até um congresso sediado na Universidade de Yale, na terra do Buxi, onde o Bruxinho será o badalado. Ou homenageado, dependendo do ângulo que se vê.
Repare aí que a tal Universidade é a que o senhor Harold Bloom dá aulas desde a década de 50. O badalado crítico literário escreveu o livro Gênio, listando cem autores que ele considera como tais. Sim, está lá o Badaladinho de Assis, o único brasileiro. Aí, lendo uma entrevista do Bloom em que ele alfineta o bruxinho HP, encontro duas coisas curiosas: que Bloom estava à procura de um grande poeta brasileiro vivo, mas que ainda não havia encontrado um sequer. A entrevista é de fevereiro de 2003. E o Augusto de Campos? E o escovador de palavras, Manoel de Barros? E, waaal, a essa época o babélico Haroldo de Campos era vivo! A outra? Perguntado sobre Guimarães Rosa, o crítico disse já ter ouvido falar (sic), mas que receava não ter tempo para lê-lo (!).
O que mais me irrita nisso tudo é esse negócio de datas comemorativas. Sobretudo as que arredondam para um centenário. Poxa!, é preciso esperar chegar cem anos para homenagear alguém ou algum acontecimento relevante? É a mesma presepada com essa patota de dia dos namorados, dia das mães, dos pais, da mulher, do coelhinho da lacta, do Mau Velhinho, da sogra, de não sei o quê. Eu não preciso esperar uma data imposta pelo setor econômico para presentear alguém a quem admiro. O pior é que se você não dá um presente é tachado de anti-comemorativo. E se você faz um agrado fora de época é porque a consciência está pesando dez toneladas.
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* Graduado em Letras, Cronista Intertextual e Mineiro de Três Corações.
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