Augusto Coura
Cinamomo
Do cinamomo começou a chover
As primeiras folhas secas do outono
Que deslizam dos galhos sem gemer
Beijando a relva verde em abandono
Pouco a pouco o tristonho cinamomo
Vê-se envolto numa total nudez
Despido de suas folhas fica como
Vegetal fantasma em sua palidez
Nos braços desnudos da triste árvore
Outrora robusta tal qual o mármore
Trina alegre o bem-te-vi sua canção
Enquanto geme um grilo moribundo
Em cricrilo plangente e bem profundo
Pedindo ao cinamomo o verde pão
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