segunda-feira, julho 24, 2006

ORIENTE MÉDIO - Diplomacia Infrutífera


ORIENTE MÉDIO
Diplomacia infrutífera
Número de vozes condenando o excesso de força usado por Israel cresce no mundo todo, mas governo dos EUA defende Telavive, afirmando que ofensiva é ato de defesa legítima
Patrick Baz/AFP

Libaneses inspecionam destruição causada por bombardeios israelenses em suburbio no Sul de BeiruteLondres/Cairo/Washington – Enquanto milhares de bombas continuam a cair sobre o Líbano e o Exército de Israel avança por terra, os esforços diplomáticos para conter a violência no Oriente Médio parecem infrutíferos. De um lado, os Estados Unidos defendem Israel de maneira incondicional. De outro, as Nações Unidas e líderes de diversos países condenam a ofensiva, classificando-a como desmedida e destacando o perigo para civis e para as instalações de infra-estrutura libanesa. Ontem, o presidente norte-americano, George W. Bush, voltou a acusar a Síria e o Irã de desempenhar um papel crucial no conflito entre Israel e a milícia xiita Hezbollah. Ele afirmou que Damasco e Teerã ameaçam toda a região do Oriente Médio. "Há muitos anos que a Síria vem ajudando a fornecer ao Hezbollah armas fabricadas no Irã", disse Bush em seu programa semanal de rádio. "O regime iraniano desafiou diversas vezes a comunidade internacional com suas ambições nucleares e sua ajuda a grupos terroristas", acrescentou, frisando que a ofensiva israelense é um direito de defesa. O ministro-adjunto britânico do Exterior, Kim Howells, criticou os ataques israelenses, sugerindo que eles são indiscriminados, na mais forte condenação à ofensiva feita por uma autoridade da Grã-Bretanha até o momento. Howells disse que os ataques aéreos de Israel no Líbano, nos últimos 11 dias, nem sempre aparentavam atingir apenas alvos do Hezbollah. "Esses não foram ataques cirúrgicos. É muito, muito difícil entender o tipo de tática militar que tem sido usada", disse Howells em Beirute, onde acompanhava a retirada de cidadãos britânicos. "Se eles (Israel) estão caçando o Hezbollah, então vão atrás do Hezbollah. Você não pode perseguir toda a nação libanesa." Durante um evento na Austrália, o ex-líder soviético Mikhail Gorbachov afirmou que a ofensiva israelense no Líbano é desproporcional e absurda. "O que está acontecendo no Líbano é um absurdo. Eu não posso compreender por que estão fazendo isto com tal amplitude", declarou Gorbachov. Ele disse compreender que haja uma resposta, mas não aceita o fato de que “porque dois soldados foram seqüestrados, a metade da população do Líbano seja bombardeada". O ministro das Relações Exteriores da França, Philippe Douste-Blazy, advertiu contra a continuação do conflito entre Israel e Hezbollah, e pediu imediato cessar-fogo. "Se isto não for feito, será a destruição do estado libanês", declarou. O chanceler recomendou a aplicação da resolução 1559 da ONU, pedindo o desarmamento das milícias no Líbano e o posicionamento do Exército na fronteira com Israel. A Rússia sugeriu ontem que os ministros das Relações Exteriores de todos os países capazes de restaurar a paz no Oriente Médio se reúnam no início da semana que vem, talvez em Roma. "Propomos uma reunião de todos os países e todas as partes que podem ajudar a resolver a crise, em Roma, com ministros das Relações Exteriores da Rússia, Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Itália, Líbano, Jordânia, Arábia Saudita e Egito", disse o ministro do Exterior russo, Serguei Lavrov, em um comunicado. "Você não pode perseguir toda a nação libanesa" • Kim Howells, ministro-adjunto britânico do Exterior
FONTE:http://www.uai.com.br/

Um comentário:

  1. Anônimo5:15 AM

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