O BURRO
Altamirando Requião
Burro, grande filósofo na vida,
Seguindo ao trancos e à mercê da sorte,
Sendo, sempre, levado, de vencida,
Pelos caminhos que vão ter à morte...
A impiedade brutal e indefinida,
Quer te cubra de insulto ou quer te corte
De chicote, na eterna e insana lida,
Há de reconhecer-te como um forte!
Neste orbe ingrato, de ilusões falazes,
Quanto malvado ser, de alma sombria,
Deveria fazer o que tu fazes!
É que, na vida, há muito vil casmurro,
Antes de qualquer outra desvalia,
Incapaz de ser forte como um burro!
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