Aprendi com as primaveras a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira... (Cecília Meireles)
sexta-feira, junho 30, 2006
SEGREDO - Carlos Drummond de Andrade
SEGREDO
Carlos Drummond de Andrade
A poesia é incomunicável
Fique torto no seu canto.
Não ame.
Ouço dizer que há tiroteio
ao alcance de nosso corpo.
É a revolução? o amor?
Não diga nada.
Tudo é possível, só eu impossível.
O mar transborda de peixes.
Há homens que andam no mar
Como se andassem na rua.
Não conte.
Suponha que um anjo de fogo
varresse a face da terra
e os homens sacrificados
pedissem perdão.
Não peça.
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gosto muito dessa poesia
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