14/05/2006
Sustos nas pistas de corrida
Sustos nas pistas de corrida
Mães de atletas contam as loucuras que fazem pelos filhos e como ajudaram (ou atrapalharam?) a formar campeões de diversas modalidades esportivas
Da Redação
Bruno diz que os sustos também são de matar. “Na primeira corrida da temporada 2005 de F-3, na primeira sessão de qualificação, eu vinha numa volta para fazer a pole position. Quando entrei na última curva, acabei colocando duas rodas na terra e rodando bem na frente dela. Controlei o carro e cruzei a linha de chegada de ré, mas pude ver minha mãe olhando pra mim mais branca que uma folha de papel e comecei a rir dentro do carro”, conta o piloto.Para Bruno, a mãe é a sua grande parceira. “Sempre tomamos as decisões para o futuro juntos, em família. Desde o começo, ela me deu o suporte necessário e me apoiou. A primeira reação dela foi de surpresa, porque pensava que, depois do acidente com meu tio, eu tinha deixado de gostar de automobilismo”.
Já Sônia Brochado está sempre interessada nos tempos da filha Mariana Brochado, nadadora do Flamengo e da seleção brasileira. E grita muito quando a campeã cai na piscina, mesmo sabendo que dentro d’ água Mariana só escuta mesmo é o assobio do técnico. “Minha voz é fraca, mas grito assim mesmo. No inicio eu participava mais do dia-a-dia da Mariana como atleta. Hoje, é adulta, responsável e sabe o que tem que fazer. Dou palpite como torcedora, mas sem me meter muito”, diz.Mariana conta que até hoje Sônia lhe pergunta se o tempo obtido numa prova é ruim ou bom. “Ela não entende muito de natação, mas foi importante para o meu sucesso como nadadora. E, assim como o meu pai, me incentivou quando pensei em desistir no início da carreira”, diz.
Cecília é mãe do judoca e campeão olímpico Flávio Canto e faz questão de acompanhá-lo e incentivá-lo nas competições. Foi às Olimpíadas de Atenas, aos pan-americanos de Santo Domingo, Winnipeg e Mar del Plata. E não perde uma seletiva. “Quando Flávio está lutando parece que o meu coração vai explodir. Não sei diferenciar os golpes, nem se ele ganhou ou perdeu. Mas agora ficou mais fácil, com um judoca de branco e outro de azul. E pelo menos os quimonos de hoje não quebram mais a máquina de lavar”, diz Cecília.
Canto é um atleta bem preparado, mas Cecília se preocupa com peso, sono e descanso do judoca. “Sei que ele não precisa mais de mãe, mas fico em cima porque mesmo machucado ele treina”.
O judoca, discorda. “Agora é que preciso mais. Ela é fundamental nos meus projetos”, diz ele, que dirige o Instituto Reação, que trabalha com crianças na Rocinha, na Pequena Cruzada e na Cidade de Deus.
Pior é a mãe que nem pode gritar, como a campeã de natação Paula Amorim, agora na arquibancada de Pedro, de 11 anos, campeão sul-americano de saltos ornamentais e candidato às Olimpíadas de 2012. “Na hora do salto não é permitido gritar, mas, depois, sou proibida pelo Pedro de gritar. Nem de alegria, nem de medo, porque o salto é de dez metros de altura. Fico muda e fecho os olhos de tanto pavor”, diz.
Nos seus tempos de piscina, Paula conta que os pais berravam por ela e pela irmã Patrícia Amorim, mas não atrapalhavam em nada. “Também a gente estava debaixo d’água!”.Quem não quiser ouvir a mãe gritona na arquibancada, que faça então natação. Mas, por vias das dúvidas, a campeã Patrícia Amorim, mãe de três filhos e grávida do quarto menino, treina o gogó. “Vítor, de 9 anos, joga vôlei e estou pronta para gritar por todos eles, até debaixo d’água”.
TORCER PARA GANHAR OU PERDER?
Mãe da vitória. Para a psicóloga Edy Maria Oliveira, presidente do Instituto Brasileiro de Hipnoterapia, há diversos perfis psicológicos de mães de arquibancadas, mas um dos mais negativos é a mãe que cuida não do filho, mas apenas da vitória do filho. “Essa é a mãe que não cuidou do filho ou não pôde cuidar. Ela se sente culpada e cuida agora da vitória do filho. Para aliviar a sensação de não ter estado presente, torna-se figura cativa da arquibancada”, diz. Mas o filho poderá sair perdendo por não ter uma mãe que cuide fundamentalmente dele e sim de sua vitória. Mãe do controle. Essa mãe pode fazer o filho se sentir tão ameaçado que sem dúvida será prejudicial ao seu desempenho como atleta. Edy Maria Oliveira explica que esta é a mãe controladora, que não admite fracassos. Ela fará tudo para fazer do filho um vitorioso, mas o caminho pode ser duro para ele, que viverá pressionado, com medo reforçado de perder. Esse clima não favorece vitórias. Mãe exibicionista. É ela que quer ganhar. Ela é que dará o show e será condecorada. O filho será apenas o seu troféu e ela vai exibi-lo a todos apenas para mostrar como ela é vitoriosa. Mãe-pingüim. Esta é aquela que cuida e prepara o filho para que ele possa seguir o seu caminho com os próprios pés. Para a psicanalista Cristina Castelo, ela não quer viver das vitórias do filho, mas compartilhar com ele as suas conquistas, sejam elas quais forem. Mãe do entusiasmo. Ela está na arquibancada apenas para incentivar o filho. Verificar sempre se ele está fazendo o que gosta e, se ele estiver feliz, vai torcer muito por ele.
Fonte: http://www.oregional.com.br/
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