domingo, novembro 28, 2010

Vocabulário parecido acende o romance

Escolha melhor as suas palavras: um novo estudo sugere que as chamas do amor se apagam quando um homem e mulher empregam palavras como “eu”, “isso”, “mais” ou “menos” em conversas cotidianas.

Durante a última década, pesquisadores desenvolveram um programa de computador que mede a extensão com que as pessoas usam palavras de função ou palavras de outras categorias quando falam ou escrevem. Agora, outros pesquisadores começaram a estudar vários tipos de conversas com esse programa.

Segundo pesquisadores, o uso das palavras na conversação entre um casal, como pronomes, artigos, conjunções, preposições e negações, pode prever o interesse romântico mútuo e a estabilidade das relações.

Esse tipo de coordenação verbal inconsciente, chamada “correspondência de estilo de linguagem”, não significa necessariamente o quanto duas pessoas gostam uma da outra, mas o quanto cada uma está prestando atenção ao que a outra diz.

Os pesquisadores dizem que uma ironia interessante é que duas pessoas que verdadeiramente se odeiam muitas vezes apresentam uma grande quantidade de correspondência de estilo linguagem. Quando brigam, as pessoas tendem a falar ou gritar de maneira semelhante.

No entanto, quando pessoas têm grande correspondência de estilo de linguagem, normalmente é porque se gostam. Se você se der bem com alguém, mas não entender porque, há uma boa chance de que houve uma alta correspondência de estilo de linguagem. Os pesquisadores descobriram também que esse tipo de conexão de conversação ocorre muitas vezes quando negociadores convencem bandidos a se render.

E os laços românticos também podem ser beneficiar dessa correspondência de estilos de conversação. Palavras de função são importantes porque essas palavras são independentes dos tópicos da conversa e requerem conhecimento compartilhado para serem eficazmente utilizadas.

Por exemplo, se dois amigos trabalham em lugares diferentes, vão usar diferentes substantivos e verbos para falar sobre seus dias de trabalho, mas se eles se gostam e entendem bem um ao outro, vão usar palavras de função semelhantes.

No novo estudo, os pesquisadores analisaram 40 conversas entre os participantes. Os casais que usaram tipos e frequência de palavras de função similares foram quase quatro vezes mais propensos a manifestar interesse mútuo em namorar.

Um segundo experimento verificou que dos 86 casais já em relacionamentos, aqueles que usaram semelhantes estilos de escrita durante 10 dias de conversas por mensagens instantâneas foram particularmente propensos a ficar juntos durante os próximos três meses.

Os pesquisadores suspeitam que a correspondência de estilo de linguagem tenha altos e baixos, ou seja, aumenta e diminui nas relações íntimas. Um estudo de arquivo com três pares de escritores famosos apoiou a ideia. Eles analisaram palavras de função em cartas entre os psicanalistas Sigmund Freud e Carl Jung (entre 1906 a 1913), poemas e peças de Elizabeth Barrett e Robert Browning (entre 1838 a 1861) e poemas de Sylvia Plath e Ted Hughes (entre 1944 a 1963).

A correspondência de estilo de linguagem diminuiu conforme cada relacionamento “azedou”. Declínios notáveis ocorreram quando Jung deixou o grupo de psicanálise de Freud, quando Elizabeth Barrett gostou da abordagem da morte enquanto seu marido a temeu, e quando o casamento de Sylvia Plath e Ted Hughes desmoronou. [Sciencenews]

FONTE: HypeScience - A ciência é a grande estrela do mundo real

http://hypescience.com/
http://hypescience.com/vocabulario-parecido-acende-o-romance/

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