sábado, novembro 27, 2010

Mystery White Boy



A vida traz-nos muitas surpresas. 


Jeff Buckley e Grace convenceram-me à primeira audição na integra. Durante vários anos ouvi falar deste fantasma da música rock, mas o seu legado não me conseguiu prender à primeira. Foram precisos cerca de dois anos para o meu subconsciente pedir por ele. E foi das maiores surpresas que tive ultimamente. A sua voz e as suas composições e arranjos merecem um lugar ao lado de nomes como Jimi Hendrix ou Janis Joplin.




Mas eu não venho aqui falar do Grace, nem sobre o pseudo segundo album Sketches for My Sweetheart the Drunk, nem sobre o que poderia ter acontecido caso Jeff Buckley ainda estivesse entre nós. 

Para mim, só há uma forma de confirmar se um artista ou uma banda são bons ou não: concertos. Se um artista ao vivo não me transmite nada, então mais vale esquecer tudo. E até há pouco tempo os videos do Youtube das várias performances de Jeff Buckley ao vivo ainda não me tinham convencido totalmente, principalmente as performances da música "Grace" que é a minha escolha pessoal do álbum inteiro. Não conseguia encontrar algo que igualasse a experiência de ouvir o Grace do princípio ao fim. Por isso comecei a questionar-me "Será que ele tinha assim tanto para dar?" Até ao dia que decidi ouvir o conjunto de álbuns ao vivo que ele tem. 


Aqui entra o que eu agora considero ser o meu álbum ao vivo de eleição. Mystery White Boy é Jeff Buckley no seu mais intenso, emocional, dinâmico e energético. A setlist é irrepreensível, o som da gravação é sublime e a performance... Meu Deus... O arranjo da Eternal Life, o ambiente arrepiante da Dream Brother a abrir, Mojo Pin e Grace com uma intensidade desmedida e um cover fenomenal da Kanga Roo dos Big Star a dar a deixa para fechar com a versão que tornou Jeff Buckley num icone de culto: Hallelujah.


Se por alguma razão não conhecem Jeff Buckley, por favor não façam como eu e não fiquem um par de anos na ignorância. Se por alguma razão conhecem o Grace mas nunca ouviram o Mystery White Boy ou o Live á L'Olympia, então tornem isso uma prioridade. São pedaços de história que merecem os ouvidos do mundo inteiro.

FONTE: BLITZ

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