quinta-feira, outubro 14, 2010

Saiba mais sobre inteligência espiritual

Por Época Negócios

Nem só razão, nem só emoção. Para o indiano Amit Goswami, a base da criatividade é a inteligência que se baseia nas percepções sutis e na intuição. Veja o que o físico indiano fala sobre inteligência espiritual.

Sobre a aproximação entre ciência e espiritualidade

Esta mudança da ciência, de uma visão materialista para uma visão espiritualista, foi quase totalmente devida ao advento da Física Quântica. Ao mesmo tempo, houve algumas mudanças em Psicologia Transpessoal, em Biologia evolucionista, e em Medicina. Mas acho que é correto dizer que a revolução que a Física Quântica causou na Física, na virada do século, seria baseada não apenas no movimento contínuo, mas também no descontínuo. Não apenas transferência local de informações, mas transferência não-local de informações. É um conceito interessante, pois os físicos sempre acreditaram que a causalidade subia a partir da base: de partículas elementares, átomos, para moléculas, para células, para cérebro. E o cérebro seria tudo. O cérebro nos daria consciência, inteligência, todas essas coisas. Mas descobrimos, na Física Quântica, que a consciência é necessária, o observador é necessário. É o observador que converte as ondas de possibilidades, os objetos quânticos, em eventos e objetos reais.

Usando a Inteligência Espiritual

Às vezes, eu digo que todos nós, todas as pessoas, cientistas, todos nós temos dois lados. Um é semelhante a Newton, que quer entender tudo em termos de objetividades, ciências e matemática, e o outro é William Blake, que é místico e ouve diretamente, intuitivamente, desenvolvendo seu retrato do mundo baseado nessa percepção intuitiva. O que ocorre nessa integração é que começamos a entender a natureza da criatividade. E a falsa idéia de que cientistas só trabalham com idéias racionais e matemáticas, está, aos poucos, caindo. Einstein disse isso muito claramente: "Não descobri a Teoria da Relatividade apenas com o pensamento racional". As pessoas não levam a sério tais declarações. Mas Einstein falou sério. Ele sabia que a criatividade era importante. Agora, quase cem anos de pesquisas sobre criatividade estão mostrando que os cientistas também dependem da intuição. Eles também dependem de visões criativas para desenvolver sua ciência. Nem tudo é racional, matemático; nem tudo é pensamento racional.

A questão do 'insight'... arquétipos e evolução

Sou um grande seguidor de Jung. Acho que Jung foi dos precursores da integração que está ocorrendo agora. Nos meus primeiros textos, eu citava muito a afirmação de Jung de que, um dia, a Física Nuclear e a psicologia se unirão. Acredito no conceito de arquétipo de Jung, que fala de aspectos eternos da consciência, contextos eternos da consciência. Acho que é um conceito muito poderoso. Mas, ao mesmo tempo, na Física Quântica, existe a idéia de que tudo que pertence à consciência são possibilidades. E por causa disso, por tudo ser possibilidade, surge a questão: alguém pode ir além de arquétipos fixos e considerar que os arquétipos estão evoluindo?

Levar o mundo interno a sério

Devemos levar nosso mundo interno muito mais a sério. E, quando fazemos isso, nossa vida interna adquire uma enorme importância. Sim, a vida interna lida com o pensamento, a beleza, os arquétipos, de uma forma diferente que a vida externa, materialista. E, focalizando na vida interna, não só podemos nos transformar (essa é a parte mística), mas também podemos ter visões sobre o que criar, como criar, sobre nossas artes, sobre nossa música, até sobre a ciência.

FONTE: Época NEGÓCIOS

http://epocanegocios.globo.com/
 
FOTO: whatthebleep.com

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