domingo, maio 10, 2009

"O Cântico dos Melros" ou o despertar para a Realidade


"O Cântico dos Melros" ou o despertar para a Realidade
O prefaciador de O Cântico dos Melros, o novo livro de Augusto Carlos, é professor de Filosofia na Universidade de Lisboa e tem vasta obra publicada na Poesia, na Ficção, no Teatro e no Ensaio Filosófico.

Autor da tradução de livros budistas e coordenador das obras reunidas de Agostinho da Silva, é sócio-fundador e membro da Direcção do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira, co-director da revista Nova Águia, presidente da União Budista Portuguesa, da Associação Agostinho da Silva e do Movimento Internacional Lusófono (MIL).
Não estivemos no lançamento mas permitimo-nos transcrever o prefácio a que tivemos acesso e que nos parece do maior interesse para melhor compreender o autor.

"O leitor encontra neste novo livro da já extensa obra de Augusto Carlos uma bem-humorada e clarividente alegoria sobre o estado de hibernação que se arrisca a ser o de todos nós. Num estilo ligeiro e claro, mas sempre profundo, o autor oferece-nos, numa ficcionada “Hibernolândia”, atacada por uma “moléstia” que todos padecem mas de que raros se dão conta, um espelho daquilo que temos até hoje feito do mundo e de nós mesmos.

Tudo está invertido em relação ao que seria normal e natural e a suprema inversão consiste em ninguém reparar nisso. A doença ataca tão forte e fundo que ninguém reflecte sobre a ilusão em que anda, numa sociedade que, cavando um fosso entre a opulência de uns e a carência da maioria, destrói as bases da sua harmonia e numa civilização que, voltada contra a natureza da qual depende, ignora estar a cavar a própria sepultura.

Na incultura geral, que nada tem a ver com falta de estudos, mas com egocentrismo e insensibilidade ao sofrimento alheio, a própria democracia não pode senão expressar a geral falta de qualidade humana dos cidadãos e ser presa de políticos que vivem de angariar votos ao serviço de obscuros poderes económicos. Tudo assim decorre nesta “Hibernolândia” que o leitor rapidamente identifica. Tudo assim decorre até que algo acontece: alguém começa a dar-se conta da inversão em que tudo anda. E aí o enredo conhece divertidas peripécias à medida que na doença geral se inocula e propaga um vírus muito particular: o vírus da consciência e da cura, o vírus do restabelecimento da saúde, o vírus do despertar.

Não contamos mais, para não retirar o prazer da leitura. Diremos apenas que o leitor não deve esperar que esta obra lhe ofereça o roteiro já traçado para a solução de todos os seus e nossos problemas ou faça por si a viagem que só a cada um e todos nós compete. O Cântico dos Melros desperta para uma situação e aponta um horizonte de busca, mas não pretende, felizmente, dar-nos mais uma verdade já feita e pronta a consumir. Nesse sentido, responsabiliza-nos por encetarmos a mesma demanda que é a do autor. Com uma certeza, a de que a humanidade não está só neste caminho, a de que uma “nova era” é possível e a de que “o ser humano deve despertar, deve libertar-se da moléstia e aproveitar o que de melhor existe em cada cultura, de modo a reforçar a cultura global da Humanidade”.

Saúdo com alegria o aparecimento desta obra que tão bem adapta ao nosso tempo a mensagem mais intemporal e universal da cultura portuguesa e das sabedorias planetárias. Na verdade, hibernamos e há que Despertar.

"Augusto Carlos, autor humanista, faz o retrato, numa ficção bem dentro da realidade actual, de uma sociedade adormecida, uma 'Hibernolândia' onde a Humanidade vive simetricamente longe da Natureza e do Amor. O nono livro do escritor luso-moçambicano é uma obra que revela um Mundo invertido que temos de arrumar. O prefácio é do Prof. Paulo Borges, presidente da Associação Agostinho da Silva, filósofo, escritor, ensaísta e tradutor.
Augusto Carlos, nasceu em 1955, em Gaza, Moçambique, vive perto de Sintra,e é empresário, formado em Engenharia e apaixonado por Filosofia. Autor de vários livros que falam de amor, paz e diálogo intercultural, é um humanista, um homem livre que não cede a lóbis e a sistemas.

A editora de "O Cântico dos Melros", a Nova Vaga, partilha dos ideais humanistas que suportam a narrativa, tendo como missão publicar obras literárias que promovam a união entre os povos independentemente de credos e religiões.

FONTE (imagem incluída): Jornal Hardmusica - Lisboa,Portugal
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