domingo, maio 18, 2008

Escritores comentam importância de Zélia Gattai para a literatura

17/05/2008 - 18h10 - Atualizado em 18/05/2008 - 08h24
Escritores comentam importância de Zélia Gattai para a literatura
Moacyr Scliar diz que generosidade era traço marcante da colega de ABL.
Escritora, viúva de Jorge Amado, morreu na tarde deste sábado (17) em Salvador.
São principalmente da infância as lembranças que o escritor gaúcho Moacyr Scliar tem de Zélia Gattai, que morreu na tarde deste sábado (17) aos 91 anos, em Salvador.
Autor do premiado romance “A majestade do Xingu”, Scliar conta que o casal Zélia e Jorge Amado era amigo e companheiro de luta política de seu tio, o artista plástico Carlos Scliar (1920-2001).
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“Sempre que eles iam a Porto Alegre, se hospedavam na casa do meu tio. Eu era apenas um garotinho, mas já sonhava ser escritor. Ficava admirado, olhando aquele casal tão cheio de histórias. Não me atrevia nem me aproximar, conversar...”, relembra.
As tímidas tentativas de aproximação do menino Moacyr marcaram tanto Zélia, que em seu livro de memórias “Um chapéu para viagem”, lançado em 1982, ela menciona o “garoto loirinho de Porto Alegre” que mais tarde se tornaria seu colega na Academia Brasileira de Letras (ABL). “A literatura de Zélia deixa transparecer aquela que na minha opinião é sua maior característica: a generosidade”, destaca Scliar.
O atual ocupante da cadeira 31 lembra com carinho de seus encontros com Zélia pelos corredores da ABL. “Ela era muito alegre e brilhante! Zélia foi uma ótima narradora, cosmopolita e foi uma testemunha importante de fatos importantes da história brasileira”, analisa o gaúcho.
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À Globonews, a escritora carioca Nélida Piñon, também colega de Zélia na ABL, descreve a autora paulista como "uma pessoa solar". "Zélia foi uma grande brasileira, uma grande mulher uma criatura tão generosa e de tanto talento. Ela registrou uma história tão bonita do Brasil através dos imigrantes italianos", comentou Piñon, citando o livro "Anarquistas, graças a Deus", a maior obra de Zélia Gattai.
Memorialista
A professora titular de teoria literária e literatura comparada da USP Walnice Nogueira Galvão valoriza o trabalho de memorialista que Zélia Gattai teve em sua carreira. "Lamento muito a morte dela, que teve uma trajetória interessantíssima. Ele teve um começo muito tardio (após os 60 anos) como escritora e trabalhou suas reminiscências familiares. Trouxe memórias do movimento operário em São Paulo, que foi bastante impulsionado pelo italianos - origem de sua família - e usava uma linguagem muito coloquial em seus escritos. Teve certamente uma vida muito rica e interessantíssima", disse a professora.
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FONTE: Globo - Brazil

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