terça-feira, abril 22, 2008

vão - Cláudia Roquette-Pinto

Cláudia Roquette-Pinto
vão
palavra-persiana
poema-lucidez
imanta o ar fora do cômodo
das frases um outono
rente à janela
ouro tonto sobre a tarde derrubada
entrementes, entre dentes
(e quatro paredes)
tua boca ainda evoca
equívoca e pobre.
na penugem além da vidraça
os deuses-de-tudo-o-que-importa
cerram as pálpebras de cobre
[Do livro: Zona de sombra, Cláudia Roquette-Pinto, Editora Sette Letras]

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