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O homem do saco
andarilho do mundo,
catando latas,
entulhos de sarjetas.
No portão da garagem.
Eu o vejo.
É uma miragem,
perfeição da loucura.
Um detalhe perfeito
um casulo de teias,
talvez de bicho da seda,
se forma entre sua boca
e seu nariz,
no emaranhado dos pelos
ralos do bigode
virgem de navalha.
Suprema soberba.
Me olha do alto
de sua infimidade.
Eterno o seu devir.
Efêmero o meu viver.

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