Cultura
«Ela Uma Vez», para fazer justiça à poesia
«Ela Uma Vez», para fazer justiça à poesia
A peça concebida e interpretada pela actriz Cláudia Andrade pretende fazer uma «homenagem à poesia e às mulheres». No dia 31, vai subir ao palco do Teatro Lethes, em Faro.
«A quem apetecer fazer uma viagem pelas emoções, sentimentos e coisas do nosso quotidiano», com a poesia como pano de fundo, o convite é para ir ao Teatro Lethes, em Faro, no dia 31 de Janeiro, para assistir à peça «Ela Uma Vez».
O desafio parte da única intérprete do espectáculo, também responsável pela sua criação e concepção, Cláudia Andrade, que falou com o «barlavento».
A actriz, inspirada pela paixão que sente desde criança pela literatura, nomeadamente pela poesia, quis mostrar esta arte ao mundo da forma como sempre a sentiu, numa perspectiva feminina.
«A ideia base do espectáculo é divulgar a poesia. Sempre achei que havia uma certa injustiça com este estilo literário. É sempre declamada e associada a algo de aborrecido», expressou. Mas, na sua visão, a poesia nada tem de enfadonho e deve ser dita «de modo a surpreender as pessoas».
Apesar de estar só em palco, Cláudia Andrade não deixará de ter companhia. Projecções de vídeo, animação e uma cenografia cuidada darão enquadramento e dimensão ao trabalho a solo da actriz. Como explicou a artista, a peça resulta «do trabalho de um núcleo duro de seis pessoas».
«Ela Uma Vez» baseia-se em poemas de sete escritoras, quatro portuguesas e três brasileiras. Adélia Prado, Adília Lopes, Ana Hatherly, Ana Luísa Amaral, Elisa Lucinda, Natália Correia e Marina Colasanti foram as poetisas escolhidas.
Todas elas falam da condição de mulher nos seus poemas, mas de formas bem distintas e em contextos bem diferentes, separados, em alguns casos, por um oceano.
Sendo uma amante da poesia, Cláudia Andrade, quando começou este projecto, escolheu «cerca de 190 páginas de poesia», o que, em palco, daria um espectáculo «de mais de sete horas». «Isso seria impossível, por isso fiz uma selecção, para reduzir o espectáculo para a duração de perto de uma hora», contou.
Uma tarefa difícil, tendo em conta a diversidade dos textos. O «fio condutor» utilizado por Cláudia Andrade para a criação do texto final foi «o das diferentes idades da mulher», conceito que era transversal às diversas autoras.
No fundo, trata-se de uma visão da evolução de uma mulher, desde a infância, marcada pela descoberta, a juventude, com o despontar da sensualidade, do amor e da experimentação, a maturidade com as transformações que acarreta e a velhice, numa perspectiva de aproximação do fim. «Pode ser só uma ou várias mulheres, como o espectador entender», disse.
«Esta é uma homenagem à poesia e às mulheres. É uma reflexão no feminino, mas não feminista. Qualquer pessoa, homem ou mulher pode identificar-se e entrar neste mundo», assegurou.
A ideia de criar esta peça acabou por ser natural, para Cláudia Andrade. «Desde pequena que devoro livros. Sinto uma grande atracção por palavras que descrevem estados em que eu não sabia estar», disse. Alguns dos poemas que compõem a peça foram musicados, para lhes dar ainda mais sentimento.
A peça «Ela Uma Vez» é uma produção da Associação Cultural «Próxima Estação». A concepção artística da peça esteve a cargo de Cláudia Andrade, enquanto a concepção plástica é da responsabilidade de Joana Patrício e Maria João Marques. A música original foi criada por Teresa Gentil. Além da sessão aberta ao público em geral, às 21h30 do dia 31 de Janeiro, terá lugar uma outra, destinada ao público escolar, no mesmo dia, mas às 15 horas. Os bilhetes para a sessão da noite custam 10 euros. Menores de 30 anos pagam só 5 euros, enquanto maiores de 65 anos beneficiam de um desconto de 25 por cento. As entradas podem ser adquiridos nas bilheteiras do Teatro Lethes e do Teatro das Figuras, em Faro.
26 de Janeiro de 2008 10:19
26 de Janeiro de 2008 10:19
FONTE (photo include): Barlavento Online - Portimão,Algarve,Portugal
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