Presos à superfície do quadrante
em seis partes iguais desigualmente
repartimos o sol e dissonantes
acoitamos nas sombras os fragmentos
acoitamos nas sombras os fragmentos
desviados roubados: esquecendo
a harmonia da luz sobre o quadrante.
E entristecem os campos semeados,
E entristecem os campos semeados,
o ar trepida no seu aclarar,
são mais lentas as águas a correr:
à espera que no breu do pensamento
à espera que no breu do pensamento
um rasgo se demova e em nós lamente
esses raios de sol que obscurecemos.
Tentar não fadigar o pensamento
Tentar não fadigar o pensamento
com denodos que nunca serão fruto
com latejos que apertam a nascente
da ribeira na belga do futuro...
da ribeira na belga do futuro...
Penumbrar cercanias do desejo
que em labareda vívida serpeja
até romper a íris do olhar...
até romper a íris do olhar...
Agonizar o falso gineceu
da primavera que já foi sonhada
sem raízes na terra aves no céu...
sem raízes na terra aves no céu...
E na certeza do fluir: ser livre,
alçando a pequenez do dia a dia.
de Castalia (1ª ed. 1996)
de Castalia (1ª ed. 1996)
Gostei.
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