segunda-feira, julho 30, 2007

Pan vê patriotismo "excessivo" de torcedor com relação as vaias


Pan vê patriotismo "excessivo" de torcedor com relação as vaias

Pan vê patriotismo "excessivo" de torcedor com relação as vaias
29/07/2007 às 21:08

Sem grande conhecimento sobre regras de muitos dos esportes dos Jogos Pan-Americanos, o torcedor brasileiro misturou patriotismo, euforia e empolgação com uma boa dose de má educação durante as competições.
As vaias foram uma das marcas registradas dos Jogos. Elas começaram na cerimônia de abertura, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ouviu seis vezes o que muitos esportistas ouviriam depois.
Polêmicas, as vaias foram elogiadas na cerimônia de encerramento pelo ex-atleta Robson Caetano, que fez as vezes do mestre de cerimônias.
Além de vaiados, muitos dos rivais brasileiros nas competições tinham seus erros festejados, o que não é comum em alguns esportes.
O ex-jogador Oscar Schmidt foi flagrado "secando" os EUA durante as competições de ginástica artística e depois gritando "argentino não sabe perder" durante uma confusão entre atletas brasileiros e do país vizinho na final do handebol masculino.
"Não gostei, isso não tem nada a ver com ginástica. A diferença é que aqui não é um jogo, não é futebol, nem basquete", disse a ginasta Laís Souza, sobre as vaias em seu esporte.
O presidente da Confederação Brasileira de Judô, Paulo Wanderley Teixeira, concordou. "Foi lamentável o comportamento dos torcedores, que vaiavam os atletas de outros países. Isso não é judô. Eles [torcedores] vieram em uma crescente durante a competição, e faltou alguém para coibi-los."
Argentinos, cubanos e norte-americanos foram os mais perseguidos pelas arquibancadas. Durante algumas competições era normal o sistema de som pedir o aplauso e o fim das vaias.
Já o grande apoio aos esportistas nacionais era agradecido por cada atleta depois de uma competição, e a frase "a torcida me empurrou" virou praxe a cada triunfo.
O patriotismo foi demonstrado desde o dia da abertura, quando as aproximadamente 75 mil pessoas presentes ao evento atenderam ao pedido dos organizadores e usaram a cor branca nas roupas.
Além dos eufóricos aplausos no momento da entrada da delegação brasileira, o nome "Brasil" foi gritado de maneira exaustiva e depois seguido pelo coro "sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor", principal grito das arquibancadas durante os Jogos.
Das tão tradicionais críticas e cobranças vistas no futebol brasileiro, só este mesmo esporte passou caso semelhante no Pan, após a eliminação para o Equador.

Fonte: Folha

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