O objetivo anunciado antes dos Jogos Pan-Americanos era claro. Igualar e, se possível, superar o desempenho obtido na República Dominicana, quatro anos atrás. No Pan de Santo Domingo, o judô havia conquistado cinco medalhas de ouro, uma de prata e quatro de bronze. Em quantidade, o objetivo foi atingido, pois foram 13 medalhas em 14 possíveis. Ficamos atrás, porém, no número de ouros. No Rio, o judô terminou seu desempenho com quatro ouros, seis pratas e três bronzes. Apenas Flavio Canto, um dos favoritos da torcida e dos mais experientes da equipe, não conseguiu uma medalha. O judoca sofreu uma luxação no cotovelo direito em sua luta na semifinal da categoria meio-médio e nem pôde disputar o bronze.
"Tínhamos o objetivo de conquistar no Rio mais de dez medalhas no total e mais de cinco de ouro, mas as circunstâncias da competição e o nível técnico elevado não permitiram que chegássemos às cinco medalhas de ouro. Tivemos alguns problemas acidentais no masculino, como as lesões do Flavio Canto e do Leandro Guilheiro. No todo, a equipe teve um bom desempenho. Fizemos dez finais, o que mostra que a equipe estava bem preparada. E tivemos um grande avanço no feminino" avaliou Ney Wilson, chefe da delegação.
Técnica da equipe feminina, Rosicléia Campos apostou desde o início do Pan que suas atletas conseguiriam sete medalhas. Com o objetivo cumprido e mais uma vez rouca de tanto gritar e instruir as judocas, Rosi comemorou. "As meninas competiram de forma brilhante. Essa equipe é um presente de Deus para mim e elas estão de parabéns".
Abraçadas na coletiva de imprensa realizada no começo da noite, as judocas revelaram a música que embalou os dias de preparação e concentração na Vila Pan-Americana: "Moleque Atrevido", de Jorge Aragão. Aquela, cantada pela seleção que conquistou a Copa América de futebol sobre a Argentina, que diz "Por isso, vê lá onde pisa, respeite a camisa que a gente suou, respeite quem pode chegar onde a gente chegou".
Mais contido, Luiz Shinohara, treinador do time masculino, explicou que esperava ver mais de seus judocas no alto do pódio. "O desempenho dos nossos atletas foi bom, mas a gente esperava um pouco mais em termos de qualidade de medalha. Eu esperava de três a quatro medalhas de ouro. O nível da competição e a motivação dos atletas de fora fizeram com que as lutas fossem bem acirradas. Ficou um pouco abaixo das nossas expectativas".
Agora a equipe brasileira começa a pensar no Mundial de Judô, marcado para setembro, na Arena Olímpica do Rio de Janeiro. A equipe feminina será a mesma do Pan, pois havia sido definido que as mulheres que conquistassem medalhas estariam classificadas automaticamente. No masculino, garantia vaga quem conquistasse o ouro - caso de João Derly. Tiago Camilo, ouro na médio, vai brigar por uma vaga na meio-médio com Flavio Canto. A Confederação Brasileira de Judô aguarda pela recuperação de Canto, que deve ficar pelo menos quatro semanas parado.
"Não dá para tomar nenhum decisão no calor do final da competição, mas ela precisa ser rápida. Vamos reunir a comissão técnica e avaliar o desempenho de cada categoria. Quem ganhou o ouro está no Mundial, mas isso não quer dizer que quem não ganhou não está", disse Ney Wilson.
Fonte: Agência O Globo apud JC OnLine - Recife, PE, Brazil
Nenhum comentário:
Postar um comentário