quinta-feira, julho 26, 2007

Decisão do juiz no judô divide equipe brasileira


Decisão do juiz no judô divide equipe brasileira
Domingo 22 de Julho, 2007 8:18 GMT

Por Mair Pena Neto

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A decisão do juiz dominicano Juan Chalas de punir a brasileira Érika Miranda por falso ataque na final da categoria meio-leve, que desencadeou uma pancadaria sem precedentes nos Jogos Pan-Americanos, foi repudiada pela equipe brasileira, mas não houve consenso quanto a seu equívoco.
"O juiz não precisava ter dado a punição, porque a cubana tinha feito a mesma coisa várias vezes. Ele podia deixar a luta rolar e ir para a bandeira. A decisão seria dos três árbitros e não dele sozinho," avaliou Danielle Zangrando, medalha de ouro na categoria leve.
"A decisão foi dele, mas os outros dois não se manifestaram," comentou Priscila Marques, bronze na categoria pesado, mostrando que houve unanimidade entre os juizes.
Principal vítima da decisão, Érika disse que não sabia explicar a punição sofrida, mas evitou afirmar se venceria a luta numa decisão dos árbitros.
"Não sei se ganharia no 'hantei' (bandeira). Entrei com três golpes fortes, mas ela também atacou muito," disse Érika.
Sua cautela, porém, foi abandonada quando comentou a briga que envolveu cubanos e brasileiros após o fim de sua luta.
"Quem tem um pingo de noção de judô, ficaria revoltado com aquela decisão. Já somos injustiçados fora do país e ser punido aqui provocou a explosão," disse Érika, acrescentando que a maioria do público é de parentes e amigos, que acompanham todo o sacrifício feito pelos atletas. "Ver uma trabalho terminar assim, revolta."
A técnica da equipe feminina, Rosicleia Campos, acha que as duas judocas poderiam ter sido punidas. "A cubana merecia ter sido punida antes. Se não a puniu, não devia ter punido a Érika. Ele foi tendencioso," afirmou.
Os judocas da equipe masculina foram mais cuidadosos com as palavras. Leandro Guilheiro, prata na categoria leve, considerou a decisão "duvidosa e um pouco esquisita." João Derly foi ainda mais condescendente, e disse que "onde há homens, há erros."
A cubana Sheila Espinosa, que ganhou a medalha de ouro com a controversa decisão, disse que não lhe caberia julgar o árbitro e se mostro mais preocupada com as consequências do conflito entre brasileiros e cubanos.
"Não devemos projetar isso além de sua dimensão. Não tem porque criar um problema entre os atletas e os dois países," disse a judoca cubana, afirmando ainda que "o público não se comportou como devia."

Fonte: Reuters Brasil - Brazil

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