terça-feira, julho 31, 2007

COMO UM ARCHOTE - Albano Martins



Como um archote
Albano Martins

Vem tudo à superfície.
Como se
dentro da casa
um maremoto levantasse
as pedras todas, uma a uma;
como se
no centro, iluminadas, as esferas rodassem
no seu eixo — tudo
de repente se inclina, tudo arde
nesta fogueira acesa
como um archote de sangue, uma lua
de enxofre.

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