Tiago Camilo e Edinanci Silva são ouro. Mayra Aguiar é prata e Luciano Corrêa bronze
O judô brasileiro viveu nesta sexta-feira (dia 20) um dia especial. Para alegria dos torcedores que fizeram a festa e novamente lotaram as arquibancadas montadas na arena do Pavilhão 4 A, do Complexo Esportivo do Riocentro. Edinanci Silva e Tiago Camilo conquistaram a medalha de ouro. Mayra Silva e Luciano Correa ganharam prata e bronze, respectivamente. No segundo dia de competição, os seis judocas brasileiros que se apresentaram até agora somam seis medalhas (duas de ouro, duas de prata e duas de bronze), mantendo a expectativa de pódio em todas as categorias nos XV Jogos Pan-americanos Rio 2007. O recorde do judô brasileiro em pan-americanos é de 13 medalhas, em Mar del Plata-95. Em Indianápolis-87 e Santo Domingo-03, a delegação brasileira trouxe cinco medalhas de ouro.Na quinta-feira (dia 19), Priscila Marques (bronze na categoria acima de 78kg) e João Gabriel (prata na categoria acima de 100kg) comemoram discretamente. Já nesta sexta-feira (dia 20), houve emoção e vibração de sobra nas arquibancadas e entre os judocas. “Elevar o judô brasileiro a este patamar não tem preço. É uma sensação maravilhosa”, disse o paulista Tiago Camilo, 25 anos, que além do apoio da torcida teve a presença da mãe e do irmão no Riocentro.As lágrimas de Edinanci Silva e o sorriso de Mayra Silva, 16 anos, a mais nova entre os 14 integrantes da equipe brasileira, foram outros destaques entre os brasileiros. A paraibana Edinanci, 30 anos, chorou muito quando lembrou o acidente com o Airbus da TAM, em São Paulo. Ela dedicou o título aos parentes e amigos das vítimas no maior acidente aéreo da América do Sul. “É doloroso perder entes queridos, ainda mais desta maneira. Eu me coloco no lugar deles”, disse Edinanci Silva.Ela admitiu que teve dificuldades contra a cubana. “Era um confronto de alto nível. A condição física dela é invejável. Mas queria muito esta medalha e felizmente estava num dia inspirado”. A judoca destacou a presença do preparador físico polonês Leszek, integrante da equipe brasileira há quatro semanas. “Ele foi importante, principalmente porque ajudou a buscar concentração”, disse Edinanci, que entrou com a cabeça coberta por um capuz antes das lutas. Segundo ela, o capuz ajudou a se isolar um pouco e a se concentrar para as disputas, além ajudá-la a não se envolver com a torcida, antes da luta. “Se não tomar cuidado, a emoção toma conta e você acaba perdendo o foco da luta”. Prata na categoria até 70 kg, a gaúcha Mayra Silva estava feliz, mesmo tendo perdido a luta final para a norte-americana Ronda Rousey. A perda da medalha de ouro não a desmotivou. “Pelo contrário me deu forças para buscar resultados melhores nas próximas competições. Foi minha marca mais expressiva”, disse ela, que dedicou a medalha à família, à torcida e à técnica Rosicléia Campos. Embora discreto, o brasiliense Luciano Corrêa não escondia o contentamento com a medalha de bronze diante do venezuelano Albenis Rosales. “Foi um confronto duríssimo, mas o resultado positivo é fruto de um planejamento muito bem elaborado”, disse Corrêa, categoria até 100kg.A final entre Tiago Camilo e o cubano Jorge Benevides foi o ápice de um dia inspirado para o Judô. Camilo precisou de apenas dois minutos para derrubar o oponente, levando o público ao delírio. O refrão da torcida “sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”, contagiou o judoca paulista que nunca tinha visto uma platéia tão animada. “Sabe como é. A gente vem de uma cidade pequena (Tupã, no interior de São Paulo), com menos de 20 mil habitantes, e se depara com um espetáculo que nunca tinha visto antes”, disse Camilo, tido como um judoca contido nas comemorações. Tiago Camilo participou de uma categoria acima da sua (menos de 81kg, como determinava anteriormente). “Lutei com seis quilos abaixo do peso normal (pesou 84 kg no dia da luta). Era um desafio, mas o pessoal da comissão técnica acreditava que nesta categoria até 90 kg poderia ser mais bem sucedido”, explicou Camilo, que enfrentou um histórico de lesões desde 2000, que inclui uma cirurgia no joelho. “Eu me superei como pessoa e atleta. Estou feliz e orgulhoso por tudo que aconteceu comigo”, disse ele, de olho no Mundial da categoria, que será disputado em setembro de 2007, no Rio.
Fonte: Site da CBJ - http://www.cbj.com.br/
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