quarta-feira, outubro 18, 2006

KI


KI
Todos os povos primitivos de grande espiritualidade e superstição possuíam a noção de uma força fluída invisível que preenche a natureza e anima os seres vivos, estando ligada diretamente à qualidade da saúde e entrando no corpo pela respiração. Em resumo, atribuíam ao ar a fonte da vida e da saúde. Cada cultura deu-lhe um nome: Qi na China, Ki no Japão, Prana/ Shakti/ Kundalini na Índia, Ti no Havaí, Mana na Oceania, Aither (éter) e Pneuma na Grécia, Aether (éter), Aura e Spiritus (espírito) em Roma. Com o passar do tempo foram criados mais nomes: Quintessência, Vril, Força Ódica, Orgone, Bioplasma, Telesma, Baraka, Magnetismo Animal, Força Vital, Fogo Cósmico, Fogo da Serpente, o Dragão da Terra, a Força. Praticamente todas as doutrinas de artes marciais, de esoterismo e de filosofia e metafísica baseadas no Taoismo apresentam esse conceito de energia espiritual, ou Ki.
Voltemos ao caractere chinês empregado no Taoismo. Qualquer que seja a interpretação do ideograma Ki, ele sempre representa algum tipo de energia de natureza espiritual. Na sua origem a energia representava o aspecto do espírito que se refere à força vital. Com o tempo, essa energia passou a representar também o aspecto do espírito que se refere ao humor e ao pensamento. Em resumo, Ki é a energia vital e psíquica.
Viaja no dia 20 de outubro para a cidade de Bauru - SP o atleta Josemar Zucheratto (peso pesado, M4).O atleta já teve duas participaçôes nos campeonatos brasileiros de master ficando em 3º lugar nas duas participações. Este ano todos torcem para que seja campeão.
Mas há algo mais a ser dito, este atleta, como inúmeros outros masters (em várias modalidades), objeto de ironias, algumas veladas, outras nem tanto, insiste, apesar da idade, de limitações técnicas que não nega, de problemas econômicos, em continuar lutando. Em cair, levantar e seguir em frente.
O prazer da convivência com ele, tem mostrado que ele cresce nas competições, por força do genuíno prazer de lutar.
Não é um super atleta, não tem "barriga de tanquinho" e nem a saúde perfeita. Mas é, como outros, a prova viva da existência do "ki".
Muitos temem que os atletas masters morram em um tatame (dando trabalho para quem vive), alguns falam do escândalo que tal circunstância traria ao mundo do judô.
Mas quem já praticou o judô verdadeiro, quem já venceu adversários mais fortes e perdeu para os mais fracos, quem não se esqueceu de agradecer a derrota imposta. Não pode deixar de perceber que esta seria uma bela morte (e os vivos que se danem!)
Quanto a este blog, que casa judô e poesia, que fique o registro do orgulho, não só por este velho guerreiro mineiro e seu "ki" radiante, mas para todos os que estarão ali junto a ele.
Um brinde àqueles que, simples, caminham como crianças para a eternidade, onde deixarão de ser atletas para virarem poesias: ki.

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