quarta-feira, julho 05, 2006

Vão - Cláudia Roquette-Pinto


Vão
Cláudia Roquette-Pinto
palavra-persiana
poema-lucidez
imanta o ar fora do cômodo
das frases um outono
rente à janela
ouro tonto sobre a tarde derrubada
entrementes, entre dentes
(e quatro paredes)
tua boca ainda evoca
equívoca e pobre.
na penugem além da vidraça
os deuses-de-tudo-o-que-importa
cerram as pálpebras de cobre

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