Cinemas de Origens Dispersas
Sem prejuízo do esforço, louvável, de alguns distribuidores, a comercialização de filmes de origens diversificadas encontra obstáculos muitas vezes intransponíveis. Conhecemos, sem dificuldade, os grandes lançamentos de produção americana, em que nada falha. Vemos, de forma limitada mas frequente, filmes franceses e ingleses, bem como os oriundos da nossa vizinha Espanha. Mas desconhecemos quase inteiramente a produção que se espalha pelo mundo e nos traria algum conhecimento sobre culturas distantes.
O trabalho para alterar esta situação tem vindo a ser suportado pelos Festivais de Cinema, especialmente o Festroia e o Fantasporto. Vem daí o conhecimento de algumas obras interessantes que encontram depois o caminho para a exibição comercial, em sala. Mas é um trabalho feito por modas.
Houve épocas marcadas pelas artes marciais, de Hong-Kong, por melodramas indianos passados sem legendas para a comunidade da mesma origem dos filmes, houve um Fassbinder que nos trouxe uma dose de cinema alemão. De permeio algum acesso ao cinema japonês, sueco ou turco, em rápidos arrufos que rapidamente se esboroam. Não há um planeamento capaz de nos deixar espreitar, de forma regular, a evolução das diversas cinematografias, comparando as capacidades de gerar interesse. O Estado poderia dar apoio, mas temos apenas a Cinemateca - dedicada a sessões próprias, frequentadas por cinéfilos "comprometidos" com a arte - e o ICAM, que se dedica, como é sua função, ao cinema nacional. Uma entidade para promover uma cultura cinematográfica no circuito comercial é caminho que nunca foi tentado. Poderia abrir uma nova via, capaz até de permitir a permuta com filmes portugueses como há muito se verificou com a União Soviética.
Vivemos hoje o período coreano - dois filmes estreados em duas semanas seguidas, além de outros no passado próximo - mas tudo leva a crer que em breve se passará para outra moda e a continuidade será perdida.
O trabalho para alterar esta situação tem vindo a ser suportado pelos Festivais de Cinema, especialmente o Festroia e o Fantasporto. Vem daí o conhecimento de algumas obras interessantes que encontram depois o caminho para a exibição comercial, em sala. Mas é um trabalho feito por modas.
Houve épocas marcadas pelas artes marciais, de Hong-Kong, por melodramas indianos passados sem legendas para a comunidade da mesma origem dos filmes, houve um Fassbinder que nos trouxe uma dose de cinema alemão. De permeio algum acesso ao cinema japonês, sueco ou turco, em rápidos arrufos que rapidamente se esboroam. Não há um planeamento capaz de nos deixar espreitar, de forma regular, a evolução das diversas cinematografias, comparando as capacidades de gerar interesse. O Estado poderia dar apoio, mas temos apenas a Cinemateca - dedicada a sessões próprias, frequentadas por cinéfilos "comprometidos" com a arte - e o ICAM, que se dedica, como é sua função, ao cinema nacional. Uma entidade para promover uma cultura cinematográfica no circuito comercial é caminho que nunca foi tentado. Poderia abrir uma nova via, capaz até de permitir a permuta com filmes portugueses como há muito se verificou com a União Soviética.
Vivemos hoje o período coreano - dois filmes estreados em duas semanas seguidas, além de outros no passado próximo - mas tudo leva a crer que em breve se passará para outra moda e a continuidade será perdida.
Francisco Perestrello Fonte: Agência Ecclesia - Lisboa, Lisboa, Portugal -
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