segunda-feira, junho 26, 2006

Cem Sonetos de Amor - Pablo Neruda Soneto - Soneto - XVIII




Cem Sonetos de Amor - Pablo Neruda Soneto -
Soneto - XVIII

PELAS MONTANHAS vais como vem a brisa
ou a corrente brusca que baixa da neve
ou melhor tua cabeleira palpitante confirma
os altos ornamentos do sol na espessura.

Toda a luz do Cáucaso cai sobre teu corpo
como numa pequena vasilha interminável
em que a água se muda de vestido e de canto
a cada movimento transparente do rio.

Pelos montes o velho caminho de guerreiros
e embaixo enfurecida brilha como uma espada
a água entre muralhas de mãos minerais,

até que tu recebes dos bosques de repente
o ramo ou o relâmpago de umas flores azuis
e a insólita flecha de um aroma selvagem.

(Pablo Neruda)
do livro: Cem Sonetos de Amor
tradução: Carlos Nejar

Fonte: Teia de Amigos - http://www.teiadosamigos.com.br/neruda/sonetos/nerudaXVIII.html

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