SENTIMENTO
A água está parada, muito quieta no meio da noite.
E é preciso perguntar-lhe: és água de um rio?
És água dum mar? És água dentro dum copo
sobre uma mesa muito antiga e sonhada?
És água para um cavalo beber? Para um cão se banhar?
Para um homem e uma criança se lavarem ao relento?
Para uma mulher, para um gato, para um lobo?
E a água talvez não te responda. Nunca te responda.
Ou te responda tarde de mais. Ou nem sequer te ouça.
Mas tu pergunta. Pergunta e espera pela resposta.
Mesmo que os minutos passem entre ti e a água.
E devagar uma silhueta se desloque
e depois se detenha no meio das árvores imóveis.
JOÃO GARÇÃO
in “Os versos do Zé Povão”
A água está parada, muito quieta no meio da noite.
E é preciso perguntar-lhe: és água de um rio?
És água dum mar? És água dentro dum copo
sobre uma mesa muito antiga e sonhada?
És água para um cavalo beber? Para um cão se banhar?
Para um homem e uma criança se lavarem ao relento?
Para uma mulher, para um gato, para um lobo?
E a água talvez não te responda. Nunca te responda.
Ou te responda tarde de mais. Ou nem sequer te ouça.
Mas tu pergunta. Pergunta e espera pela resposta.
Mesmo que os minutos passem entre ti e a água.
E devagar uma silhueta se desloque
e depois se detenha no meio das árvores imóveis.
JOÃO GARÇÃO
in “Os versos do Zé Povão”
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