domingo, maio 14, 2006

Cem Sonetos de Amor - Pablo Neruda Soneto - Soneto - V


Cem Sonetos de Amor - Pablo Neruda Soneto -
Soneto - V

NÃO TE TOQUE a noite nem o ar nem a aurora,
só a terra, a virtude dos cachos,
as maçãs que crescem ouvindo a água pura,
o barro e as resinas de teu país fragrante.

Desde Quinchamalí onde fizeram teus olhos
aos teus pés criados para mim na Fronteira
és a greda escura que conheço:
em teus quadris toco de novo todo o trigo.

Talvez tu não saibas, araucana,
que quando antes de amar-te me esqueci de teus beijos
meu coração ficou recordando tua boca

e fui como um ferido pelas ruas
até que compreendi que havia encontrado
amor, meu território de beijos e vulcões.

(Pablo Neruda)
do livro: Cem Sonetos de Amor
tradução: Carlos Nejar

3 comentários:

  1. Anônimo5:01 AM

    Really amazing! Useful information. All the best.
    »

    ResponderExcluir
  2. Anônimo12:00 AM

    What a great site, how do you build such a cool site, its excellent.
    »

    ResponderExcluir
  3. Anônimo5:14 AM

    Great site lots of usefull infomation here.
    »

    ResponderExcluir