Brasil conquista vitória histórica sobre o Japão

Brasil conquista vitória histórica sobre o Japão

Pela primeira vez brasileiros derrotam japoneses em competição por equipe. Diante de três mil pessoas em Maringá, judocas das duas seleções fizeram um espetáculo de alto nível. Suzuki já fala em encontrar o Brasil na final do Mundial por Equipes
As seleções de Brasil e Japão fizeram um espetáculo à altura das grandes competições do judô mundial. Em Maringá/PR, as estrelas das duas equipes brindaram o público de cerca de três mil pessoas, que compareceu ao Ginásio Chico Neto na manhã deste sábado (13/5), com belos combates e muita emoção. No tatame, uma vitória histórica do time titular do Brasil sobre as a equipe principal do Japão por 4 a 3 (2 a 2 na série normal e 2 a 1 para o Brasil no desempate).

O Brasil jamais havia vencido o Japão em competições por equipes (foram três derrotas em 1994, 1998 - na final do Mundial - e 2002). Na rodada de abertura, Japão B 3 x 1 Brasil B.

“O judô brasileiro hoje é muito homogêneo. Todos os atletas são capazes de vencer judocas como os japoneses. Temos que continuar evoluindo”, analisou o campeão olímpico Aurélio Miguel, que acompanhou o Desafio em Maringá.

“Esse resultado mostra que estamos no caminho certo”, comentou o campeão mundial João Derly, que vem se saindo um especialista em japoneses. Nos últimos três confrontos contra os nipônicos, foram três vitórias (um ippon contra Masato Uchishiba, na final do Mundial 2005, e duas contra Akimoto, uma na final da Super Copa do Mundo de Paris, por waza-ari, e uma por yuko agora). Embora saiba que vale a máxima “treino é treino, jogo é jogo”, Derly acha que o Desafio Internacional foi um bom termômetro para o potencial dos brasileiros para o Mundial por Equipes, em setembro, em Paris.

“Quando a gente entra no tatame, é para valer. Ninguém quer perder. Mostramos o que somos capazes”, disse Derly.

O Brasil venceu com Derly sobre Akimoto e de Denílson Lourenço sobre Hiroaki Hiroaka. Daniel Hernandes, Mario Sabino e Carlos Honorato empataram seus duelos. As duas derrotas primeira rodada da série foram de Flavio Canto (para Takashi Ono, por waza-ari) e Moacir Mendes Jr (por yuko, para Masahiro Takamatsu). Com a série empatada em 2 a 2, os três combates que terminaram sem vencedor (Mario Sabino x Keiji Suzuki, Daniel Hernandes x Yasuyuki Muneta e Carlos Honorato sobre Seigo Saito) voltaram com as lutas direto no Golden Score (golpe de ouro, equivalente à morte súbita no futebol). Sabino perdeu na bandeira (decisão dos juízes) por 2 a 1 para Suzuki. Hernandes saiu vencedor por koka (shido – punição por falta de combatividade) sobre Muneta. E o ponto decisivo veio com Honorato, por koka, a apenas sete segundos do Golden Score, sobre Saito, numa bela “catada de perna” que fez o japonês cair sentado.“Fico feliz de ter representado bem o Hugo Pessanha, que não lutou por contusão. Foi uma vitória importante do judô brasileiro, que mostra que estamos entre as melhores equipes do mundo”, avaliou Honorato. “Vejo o Brasil muito unido e concentrado, pronto para fazer um bom Campeonato Mundial por Equipes, em setembro”, completou.

Sabino, último atleta ocidental a derrotar o bicampeão mundial e campeão olímpico Keiji Suzuki (por koka no Mundial por Equipes de 2002), lamentou ter deixado escapar mais uma vitória.

"O Suzuki é um dos melhores atletas do mundo e temos estilo parecido. Queria a vitória, mas infelizmente não veio", disse Sabino. “Fiquei feliz em vencer Sabino hoje. Espero reencontrar o Brasil na final do Campeonato Mundial por equipes em setembro, na França. E com o Japão campeão”, afirmou Suzuki.

Daniel Hernandes, por sua vez, analisou a luta contra o campeão mundial Yasuyuki Muneta. “Foi muito tática. Consegui neutralizar os golpes pela esquerda dele e ele neutralizou minhas pegadas na gola. Pode ter sido feia de se ver, mas foi um bom combate”, avaliou Hernandes.Denílson Lourenço, que superou o Hiroaki Hiroaka por koka, também comemorou o resultado.

“Acho que minha vitória motivou ainda mais o grupo”, disse Denílson.

Brasil A 4 x 3 Japão A (2 a 2 na rodada normal e 2 a 1 no desempate)

-100kg: Mario Sabino x Keiji Suzuki (empate sem pontuação)

+100kg: Daniel Hernandes x Yasuyuki Muneta (empate, yuko – shido2)

-60kg: Denilson Lourenço (vencedor, koka – shido1) x Hiroaki Hiraoka

-66kg: João Derly Jr (vencedor, yuko) x Hiroyuki Akimoto

-73kg: Moacir Mendes Júnior x Masahiro Takamatsu (vencedor, yuko)

-81kg: Favio Canto x Takashi Ono (vencedor, waza-ari)

-90kg: Carlos Honorato x Seigo Saito (empate em pontuação)

Desempate (golden score das lutas)

-100kg: Mario Sabino x Keiji Suzuki (empate no GS, hantei – bandeira: 2 a 1 JPN)

+100kg: Daniel Hernandes (vencedor, koka – shido) x Yasuyuki Muneta

-90kg: Carlos Honorato (vencedor, koka) x Seigo Saito Brasil B 1 x 3 Japão B

-100kg: Alex Aguiar x Satoshi Ishii (vencedor, ippon, 2´34”)

+100kg: João Gabriel Schilliter x Yohei Takai (vencedor, ippon, 1´57”)

-60kg: Alexandre Lee x Hiroaki Hiraoka (empate sem pontuação)

-66kg: Leandro Cunha x Hiroyuki Akimoto (vencedor, ippon, 0´40”)

-73kg: Diogo Coutinho x Yusuke Kanamaru (empate sem pontuação)

-81kg: Tiago Camilo (vencedor, yuko) x Shinya Yoshinaga

-90kg: Alexsander Guedes x Yuta Yazaki (empate sem pontuação)

Fonte: http://www.cbj.com.br/noticia.htm