Judoca africano será avaliado antes de decisão sobre refúgio no Brasil
Thieri Musthafá, de 19 anos, teve o pais mortos em conflitos no Burundi.Decisão para acolhida no Brasil leva, em média, seis meses
silvia Ribeiro
Do G1, em São Paulo
O judoca Thieri Musthafá, de 19 anos, do Burundi, na África, formalizou nesta quinta-feira (20) pedido para ser acolhido como refugiado no Brasil. Ao ser ouvido pela Delegacia de Polícia de Imigração, na sede da Polícia Federal em São Paulo, ele justificou que seu país passa por conflitos étnicos nos quais foram mortos seus pais. Após lavrar o chamado termo de declarações, que dá início ao pedido de refúgio, a PF encaminhou o atleta ao Centro de Acolhida para Refugiados da Cáritas Arquidiocesana, parceira do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), que zela pela integridade física de refugiados e acompanha o procedimento de pedido de refúgio.
O africano, que está no Brasil desde o dia 12 de setembro, veio participar do Mundial de Judô que aconteceu até o último fim de semana no Rio de Janeiro. Ele justificou à PF nesta manhã os motivos do pedido e relatou detalhes de sua história no Burundi.
Medalhas
Medalhas
Além de contar que temia retornar ao país por causa da situação de guerra, o judoca relatou suas conquistas como atleta. Thieri Musthafá afirmou ter ganho três medalhas em campeonatos no Burundi – uma de ouro e duas de bronze. Em São Paulo, o judoca estaria hospedado em um albergue na região central da Capital. Na Cáritas Arquidiocesana, ele receberá assistência, assim como aulas de português. Os refugiados encaminhados ao centro preenchem um questionário que lhes dá direito a tirar carteira de trabalho, CPF e uma identificação provisória. É no centro que eles também passam por entrevistas com um advogado da Cáritas e com representantes do governo, que encaminham ao Conselho Nacional para Refugiados parecer sobre o pedido de refúgio. Esse órgão decide então se o estrangeiro será ou não acolhido no Brasil. O processo leva, em média, seis meses, segundo explica a advogada Liliana Jubilut, da Cáritas. Ela afirma que os pedidos de refúgio devem-se a temor de perseguição religiosa, étnica, política e por violações de direitos humanos. Criminosos têm seus pedidos de refúgio negados pelo Brasil. Imerso em violência étnica, o Burundi é um pequeno país da África, situado entre Ruanda, Tanzânia e a República Democrática do Congo.
FONTE: Globo - Brazil
FONTE: Globo - Brazil
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