quinta-feira, setembro 20, 2007

LUAR DE SAQUAREMA - Camilo Mota


Camilo Mota
Luar de Saquarema

ao amigo Gerson Valle
A lua tem júbilos de quem a retém sem a morte pensar. Breve companheira do céu, onde foram os namorados?
— Para a noite longa passear,
fazer carícias,
esconder os prantos. Lua entre ondas de branco desenhada em vago mar, corre notícia de pescadores assombrados, de noites sem afago, de prantos sem namorados.
— Noite dessas vou armar rede
à espera de todos os barcos
que sumiram em vagas brancas de meu luar.
Corre, lua, corre, para dizer do outro lado do mundo
que o dia nasceu do lado de cá.
Volta, lua, volta, que eu também quero namorar.

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