quinta-feira, novembro 26, 2009

Filosofia: Canadiano Hacking recebe prémio da Coroa Norueguesa


Filosofia: Canadiano Hacking recebe prémio da Coroa Norueguesa
Oslo, 26 Nov (Lusa) - O filósofo canadiano Ian Hacking recebeu quarta-feira um prémio de 4,5 milhões de coroas norueguesas (mais de 500 mil euros) pela sua investigação sobre filosofia da ciência.
Lusa
0:27 Quinta-feira, 26 de Nov de 2009
Oslo, 26 Nov (Lusa) - O filósofo canadiano Ian Hacking recebeu quarta-feira um prémio de 4,5 milhões de coroas norueguesas (mais de 500 mil euros) pela sua investigação sobre filosofia da ciência.
O filósofo de 73 anos foi nomeado em Agosto pela sua investigação sobre o impacto da história e da cultura na formulação do pensamento científico.
Hacking recebeu o prémio da Coroa Norueguesa, em Bergen, no Sudoeste do país.

FONTE: Visão

Respostas do cérebro à dor física mais rápidas do que à dor mental


Respostas do cérebro à dor física mais rápidas do que à dor mental

As respostas do cérebro à dor física surgem e desaparecem mais rapidamente do que as respostas à dor mental, segundo um trabalho do neurocientista português António Damásio, apresentado quarta-feira em Viseu, avança a agência Lusa.

António Damásio, que está radicado nos Estados Unidos da América, enviou para Viseu um trabalho sobre "Emoções e sentimentos" para ser lido nas V Conferências Internacionais de Filosofia e Epistemologia do Instituto Piaget, que terminaram quarta-feira.

"As respostas à dor física não só surgem mais rápido, como se dissipam mais rápido. As respostas à dor mental demoram mais tempo a estabelecer-se, mas também demoram mais tempo a dissipar", refere o professor da Universidade do Sul da Califórnia no seu texto, que foi sintetizado por Edmund T. Rolls, do Centro de Neurociência Computacional de Oxford.

António Damásio explica que, por exemplo, "a compaixão pela dor física evoca respostas mais rápidas na região do córtex insular (do cérebro) do que a compaixão pela dor mental".

Esta foi uma das hipóteses que viu confirmada num estudo que desenvolveu com Hanna Damásio e Mary Helen Immordino-Yang, no qual diz terem tido um "vislumbre" do que se passa no cérebro quando uma pessoa sente admiração e a compaixão.

António Damásio considera que a admiração e a compaixão são duas das mais notáveis "emoções sociais", um grupo de emoções onde inclui também o embaraço, a vergonha, a culpa, o desprezo, o ciúme e o orgulho.

"Estas emoções são realmente provocadas em situações sociais e certamente desempenham papéis fundamentais na vida dos grupos sociais", refere, dizendo ser importante, neste âmbito, perceber se admiração e compaixão são diferentes e as regiões do cérebro com elas relacionadas.

Outra das conclusões a que chegaram (e que não previam) é que "a região do PMC (postero-medial córtex) que estava mais activa em situações de admiração por perícias e compaixão por dor física, era perfeitamente distinta da parte do PMC mais relacionada com a admiração por actos virtuosos e a compaixão por dor mental".

António Damásio, para quem a emoção é "um programa de acções", é autor de obras como "O erro de Descartes" e "Ao encontro de Espinosa".

O português foi um dos autores estudados durante três dias nas V Conferências Internacionais de Filosofia e Epistemologia do Instituto Piaget, a par do ensaísta George Steiner (que se deslocou a Viseu), do filósofo Espinosa e do escritor Miguel Torga.
2009-11-26 09:28

FONTE: RCM Pharma

Comissão de Anistia julga processo do educador Paulo Freire


Comissão de Anistia julga processo do educador Paulo Freire

BRASÍLIA - A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça julga nesta quinta-feira, em Brasília, o processo do educador pernambucano Paulo Freire, morto em 1997. O julgamento, às 8h30m, integra o Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica, promovido pelo Ministério da Educação.
Freire foi aposentado compulsoriamente pelo primeiro ato institucional, ficando afastado da Universidade Federal de Pernambuco, onde era professor de história e filosofia. Foi ainda exonerado do Conselho Estadual de Educação de Pernambuco e preso por 70 dias em Olinda (PE), de onde partiu para o exílio no Chile.
O processo tem como representante a viúva do educador, Ana Maria Araújo Freire, que estará presente na sessão. O requerimento foi protocolado na Comissão de Anistia em 19 de abril de 2007.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, participa do evento.

FONTE: O Globo

Uma forma diferente de pensar a filosofia


Quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Uma forma diferente de pensar a filosofia

O que atores Hollywoodianos têm a ver com filosofia? Nas palestras do francês Ollivier Pourriol, os personagens interpretados por essas estrelas em filmes como Clube da Luta, Colateral e Matrix ajudam a compreender filosofia.
Pourriol, 37 anos, largou as salas de aula tradicionais e há quatro anos faz palestras buscando no cinema a ilustração das ideias dos grandes pensadores. É assim que o personagem de Tom Hanks em Forrest Gump, com sua corrida para lugar nenhum, nos ajuda a compreender a diferença, segundo René Descartes, entre a capacidade de entendimento, que é finita, e a vontade, que é ilimitada.
Essa e outras cenas estão registradas no livro Cinefilô - As Mais Belas Questões da Filosofia no Cinema. Pourriol é um apaixonado por filmes, livros e filosofia, mas sem radicalismos. "Eu não pratico filosofia por curiosidade, mas para viver melhor", explica.
Confira entrevista com Ollivier Pourriol no site Planeta Sustentável:

Postado por Cândida Hansen às 11h49
(Horário de Brasília)
FONTE (foto incluída): Zero Hora

Corpo e identidade


COLÓQUIO INTERNACIONAL FRANÇA-BRASIL
Corpo e identidade


26/11/2009
O professor francês David Le Breton realizou ontem, no auditório Luiz Gonzaga da UFC, palestra sobre o corpo na sociedade contemporânea

Por muito tempo o corpo foi negado ou, mesmo, excluído, da história humana. Porém, em virtude das transformações decorrentes da maneira do homem lidar consigo mesmo e com o mundo, o corpo se tornou um objeto de estudo da Sociologia dedicado à compreensão do homem como fenômeno social e cultural, motivo simbólico, objeto de representações e imaginários.

Produto do contexto social e cultural em que nos encontramos, o corpo é a ponte pela qual a relação com o outro é construída: expressão de sentimentos, jogos sutis de sedução, produção de aparências, entre outros.

Corpo a corpo

Em entrevista ao Caderno 3, o estudioso da sociologia do corpo, o professor Dr. David Le Breton, da Universidade de Strasbourg, comentou sobre o assunto e algumas de suas principais questões na atualidade.

O pesquisador que participou, ontem, da conferência "Antropologia do corpo e mundos contemporâneos", do "Colóquio Internacional França-Brasil: Olhares cruzados sobre imaginários e práticas culturais", do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e o Laboratório de Estudos da Oralidade da UFC; falou sobre as relações do corpo com a arte, o transexualismo e a busca desenfreada por um modelo ideal de corporeidade, que vem sendo difundido pela mídia.

Segundo Le Breton, em todas as sociedades humanas o corpo é considerado objeto de ritualização, um revelador das tensões do mundo e um instrumento que se serve a construção da identidade do ser humano.

"O corpo é a marca do indivíduo, a fronteira, o limite que, de alguma forma, o distingue dos outros. O corpo, lugar do contato privilegiado com o mundo, está sob a luz dos holofotes. Problemática coerente e até inevitável numa sociedade de tipo individualista que entra numa zona turbulenta de confusão das referências", explica.

Transmutações

Para o professor, a raiz das ideias que se tem formulado hoje sobre o corpo, são resultantes do final da década de 1960. Período caracterizado pelo surgimento de um novo imaginário do corpo, oriundo da crise da legitimidade, provocada por fatores como a revolução sexual, o feminismo e o body-art.

"A crise da legitimidade torna a relação com o mundo incerta, o ator procura, tateando suas marcas, empenhar-se por produzir um sentimento de identidade mais favorável. Hesita de certa forma o encarceramento físico do qual é objeto", diz.

Le Breton acredita que o corpo está a serviço da identidade, antes éramos prisioneiros do corpo e hoje não. "Se antes o mundo era dividido entre homens e mulheres, na atualidade há inúmeros tipos de sexo. Exemplo disso, são os transexuais. Vivenciamos o fim de uma metafísica do corpo e do sexo. O corpo virou matéria-prima, proposta, para a construção de uma identidade".

O pesquisador também alerta, que por trás desse conceito de "corpo livre", há uma padronização e um controle do sujeito. "Estamos inseridos no paradoxo de uma liberdade controlada. O momento é de experimentação ou invenção, as possibilidades de se atuar no corpo são muitas: tatuagens, cirurgias plásticas, fisiculturismo, piercings. Mas, ao mesmo tempo em que buscamos mudar, criar uma aparência própria, caimos numa estereotipação". Breton explica que a mídia favorece um modelo ideal de corpo, onde as mulheres, principalmente, tem que ser loiras, delgadas e jovens. "Esse é o padrão americano de corpo, almejado por milhares de mulheres no mundo todo. Um caso curioso, por muito tempo nas Ilhas Fiji, ao leste da Austrália, não existia televisão e o modelo de beleza era o de corpos volumosos. Quando a TV chegou, por intermédio dos Estados Unidos, na região, houve uma verdadeira crise de valores. As mulheres queriam a todo custo ficar magras. Isso gerou diversos casos de anorexia e bulimia. Muitos etnógrafos foram para lá estudar o caso".

Arte e corpo

Outra questão interessante ressaltada pelo professor, trata-se da forma como o corpo vem sendo pensado e (re)construído nas artes contemporâneas. Segundo ele, alguns artistas utilizam seu corpo como matéria-prima para seus trabalhos. É o caso da francesa Orlan.

A artista usa o corpo como superfície de criação estética, com o intuito de testar os limites da expressividade. Para tal tem se submetido a intervenções cirúrgicas de forma a que este seja explorado das mais diferentes formas É uma abordagem artística singular.

Estudos do Corpo

Visão de Le Breton

Doutor em Antropologia e professor na Universidade de Estrasburgo II, David Le Breton se tornou referência no estudo sobre a corporeidade. Dentre suas obras publicadas no Brasil ressalta o livro a "Sociologia do corpo", publicado pela editora Vozes, em 2006. Nele o pesquisador francês argumenta que o fenômeno de existência corporal está introduzido no nosso contexto social e cultural, ou seja, a linguagem corporal está inserida no canal pelo qual as relações sociais são elaboradas e experimentadas. Para o professor, a Antropologia social e a Sociologia possuem inúmeras possibilidades de pesquisas, dentre elas, as investigativas. Elas podem ajudar nos estudos sobre as representações que construímos acerca do corpo e até mesmo na compreensão de certas culturas. Em muitos de seus trabalhos , Breton se preocupa com as investigações sobre a corporeidade, como é o caso dos simbolismos, as expressões e percepções construídas na dinâmica social. Seu último livro traduzido no Brasil foi o "Condutas de risco: dos jogos de morte ao jogo de viver", pela editora Autores Associados.

ANA CECÍLIA SOARES
REPÓRTER


FONTE (foto incluída): Diário do Nordeste (Assinatura)

animê x cartoon vaquinha by guto naveira


tela com 50cm x 90cm acrilico sobre tela formato cartoon e animê
A princesa veio de outra dimensção ao mundo da vaquinha e seus cartoons tentando passar energia clara e positiva com suas cores vibrantes e alegres.
Guto Naveira

Trasladação de Albert Camus para o Panteão objecto de debate


Trasladação de Albert Camus para o Panteão objecto de debate
Internacional 2009-11-25 18:52
O projecto do presidente francês, Nicolas Sarkozy, de trasladar para o Panteão os restos mortais de Albert Camus suscitou reacções hostis de intelectuais e políticos que temem uma "recuperação" da imagem do autor, Prémio Nobel da Literatura em 1957.
Há uma semana, Sarkozy defendeu a trasladação, considerando que "seria um símbolo extraordinário(...) fazer entrar Albert Camus no Panteão", meio século após a sua morte num acidente de viação.Nesse sentido, segundo o jornal Le Monde, o presidente francês já em tempos entrara em contacto com os membros da família de Camus para obter o seu acordo.
Em finais de 2007, por exemplo, esteve reunido com a filha do romancista, Catherine Camus, Antoine Gallimard e uma dezena de escritores franceses e argelinos, num almoço organizado pela sua assessora Catherine Pégard, antiga jornalista do Point.
Lusa / AO online

FONTE: Acorianooriental

quarta-feira, novembro 25, 2009

Mauricio de Sousa faz 50 anos de carreira


Mauricio de Sousa faz 50 anos de carreira

23 de novembro de 2009 • 07h43 • atualizado às 07h44

Kamille Viola
Rio de Janeiro
Há 50 anos, Mauricio de Sousa fazia sua primeira tirinha, com Franjinha e Bidu. Eles deram origem à Turminha da Mônica, personagem mais famosa do quadrinista, que acumula números impressionantes: cerca de 1 bilhão de revistas publicadas (em 126 países e em 50 idiomas diferentes) e mais de 200 personagens criados.
Aos 74 anos, Mauricio não para. Seu lançamento mais recente é a Máquina de Quadrinhos, em que os leitores criam HQs a partir de imagens prontas dos personagens, cenários, objetos e balões da Turma da Mônica. "Só no primeiro mês, recebemos 58 mil histórias, tivemos 62 países acessando o site e 3 milhões de visitas".
Outros projetos são a Escolinha do Chico Bento, série educativa para TV com os personagens em bonecos. Também há desenhos animados sendo desenvolvidos: Turma da Mônica, Penadinho, Astronauta e Chico Bento, que também deve ganhar versão jovem, com a ecologia como foco.
Em homenagem ao meio século de carreira, foram lançados Bidu - 50 Anos (Ed. Panini, 160 págs., R$ 39,90), com histórias dos anos 60 até hoje, incluindo um mangá, e MSP 50 - Mauricio de Sousa por 50 Artistas (Panini, 192 págs., R$ 55), com personagens dele desenhados por 50 artistas.
Motivos para comemorar não faltam. Mas, para ele, seu maior legado foi ter ensinado "milhões de brasileiros" a ler. "Teve uma moça que foi dar parabéns à professora da filha de 4 anos porque ela estava lendo e ganhou parabéns, porque a professora também não tinha ensinado", conta.
Mauricio diz que está preparando os filhos (são 10) para substituí-lo. "Para me dar liberdade para outras atividades, como a criação de produtos. Algo como, por exemplo, um novo combustível não poluente feito da casca de mexerica", exemplifica. Apesar disso, ele continua dando a última palavra. "Me ligam às 3h da manhã para perguntar de um desenho que acabaram de fazer."
Personagem gay
O sucesso nunca foi motivo para acomodação: está causando polêmica com um personagem que insinua ser gay, Caio, da sexta edição da revista Tina. O namorado de Tina tem uma crise de ciúmes dela com Caio, que diz ser comprometido e aponta para um rapaz.
"A revista Tina é uma publicação produzida para um público adulto jovem", explica Mauricio. "Não há qualquer afirmação sobre a sexualidade deste ou daquele personagem. A história deve ser lida e interpretada pelo leitor".
Ano passado, lançou a Turma da Mônica Jovem, em formato de mangá, que alcançou enorme sucesso: o número quatro, em que Mônica beija Cebola, se tornou o gibi mais vendido do mundo, com mais de 400 mil exemplares vendidos.

FONTE (foto incluída): Terra Brasil

Asterix e Obelix ganham álbum em comemoração aos 50 anos


GAULESES IRREDUTÍVEIS »

Asterix e Obelix ganham álbum em comemoração aos 50 anos
Pedro Brandt
Publicação: 22/11/2009 14:38

Atualização: 22/11/2009 15:48
Ao contrário do imperador romano Júlio César, Asterix nunca almejou a conquista global. Ainda assim, cinco décadas depois do surgimento do personagem, o baixinho gaulês e seu companheiro de aventuras, o grandalhão Obelix, são — junto com Tintim — o maior fenômeno de popularidade das histórias em quadrinhos franco-belgas(1). Ao longo de 50 anos, foram mais de 30 álbuns (publicados em dezenas de idiomas e países), oito animações em longa-metragem, três filmes com atores, um parque de diversões temático (localizado a 30 km de Paris), camisetas, brinquedos e diversos outros produtos.

O cinquentenário ganhou homenagem em quadrinhos: O aniversário de Asterix e Obelix — O livro de ouro, título que a editora Record colocou este mês nas lojas. Ao longo de 50 páginas, o leitor é levado a revisitar cenários e passagens marcantes da série, reencontrar coadjuvantes e, claro, outros habitantes da aldeia gaulesa, como o cãozinho Ideafix, o druida Panoraix, o chefe da tribo Abracurcix, o bardo insuportável Chatotorix e tantos outros.

Mas O livro de ouro não é exatamente uma retrospectiva. O roteiro trabalha em cima de divagações dos personagens de como Asterix e cia. seriam se transformados em astros do cinema e da música, capas de revistas de celebridade e obras de arte em museu (neste caso, são apresentadas algumas paródias feitas em cima de quadros famosos).

Por Tutatis!

Em outubro de 1959, chegava às bancas de jornais da França o número um da revista Pilote. Na mesma edição, o desenhista Albert Uderzo e o roteirista René Goscinny (idealizadores da publicação) estreavam suas novas criações: um guerreiro baixinho e narigudo, de capacete emplumado chamado Asterix e seu inseparável amigo Obelix, um rotundo e desastrado carregador de pedras. Não demorou muito para os valentes heróis conquistarem a simpatia dos leitores a alçarem voos mais altos.

Durante 18 anos, a receita do sucesso das histórias de Asterix foi a parceria entre Goscinny e Uderzo. Vivíssimo, o traço do desenhista salta aos olhos na construção de cenários, na narrativa e no uso de recursos gráficos. O escritor criava roteiros aventurescos repletos de tiradas cômicas envolvendo eventos históricos e fazendo graça — mas sem cair no preconceito — das idiossincrasias, costumes e estereótipos (sempre com alusões a eventos contemporâneos) dos países visitados pelos heróis gauleses. Obelix imortalizou frases como “por Tutatis!” ou “esses romanos são loucos!”.

Asterix e Obelix (e, claro, o fiel Ideafix) nunca recusam uma boa aventura ou o pedido de ajuda de um amigo, seja compatriota ou estrangeiro, o que justifica suas constantes viagens. Todas as histórias se passam no ano 50 antes de Cristo, quando a Gália (região que deu origem a França) está ocupada por tropas romanas. A resistência é representada pela aldeia liderada por Abracurcix. Lá, os guerreiros vivem tranquilos, caçando javalis e festejando. Em combate, contam com uma vantagem: a poção mágica preparada por Panoraix. Ela confere força sobreumana a quem a bebe (Obelix caiu em um caldeirão da mistura quando criança, daí sua força).

Criador de outros personagens de destaque, como Lucky Luke e Pequeno Nicolau, René Goscinny morreu aos 51 anos, em 5 de novembro de 1977. Depois de 24 títulos (lançados a partir de 1961), o futuro da série Asterix era incerto. Mas Uderzo decidiu ficar responsável pelos roteiros e deu continuidade à obra criada com o amigo. Sozinho, o desenhista já assinou dez álbuns.

Mas, consenso entre os leitores, muito da graça das histórias se perdeu com a morte do roteirista original. E em O aniversário de Asterix e Obelix — O livro de ouro não é diferente. O título é protocolar cartão de feliz aniversário, sem o humor nem o vigor de obras anteriores. Mais bem sucedido é o álbum Asterix e seus amigos, lançado ano passado em homenagem aos 80 anos de Uderzo e com a participação de vários autores contribuindo com versões para os personagens criados pela dupla.

Perto de se aposentar das HQs (o que vinha planejando há anos), Albert Uderzo recentemente anunciou à imprensa europeia seus substitutos na continuação de Asterix: Régis Grébent e os irmãos Frédéric e Thierry Mébarki. Fica a dúvida se o trabalho da nova equipe estará mais próximo do feito por Goscinny ou Uderzo. Independentemente disso, a qualidade e o alcance do legado da dupla está aí para quem quiser ler.

1- Loucos por HQsNações vizinhas, França e Bélgica compartilham o amor pelas histórias em quadrinhos (em francês, bande dessinée, ou BD — chamada de banda desenhada em Portugal) e formam o principal polo de produção e consumo de HQs da Europa.

Asterix em números

# No Brasil, os títulos da série Asterix somam quase 3 milhões de exemplares vendidos.

# No mundo, são 325 milhões de exemplares em 107 idiomas.

# A Record pública Asterix desde 1983 e colocou no mercado 42 títulos da série: 34 álbuns em quadrinhos e 8 livros ilustrados.

# No Brasil, o álbum O grande fosso (1980) é o campeão de vendas, com 130 mil exemplares vendidos.

FONTE (foto incluída): Correio Braziliense

7 vidas de um quadrinista


Segunda-feira, 23/11/2009

7 vidas de um quadrinista


Em 2004, o roteirista de quadrinhos André Diniz resolveu tirar suas dúvidas sobre a terapia de vidas passadas submetendo-se, ele mesmo ao tratamento. 7 Vidas (Conrad, 2009, 128 págs.) é o relato quase literal das sessões que o levaram a descobrir detalhes sobre suas encarnações passadas e como elas influenciam no momento atual. É também um relato sobre a vida do escritor, num momento decisivo, de mudança física e psicológica (com a ida para Petrópolis e a perda de uma gravidez por parte da esposa).

Para desenhar a história, André chamou Antonio Eder, um companheiro das antigas, com os quais fez várias histórias curtas e o álbum Chalaça, lançado também pela Conrad.

André Diniz é um dos mais importantes roteiristas de quadrinhos surgidos no século XXI. Seu álbum de estréia, Fawcett, sobre o explorador americano que se perdeu nas selvas do Mato Grosso e influenciou a criação do Indiana Jones, com desenhos de Flávio Colin, rendeu-lhe o prêmio Ângelo Agostini. Antonio Eder é um desenhista já veterano, com um currículo invejável, incluindo a premiada graphic novel Manticore.

A dupla mostra uma interação poucas vezes vista em uma história em quadrinhos. O desenhista Antonio Eder tem um desenho simples, mas extremamente expressivo. É dos poucos que conseguem, com poucos traços, passar uma ideia, uma expressão. Esse traço enxuto casa perfeitamente com o roteiro realista e espontâneo de Diniz, que chega ao ponto de contar até mesmo detalhes irrelevantes das sessões, como que para dizer: "isto é um relato, não uma ficção".

Aliás, a espontaneidade e realismo do roteiro é a maior qualidade e o maior defeito da história. Exemplo disso é a questão da perna. André Diniz conta que a perna direita ficava tensa durante as sessões de terapia. Mais tarde, sabemos que essa perna é o ponto fraco do escritor em várias vidas. Há sempre algum tipo de incidente envolvendo-a. Num roteiro fictício, o mistério da perna seria solucionado lá na frente, talvez na última página, pois serve como elemento de suspense. André Diniz soluciona o mistério da perna muito antes do final, seguindo a ordem cronológica das sessões e dos acontecimentos de sua vida.

Com isso, se a história perde em estrutura narrativa, ganha em honestidade. 7 Vidas é um relato sem artifícios narrativos, mas totalmente honesto. E não resvala em nenhum dos dois procedimentos comuns quando se fala do assunto: no terror ou na literatura de autoajuda ou espiritualista. Na verdade, não é necessário nem mesmo acreditar em reencarnação para ler e gostar de 7 Vidas.

O tema reencarnação é pouco explorado nos quadrinhos, apesar de suas incríveis possibilidades narrativas. No Brasil, o próprio André Diniz havia feito uma HQ chama A curva, com desenho próprio, que ficou incompleta. Nela, uma mulher morre e, influenciada por um espírito vingativo, passa a perseguir o esposo.

A história em quadrinhos parecia uma versão romanceada de livros espíritas, como Nosso lar, mostrando detalhes da vida após a morte, inclusive com incursões ao umbral. Mas, competente, Diniz, teve o cuidado de não se deixar levar pelo discurso doutrinário. As ideias básicas do espiritismo kardecistas estavam ali apenas como elementos narrativos ou ambientação, sem o objetivo de convencer o leitor a acreditar nisto ou naquilo.

7 Vidas tem essa mesma qualidade. Os autores são honestos e evitam a todo custo um discurso de autoajuda ou de misticismo de botique.

Curiosamente, a difusão do kardecismo no Brasil parece ter tornado a relação com o tema mais simples e menos traumática. É curioso comparar, por exemplo, 7 Vidas com A experiência religiosa de Philip K. Dick, HQ curta de Robert Crumb, o mais aclamado nome do quadrinho underground norte-americano.

Em 1974, o escritor de ficção-científica Philip K. Dick passou por uma experiência que marcou sua vida profundamente. Ele sofria com dor após uma extração dentária e, quando abriu a porta para pegar o remédio, deparou-se com uma mulher com um pingente na forma de peixe dourado. Isso desencadeou a lembrança de uma vida anterior, em que ele morava em Roma e era cristão num período em que os praticantes dessa religião eram perseguidos. Era como se outra personalidade tivesse entrado em sua mente. Ele não conseguia, por exemplo, dirigir, pois o cristão da época romana que se introduzira em sua mente não tinha essa habilidade. Crumb transformou a experiência do escritor em uma inspirada história em quadrinhos, mas com um foco totalmente diferente de 7 Vidas.

O racionalismo cartesiano norte-americano mesmo expresso por um quadrinista underground, como Crumb, fez com que a história fosse densa e angustiante.

Enquanto André Diniz parece lidar com naturalidade com os fatos que lhe são apresentados sobre suas vidas passadas, Dick, mostrado por Crumb, espanta-se com eles e se angustia na tentativa de racionalizá-los.

André Diniz faz um relato quase poético pela simplicidade e sinceridade e isso parece dizer muito sobre a forma como os brasileiros lidam com fenômenos como a mediunidade e a reencarnação. Curiosamente, essa versão simples e sincera de 7 vidas passadas parece estar agradando. O álbum já está na segunda edição.
FONTE (foto incluída): Digestivo cultural

Viagem a um mundo branco com Alice e coelho dentro


Portugal

Viagem a um mundo branco com Alice e coelho dentro

Lisboa - No novo romance do escritor Possidónio Cachapa, "O Mundo Branco do Rapaz-Coelho", há uma Alice e um coelho que contrastam com as personagens criadas por Lewis Carroll no clássico "Alice no País das Maravilhas".

"É uma viagem muito especial (...) este livro tão poderoso, tão vibrante e tão preocupante", disse hoje a escritora e jornalista Helena Vasconcelos na sessão de apresentação da obra editada pela Quetzal, na Fnac Colombo.
Interrogando-se sobre o "estranho fascínio" de Possidónio Cachapa pela figura de Alice e dos seus companheiros de aventuras, Helena Vasconcelos classificou o quarto romance do autor como "uma nova charada e um novo desafio que certamente teria a aprovação de Carroll, logo à primeira leitura".
Porquê? "Por uma razão essencial: a narrativa constrói-se como um puzzle e cada capítulo constitui uma ou mais peças que o leitor tem de ir observando e registando com atenção, para que tudo se encaixe - ou não - no final", argumentou.
Só que aqui, "o tempo passou, o mundo mudou e Alice não envelheceu nada bem. Apenas o coelho rapaz - porque é rapaz e é coelho - está mais ou menos na mesma, isto é, louco", observou a escritora.
Contrastando com a Alice de Carroll, "uma menina mentalmente sã" que "chora, se zanga, ri, tem medo, mete o nariz onde não deve, mas continua", a Alice de Cachapa "tem uma atitude de sonâmbula, é uma espécie de zombie", o que significa que se a primeira "tem aventuras no país das maravilhas, esta tem aventuras no país dos pesadelos mais horríficos".
"Do século XIX e da confortável e optimista sociedade vitoriana - que, evidentemente, escondia coisas terríveis, como a pedofilia, o assassínio, a prostituição e a pobreza mais abjecta por detrás de janelas e portas bem fechadas - passamos aqui para um tempo presente/futuro de pesadelo, em que as alterações climáticas criam um universo de neves e frio eternos, uma sociedade em que os pais são todos violentos, os presidentes da câmara são todos corruptos e em que um assassino em série se torna o anti-herói natural desta saga de dor, alienação e desesperança", sublinhou a ensaísta.
Possidónio Cachapa falou em seguida e começou por dizer que Helena Vasconcelos estava "completamente enganada", embora "da melhor maneira", em relação às referências apontadas, porque ele é "bestialmente ignorante" e apenas escreve "os livros que gostaria de ler".
Assim que acaba de escrevê-los, já não é com ele - "Eles que se façam à vida", lançou - é com os leitores.
"Este é um livro que veio não sei de onde e vai não sei para onde também", disse o autor.
"De todas as histórias que eu escrevi, esta é aquela de que mais me assusta falar, porque não estou a vê-la, acrescentou, explicando aos leitores que encheram o auditório da Fnac Colombo ao fim da tarde que não controla o processo de escrita, nem as suas personagens, e que estas, às vezes, vivem coisas que o perturbam e o obrigam a uma pausa, por serem "muito violentas".
Para Cachapa, "este livro é muito estranho", mas o autor declarou "não estar nada preocupado com isso".
"Este livro já não é meu, está escrito. O trabalho dos leitores é lê-lo, interpretá-lo e apropriar-se dele (...). Eu faço o que posso. Às vezes, corre bem", rematou.


FONTE: AngolaPress


'Alice', que pertenceu à musa de Lewis Carroll, vai a leilão


Literatura
'Alice', que pertenceu à musa de Lewis Carroll, vai a leilão
Plantão Publicada em 24/11/2009 às 13h43m

O Globo com Reuters

LOS ANGELES - Um exemplar do livro "Through the looking glass, and what Alice found there" ("Alice através do espelho") que pertenceu à menina inglesa que serviu de inspiração a Lewis Carroll para escrever sua primeira parte, "Alice no país das maravilhas", será oferecido em leilão em dezembro, anunciou na segunda-feira e empresa responsável pelo leilão.

Em seu leilão de 16 de dezembro, a Profiles in History também vai oferecer um exemplar de "The tale of Peter Rabbit" ("As aventuras de Pedro, o coelho") que pertenceu a sua autora, Beatrix Potter. Os livros vêm da coleção do ex-jogador profissional de futebol americano Pat McInally, disse a casa de leilões.

O exemplar de "Alice através do espelho" que pertenceu a Alice Liddell antes de integrar a coleção de McInally tem valor de venda estimado em US$ 150 mil.

Em 1862, quando tinha 10 anos de idade, Alice Liddell fez um piquenique com seu vizinho, o matemático de Oxford Charles Dodgson, que escrevia sob o pseudônimo literário de Lewis Carroll. Este contou a ela uma história que mais tarde se tornaria o clássico da literatura infantil "Alice no país das maravilhas".

A Profiles in History anunciou que a expectativa é que o exemplar de"As aventuras de Pedro, o coelho" que foi da própria Beatrix Potter seja vendido por até US$ 120 mil.

O leilão, que é voltado à literatura infantil, também inclui um exemplar da primeira edição de "O mágico de Oz" e cópias autografadas de uma edição limitada de "Ursinho Puff" e "Ursinho Puff constrói uma casa", de A. A. Milne.

De acordo com a Profiles in History, a expectativa é que o leilão gere vendas de US$ 1 milhão.

FONTE (imagem incluída): O Globo

terça-feira, novembro 24, 2009

Humanidade vive "um dos períodos mais selvagens da História"


Humanidade vive "um dos períodos mais selvagens da História"
George Steiner recorda que os dois grandes produtores de dinheiro são a droga e a pornografia

Data: 23-11-2009
George Steiner, considerado um dos mais importantes pensadores actuais, lamentou hoje que se viva "um dos períodos mais selvagens da História", em que os dois grandes produtores de dinheiro são a droga e a pornografia.

O ensaísta participou nas V Conferências Internacionais de Filosofia e Epistemologia do Instituto Piaget, em Viseu, que durante três dias se dedicam a reflexões sobre a condição humana.

O professor da Universidade de Cambridge, de origem judaica, considerado um "humanista pessimista", afirmou que o holocausto mudou "o significado da condição humana" e que "perderam-se certos ideais do progresso humano".

"A condição humana tornou-se, hoje em dia, profundamente problemática. Vivemos num dos períodos mais selvagens da História", frisou. George Steiner exemplificou que "há hoje mais crianças escravizadas, morrendo de doenças e de fome do que alguma vez houve" e que a tortura não existe apenas na Baía de Guantánamo mas também, por exemplo, "nos procedimentos de controlo" das forças policiais francesas.

Steiner lamentou também que as duas indústrias mais produtivas sejam as drogas e a pornografia, nomeadamente a infantil, e considerou que "a obsessão com a pedofilia é o reverso da tortura das crianças".

Isto porque, na sua opinião, por um lado a sociedade está muito preocupada em levar ao exagero os gestos que são indício de pedofilia, mas, por outro, elas são escravizadas sexualmente.

O crítico e ensaísta afirmou também que "muitos intelectuais estão fascinados pela violência e pela crueldade".Considerou que a violência e o conhecimento vivem paredes-meias e deu até o exemplo de que, nos campos de concentração, num mesmo dia em primeiro escutava-se Schubert e depois se torturavam e matavam pessoas.

As V Conferências Internacionais de Filosofia e Epistemologia do Instituto Piaget, que contam com a participação de três dezenas de oradores, partem das obras e pensamentos de George Steiner, do neurocientista António Damásio, do filósofo Espinosa e do escritor Miguel Torga.

As conferências contam com participantes de Espanha, Inglaterra, França, Irão, EUA e Portugal e encerram as comemorações do 30º aniversário do Instituto Piaget em Portugal.
Lusa

FONTE: Diário de Notícias - Funchal


Le Drôle de Noël de Scrooge

Le Drôle de Noël de Scrooge
(Figaroscope) 24/11/2009 Mise à jour : 17:05
Scrooge, vieillard acariâtre et avare, déteste les hommes et Noël en particulier. L'apparition du spectre de son associé et la confrontation avec d'autres fantômes du passé vont le transformer…
Critique
L'adaptation d'Un chant de Noël de Dickens par Zemeckis, qui le métamorphose en conte très macabre, traité avec lourdeur, sans poésie et à grand renfort d'effets spéciaux et de motion, capture. Décevant et trop terrifiant pour les enfants de moins de dix ans.
FONTE: Le Figaro

quarta-feira, novembro 18, 2009

Joe Bennett faz workshop de quadrinhos em São Paulo


Joe Bennett faz workshop de quadrinhos em São Paulo
Desenhista depois ganha exposição de originais na Impacto
12/11/2009
O desenhista de quadrinhos brasileiro Joe Bennett - ou Bené Nascimento, deste lado do Equador - vai fazer um workshop especial no próximo dia 28/11, sábado, na Impacto Quadrinhos, em São Paulo.

Será uma aula sobre processo de trabalho e como atuar no mercado dos EUA, para o qual Bennett já desenhou Capitão América, Batman, Gavião Negro e outros personagens.
O workshop custa R$ 75,00 e vai das 14 às 17h do sábado. Os participantes devem trazer apenas papel e lápis. Após o workshop, a Impacto abre uma exposição dos trabalhos de Bennett, incluindo originais e páginas não publicadas, com entrada gratuita.
A Impacto Quadrinhos fica na Rua Gen. Góis Monteiro, 521.
Mais informações no site oficial.
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FONTE (imagem incluída): http://www.omelete.com.br/

No TCA, Tom Wolfe fala sobre crise política e revolução sexual


salvador 17.11.2009 - 22h23
No TCA, Tom Wolfe fala sobre crise política e revolução sexual

Redação CORREIO Fotos: Robson Mendes
Em palestra na noite desta terça-feira (17), no Teatro Castro Alves, em Salvador, o jornalista e escritor americano Tom Wolfe disse que se sentiu muito feliz por saber que 'o Brasil não se ferrou tanto na crise quanto os Estados Unidos', alfinetou.

Tom Wolfe fala sobre política brasileira e revolução sexual no TCA
O escritor passeou sobre vários temas, mas as críticas aos Estados Unidos foram o ponto alto de sua palestra no TCA. Segundo ele, o que se vê nos EUA hoje é gente falando o tempo todo do 'fim do jornalimo, o fim da propaganda, o fim das editoras, da tv e do próprio país'.
Jornalista e escritor americano falou para 250 pessoas
Sobre a sexualidade, afirmou que 'o que se chamava de revolução sexual no anos 60 e 70 é pouco perto do que está acontecendo hoje'. Wolfe ainda arriscou uma frase em português: 'Os EUA estão no fim da indústria do café como conhecemos', tentando criar um parelalo entre crise nos Estados Unidos e o fim do ciclo do café, no Brasil.
Cerca de 250 pessoas assistiram a palestra, realizada pelo programa 'Fronteiras do Pensamento' da Braskem. Tom Wolfe nasceu em 1931 e é considerado um dos pais do 'new journalism', estilo de reportagem que marcou as décadas de 1960 e 70 nos Estados Unidos. Assim como Wolfe, outros jornalistas, como Truman Capote e Gay Talese, também fizeram parte do movimento.
Tom Wolfe é autor de 'A Fogueira das Vaidades', 'Radical Chic & O Novo Jornalismo' e 'Eu sou Charlotte Simons'.
FONTE (foto incluída): Correio da Bahia

quarta-feira, novembro 11, 2009

Filme do dia: «Bright Star»


Filme do dia: «Bright Star»
A vida e amores do poeta John Keats estão no centro do novo filme de Jane Campion, a realizadora neo-zelandesa que maravilhou o mundo com «O Piano».

Londres 1818: começo de um caso amoroso entre o poeta inglês John Keats, na altura com 23 anos, e Fanny Brawe, uma estudante expansiva sua vizinha. Irremediavelmente e intensamente envolvidos um com o outro, o jovem par amoroso embrenhou-se em sensações novas e muito poderosas, «Tenho a impressão de que me estou a dissolver», escreveu Keats a Fanny. Juntos navegaram por ondas de obsessão romântica, que se tornaram mais profundas à medida que os seus problemas aumentaram. Apenas a doença de Keats provou ser intransponível.
Os três últimos anos de vida do poeta britânico John Keats são vertidos para cinema em «Bright Star», o mais recente filme de Jane Campion, que já não assinava uma película desde «In the Cut - Atracção Perigosa», em 2003. A cineasta oscarizada por «O Piano» apresentou este filme pela primeira vez na Competição Oficial do último Festival de Cannes.

FONTE (foto incluída): http://cinema.sapo.pt/

terça-feira, novembro 10, 2009

Bolle e Zakharova in Giselle: una poesia in punta di piedi


Bolle e Zakharova in Giselle: una poesia in punta di piedi

L’amore, la follia, il tradimento, la morte, la vita dei contadini e il mondo ultraterreno. Al Teatro alla Scala è in scena il capolavoro romantico. E i corpi si fondono con la musica come in un soffio

09 novembre, 2009


di Chiara Ribichini


La vita reale, fortemente legata alla terra come quella dei contadini, e un mondo ultraterreno fatto di creature che come un soffio appaiono e scompaiono. In mezzo il tradimento. E’ Giselle, il balletto romantico per antonomasia, in scena al Teatro alla Scala di Milano fino al 14 novembre con la coreografia di Coralli-Perrot nella versione di Yvette Chauviré, ritenuta la più fedele all’originale del 1841.


A dar vita a una storia d’altri tempi, che sa commuovere lo spettatore anche a più di un secolo e mezzo di distanza, Roberto Bolle (nel ruolo di Albrecht) e Svetlana Zakharova (nel ruolo di Giselle). Due étoiles capaci di imporre sulla scena le passioni contrastanti di cui vive il balletto con tutta la loro forza dirompente. La gioia, l’atmosfera di festa dei campi durante la vendemmia, la spensieratezza di una giovane quindicenne, la follia, il dolore che uccide, l’amore che sopravvive alla morte. I loro corpi parlano, raccontano ogni passaggio della storia fondendosi perfettamente con la musica di Adolphe Adam.


Giselle nasce nel 1841 da un’idea dello scrittore e poeta romantico francese Théophile Gautier che, sfogliando le pagine del libro De l'Allemagne di Heinrich Heine, rimase attratto dalla leggenda delle Villi, spiriti della tradizione popolare tedesca simili agli elfi. Giovani promesse spose morte prima delle nozze che, durante la notte, escono dalle loro tombe in cerca di vendetta. Sul libretto di Gautier si plasmano le note di Adam e la coreografia di Coralli e Perrot. Ne nasce un balletto che ha segnato la storia del romanticismo e della danza.


La protagonista, Giselle, è una giovanissima contadina che si innamora del giovane Albrecht, ignorando le sue origini nobili. Albrecht le giura amore eterno pur essendo già promesso sposo di un’altra ragazza. Quando Giselle scopre la verità impazzisce e muore. Albrecht, in lacrime sulla tomba di Giselle, viene attirato dalle Villi in una danza di morte. Sarà Giselle a salvarlo in nome di un amore che va al di là del tradimento e della morte stessa. I due atti che costituiscono il balletto sono fortemente distinti uno dall’altro: nel primo domina la luce del sole che si specchia nel giallo del grano dei campi, nel secondo il crepuscolo e l’oscurità delle tenebre, interrotta dal tulle che assorbe i deboli raggi lunari per rifletterli. E’ la morte di Giselle a dettare il cambio di scena.


Svetlana Zakharova e Roberto Bolle trasformano il balletto in una poesia sulle punte. Ogni sguardo tra loro, ogni più piccola vibrazione del corpo è in grado di regalare un’emozione che arriva diretta al pubblico. Austera e impeccabile anche Francesca Podini nel ruolo di Myrtha, la Regina delle Villi.


E a guardarli si sente l’eco delle parole di Yvette Chauviré: “Il virtuosismo di Giselle consiste nel rendere invisibile la tecnica (…) Quando danzavo la mia ossessione era quella di far dimenticare la carnalità dei piedi… sempre troppo umani, ai quali bisognava dare l’apparenza di un respiro”.


* Nelle prossime date si alterneranno nel ruolo di Giselle Emanuela Montanari e Petra Conti, in quello di Albrecht Massimo Murru e Eris Nezha

FONTE (imagem incluída): SKY.it
http://tg24.sky.it/

Musical conta a história dos compositores Tom Jobim e Vinícius de Morais


Musical conta a história dos compositores Tom Jobim e Vinícius de Morais
Estrelado por Marcelo Serrado e Thelmo Fernandes, conta a história dos músicos durante os anos 50 e 60; as apresentações ocorrem nos dias 13 e 15 de novembro, no Teatro Guararapes
Da Redação do pe360graus.com

A amizade entre Tom Jobim e Vinícius de Moraes ganha uma versão para o teatro. O musical “Tom e Jobim” percorre musicalmente a década áurea dos compositores, entre os anos 50 e 60.

A peça tem início em 1956, quando Tom e Vinicius se conheceram e fizeram as músicas da peça "Orfeu da Conceição", que mais tarde seria transformado no filme "Orfeu negro" pelo francês Marcel Camus e premiado com a Palma de Ouro em Cannes e o Oscar de Filme Estrangeiro.

Escrita pela dramaturga Daniela Pereira de Carvalho e pelo poeta Eucanaã Ferraz, a partir da pesquisa de Maria Lúcia Rangel, o musical traz detalhes das vidas dos compositores, utilizando correspondências e textos publicados na imprensa.

montagem é protagonizada pelos atores Marcelo Serrado, que interpreta Tom Jobim, e Thelmo Fernandes, que vive o papel de Vinícius de Moraes (foto). Além de interpretar Tom, Serrado toca violão e piano, canta e assina a produção da peça.

A direção fica por conta de Daniel Herz e trilha sonora é de Josimar Carneiro. No palco, cinco músicos e oito atores entoam canções da bossa. O roteiro musical inclui 19 sucessos, como “Desafinado”, “Samba de uma nota só”, “Ela é carioca”, “Por causa de você”, “Garota de Ipanema”, “Valsa de Eurídice”, e também um pout-pourri com mais seis músicas.

Para compor os papéis, além de aulas de canto e preparação vocal, o elenco teve contato com a família e amigos dos compositores. Os atores do elenco interpretam ícones como Elizeth Cardoso, Dolores Duran e Frank Sinatra.

O figurino do musical é assinado por Marcelo Pies, que criou 140 peças inspiradas nas roupas e acessórios usados nas décadas de 50 e 60, com ilustrações do calçadão de Copacabana, a Pedra da Gávea e o Morro Dois Irmãos.

SERVIÇO

Tom e Vinícius, O Musical
Local: Teatro Guararapes
Data: 13 e 15 de novembro
Horário: 21h na sexta-feira (13); e 18h e 20h30 no domingo (15)
Ingressos: R$40 (inteira) e R$20 (meia), à venda na loja Brunneli, do Shopping Recife
Informações: 3182-8020


FONTE (foto incluída): pe360graus.com

Terra Sonâmbula


EDITORIAL

No meio da guerra civil de Moçambique, o menino Muidinga quer apenas reencontrar seus pais. Encontrado em um campo de refugiados por Tuahir, o garoto teve uma terrível doença que fez com que ele não consiga mais se lembrar de nada do seu passado, o que dificulta ainda mais sua desesperada busca. Mesmo assim, os dois seguem viagem tentando encontrar alguma pista que os faça chegar enfim à família de Muidinga.
Durante o trajeto, eles encontram um ônibus incendiado, com diversos corpos carbonizados. Perto dali, um outro cadáver chama a atenção, de um homem morto a tiro. Ao lado dele, em uma maleta, um livro conta a história da vida deste homem, Kindzu. Enquanto continuam a jornada, Tuahir e Muidinga acompanham a história daquele misterioso sujeito, e quanto mais leem, mais percebem semelhanças entre esta história e a do próprio garoto.
Terra Sonâmbula é uma co-produção de Moçambique e Portugal, dirigido pela estreante Teresa Prata. O filme é baseado no livro homônimo do escritor moçambicano Mia Couto. Lançado em 1992, Terra Sonâmbula foi considerado em uma feira internacional ocorrida no Zimbábue, como um dos 12 melhores livros africanos escritos no século 20.

FONTE (foto incluída): Guia da Semana - São Paulo,SP,Brazil

Lusografia: reações à reforma revelam questões sociais


Reportagem
Lusografia: reações à reforma revelam questões sociais
Por Nivaldo Amstalden
Quais as reações que ocorrem em relação ao acordo para a reforma ortográfica? Em meio ao argumento de unificar o português escrito está a preocupação em relação aos custos da reforma – agravada no caso dos países mais pobres –, a desinformação da população e uma eventual perda na tradição escrita e cultural.
O acordo é de 1990, porém sua entrada em vigor dependia de novos estudos linguísticos e ratificações. Estas, desde janeiro de 2009, ocorreram no Brasil, Portugal e Cabo Verde, com diferentes prazos de transição. Os governos das demais cinco repúblicas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) ainda não ratificaram. Entre elas estão Moçambique e Angola, segundo e terceiro mais populosos.
A prioridade social e até a soberania cultural aparecem enfatizadas versus a necessidade de uma reforma ortográfica, sugerindo uma nova pergunta: “Essa reforma quer calar?”, posto o duplo sentido imposto ao verbo calar: silenciar ou penetrar.
“Este é um dos assuntos que tenho estado a acompanhar”, afirma Gil Filipe, editor do Caderno Cultural semanal do jornal Notícias – no qual também maquetiza e revê textos – e colaborador da revista Biarquivo, do Arquivo Histórico de Moçambique. Filipe informou que os moçambicanos, em sua maioria, não discutiram ou estão discutindo o assunto, e a divulgação é pequena, embora o jornal em que trabalha tenha entrevistado professores e escritores. “O acordo ortográfico é um assunto que não faz nem fez parte da agenda de debate de seja quem for por aqui. Penso que as pessoas vão despertar quando virem uma notícia ou um decreto a avisar que o país aderiu ou ratificou o projeto”. Não há previsão para essa ratificação.
O editor do jornal africano lembra que as reações em Moçambique ao acordo ortográfico são esporádicas, porque nem sequer houve um debate envolvente e explicativo em relação ao que vai mudar na grafia da língua portuguesa, que é a língua oficial e materna de parte considerável da população. “A última vez que o governo se pronunciou publicamente sobre a ratificação foi em julho de 2008, quando perguntei telefonicamente ao vice-ministro da Educação e Cultura, Luís Covane: ‘Esse é um assunto que não está esquecido. Estamos trabalhando nele e a seu tempo nos pronunciaremos sobre a ratificação, que vai de fato acontecer a qualquer momento’, foi a resposta”, conta o editor. Por outro lado, ele explica que o jornal Notícias entrevistou personalidades e promoveu inquéritos públicos sobre o tema.
Dentre as personalidades, Filipe destaca a opinião de dois escritores, Paulina Chiziane (autora de Balada de amor ao vento, 1990; Ventos do apocalipse, 1999; e O alegre canto da perdiz, 2008), e Mia Couto (autor de Terra sonâmbula, 1992; A varanda do Frangipani, 1996; O outro pé da sereia, 2006), ambos escritores consagrados em Moçambique. “O acordo ortográfico apenas me cria confusão. Eu defino a língua portuguesa como a minha viola e com ela quero tocar as músicas que quero. Se tenho que tocar com regras fixas ou se tenho que me adaptar, acho que isso é um problema menor”, diz Paulina. Para ela o acordo em si consiste em mudanças menores, mas o que a preocupa são os efeitos colaterais dessa corrida por um acordo ortográfico. “Quantos dicionários Moçambique terá que comprar de novo? Quantos livros terão que mandar reescrever? Quantos livros de escola terão que ser refeitos, em nome de um acordo ortográfico? Será que valerá a pena sacrificar tanto dinheiro dos pobres só para tirar um ‘c’ e um ‘p’ do que está escrito?”, questiona a escritora.
Para Mia Couto há coisas que deveriam ser debatidas, além das mudanças ortográficas. “No domínio da cultura há muito mais a unir-nos que a afastar-nos. Há ações culturais que temos que fazer para que os livros circulem melhor entre nós (leitores do português), o que, francamente, não está acontecendo agora. Com uma ortografia ou outra, se não mudarmos essas coisas não estaremos caminhando juntos”, lamenta. O escritor acredita que a importação de livros deveria ser repensada, sobretudo para os países mais pobres, como os africanos. Sua crítica aponta para a necessidade de uma melhor compreensão da história e patrimônios de identidade comuns entre os povos falantes do português, além de esforços para a tomada de ações conjuntas.
Na opinião de Gil Filipe pensar em uma unificação de grafia para a língua é correto, mas é preciso que os usuários da língua sejam informados. “Entendo que a confusão que se gerou, nomeadamente entre Portugal e Brasil, que são os maiores interessados no assunto, se deve a outro tipo de rivalidade, de orgulho e de afirmação”, aponta. Ele acredita que, embora a língua seja originalmente dos portugueses, é preciso considerar a opinião dos outros povos, ao invés de tentarem “impor apenas o seu conservadorismo”. “Se é prioridade ou não rever a ortografia”, como explica Mia Couto, “sou de opinião que as consequências da revisão deviam ser abordadas, pois países como Moçambique não têm capacidade para pagar a pesada fatura que virá desse que, para mim, é por enquanto um capricho”.
Em Angola, o acordo ortográfico assinado ainda não foi ratificado. A medida aguarda discussão no parlamento angolano desde o fim das eleições de setembro de 2008. “Atualmente, o país mergulhou em outra grande discussão, a Constituição. Acredito que com a aprovação da carta magna da nação outros acordos, incluído o ortográfico, merecerão uma ampla análise”, diz Leonel Martins, jornalista e codiretor da Folha de Angola – jornal eletrônico lançado no Brasil para a comunidade angolana aqui residente.
Martins lembra que a emigração de angolanos para o Brasil começou em 1974 e se intensificou na década de 1990 com a “guerra das matas”. Com a paz alcançada em 2002, muitos já voltaram ao seu país de origem, no entanto, ele enfatiza que “nem as autoridades de Luanda sabem o número exato de angolanos que vivem no Brasil”.
Ele acredita que, assim como ocorreu em Moçambique, não houve uma ampla divulgação, debate público ou adesão dos veículos de comunicação ao acordo, fato que ele relaciona á tradição de Angola adotar as regras e padrões existentes da “língua de Camões”. “Com o efeito da era da globalização e o mundo da informação, os angolanos vêm perdendo cada vez mais a sua cultura no que diz respeito à forma de falar e até à forma da vestimenta, que há muito deixaram de seguir os padrões de comportamento dos angolanos”, lamenta Martins que mora no Rio de Janeiro há 7 anos e é graduado em jornalismo pela UniverCidade.
Longe do consenso
“Em Portugal, a reforma ortográfica está longe de ser consensual”. A afirmação é do diretor de redação do Diário Económico, Antonio Costa. “Há movimentos mais contra que a favor. Os que são contra veem como uma imposição do Brasil às comunidades lusófonas, imposição do poder econômico à cultura. Eu, particularmente, não compartilho esta tese, sou a favor”. Ele lembra que o acordo ortográfico ainda não tem uma base de sustentação social e nem mesmo haveria uma consciência coletiva das mudanças, o que estaria, em sua opinião, restrito à comunidade acadêmica. “Em Lisboa fala-se em reverso da colonização, colonização cultural ao contrário”, pontua o jornalista que, no início de outubro e com parceria nacional, lançou o jornal Brasil Econômico. Ele conta que o escritor Miguel Sousa Tavares, autor de O Equador (2003), tem uma visão divertida, porém contrária à reforma, de que ela seria “uma forma que o Brasil encontrou de colonizar Portugal”.
Na pátria mãe da língua, o acordo foi ratificado, porém o período para sua aplicação estabelece um prazo de dez anos, contra os quatro anos estabelecidos no Brasil. Enquanto isso, Costa informa que a imprensa escrita, com poucas exceções, aguarda para tomar uma decisão sobre a reforma que foi também pouco debatida na sociedade, ficando restrita aos níveis acadêmicos. “Vejo hoje o Brasil, pela sua população e economia, como o centro da lusofonia; o país que, há muito tempo mesmo, mais internacionaliza nossa língua e um país em que os portugueses têm muitas oportunidades de negócios”, declara.
O debate está longe de ser encerrado. Em solo brasileiro, o Congresso Nacional poderá autorizar o governo federal a rever o acordo ortográfico firmado e aprofundar o debate junto à sociedade. No último dia 4 de novembro, Marisa Serrano, senadora do Mato Grosso do Sul (PSDB) apresentou sugestão depois de considerar inúmeras críticas feitas ao acordo durante audiência pública sobre o tema realizada pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do senado.
Letramento: quantos seriam os lusógrafos?

A CPLP calcula em 230 milhões os habitantes de suas oito nações. Cinco já foram citadas, as outras três são Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Não há dados sobre quantos não falam o português, casos especiais da África e Ásia, nem dados daqueles que, mesmo falando português, não sabem ler e escrever. Há informações demográficas de outras fontes, como a agência norte-americana CIA, em que a soma populacional chegaria a aproximadamente 247 milhões, porém com diferentes datas de censos, o que dificulta uma projeção com pequena margem de erro. Essa fonte indica uma média de alfabetização de 84%.
Tomando como hipótese essa taxa média de alfabetização de 84% (pelo critério “tem 15 anos ou mais e sabe ler e escrever”, adotado pela Unesco), e aceitando os 230 milhões informados pela CPLP como universo, os lusógrafos afetados em seus países pela reforma seriam 193 milhões. Poderiam chegar aos 200 milhões se a eles fossem acrescentados os que também leem e escrevem em língua portuguesa e residem em outras nações ou nas comunidades de Goa (Índia) e Macau (China).


FONTE: ComCiência - Campinas,Brazil

segunda-feira, novembro 09, 2009

Onde habitam os monstros


Visuais
Onde habitam os monstros
O artista plástico Fabrizio Andriani, que expõe suas figuras assustadoras em Nova York a partir do dia 20, fala sobre as inúmeras referências que permeiam sua obra

Publicado em 08/11/2009 Annalice Del Vecchio

Os moradores do décimo andar do prédio onde mora o artista plástico Fabrizio Andriani são mesmo sortudos. No lugar das monótonas paisagens e naturezas mortas que costumam decorar as paredes das áreas comuns dos edifícios, figuram grandes telas que o artista Fabrizio An­­driani pintou a partir dos desenhos do amigo Joe Benett, artista paraense que ilustra quadrinhos da Marvel e da DC Comics. “Não tinha mais lugar no apartamento”, conta.
São figuras bizarras que só alimentam a curiosidade de saber “quem” mais habita a casa do artista nascido em São Paulo e radicado desde a infância em Curitiba. Os convidados a entrar logo se deparam com retratos bem diferentes daqueles encontrados em respeitáveis salas de família.
“Imaginei uma máquina que revela fotos 3x4 no espaço, utilizada pelos mais estranhos seres”, conta Fabrizio.

Os instantâneos, denominados de “Retratos Catódicos”, já expostos no Jokers Pub Café, em 2007, e no Centro de Criatividade de Curitiba, em 2008, exibem monstros de feições distorcidas, olhos arregalados, pintados com cores vibrantes sob fundos padronizados que remetem ao universo dos quadrinhos, do cinema e da televisão.
Os seres estranhos fazem parte do imaginário de Fabrizio desde que, em 1980, mudou-se com os pais para Gênova, na Itália, onde viveu por dois anos. “Assistia a desenhos animados com influência japonesa, que ainda não haviam chegado ao Brasil”, conta ele, que também devorava quadrinhos e cultuava as figuras assustadoras pintadas pelos artistas Hieronymus Bos­ch, Pieter Brueghel e Fran­­cis­­co Goya.
A televisão, indefectível companheira das crianças urbanas, sempre teve influência marcante em uma obra que não tem medo de ser figurativa. “Hoje os críticos só querem arte conceitual, mas se esquecem que uma obra não pode vir acompanhada de manual de instrução para ser compreendida, precisa se explicar sozinha, se comunicar”, diz.
Adepto de materiais comuns como a canetinha hidrocor e a tinta acrílica, que em suas mãos ganham um impressionante efeito gráfico, Fabrizio considera a técnica fundamental. “Você avalia um músico pela sua virtuose, pela sua métrica; avalia um escritor pela sua gramática. Com a arte conceitual, as artes plásticas ficaram sem esta métrica. É possível acordar de manhã e ter uma ideia: ‘Vamos encher uma piscina com gelatina’, e dizer que isso é arte”, diz.
Fabrizio pinta, sim, paisagens. Mas só aquelas que habitam os monitores quando ele vê televisão, navega na internet ou joga videogame. Se Van Gogh buscou representar a luz vívida do sol, naquela época, algo extremamente desafiador, ele almeja pintar a luz destas telas que o absorvem. “O artista deve pintar sua realidade”, considera.
Foi sob o efeito da luz emitida pela tevê que pintou seus “Retratos Catódicos”, daí o nome da série de quadros em pequenos formatos em que utiliza tons metálicos e fluorescentes que lembram os que se percebe nos monitores. “Eu vivia na quitinete da minha namorada (agora esposa) e, por falta de espaço, pintava na cama tendo a tevê como fundo musical”, conta.
Nova York
Quatro destes retratos e uma obra da série “Hidrofilia”, feita com canetinhas e papel cuchê, farão parte de uma exposição que Fabrizio realiza em Nova York a partir de 20 de novembro, junto com oito artistas de várias partes do mundo. O convite da Galeria Agora, localizada no Chelsea, conhecido como o bairro dos artistas, quase foi confundido com mais um vírus que lota a caixa postal do artista. “Comecei a me informar e vi que tudo era real”, conta.
Com patrocínio da empresa Inepar Sistemas de Energia e apoio da Itiban Comic Shop e Zarref Informática, o artista viaja com tudo pago. “Foi mais fácil realizar uma exposição fora do que aqui”, diz ele, que gostaria de ver seus trabalhos expostos em espaços como o Palacete dos Leões, o Museu de Arte Contem­­porânea do Paraná e a Casa Andrade Mu­­ricy.
“Quero viver de arte, espero que essa exposição seja um trampolim para isso”, diz Fabrizio, que por enquanto tem uma rotina tumultuada. Divide-se entre a atividade artística, realizada às noites, o ensino de arte e história da arte nas escolas Anjo da Guarda e Palmares e as atividades como sócio da ZnorT!, empresa de ilustração e design.
FONTE (foto incluída): Gazeta do Povo Online

quarta-feira, novembro 04, 2009

Alguns contos inéditos de Nelson Rodrigues


Alguns contos inéditos de Nelson Rodrigues

Há material de sobra, pois Nelson produziu quase dois mil desses contos ao longo dos dez anos em que a coluna circulou no jornal Última Hora, onde ele escrevia sobre casamento, sexo, adultério, morte etc

Luiz Zanin Oricchio

Da Reportagem

A vida como ela é. Esse era o título de uma famosa coluna de Nelson Rodrigues, mantida entre 1951 e 1961 no jornal "Última Hora". Coluna diária, seis vezes por semana, na qual Nelson improvisava em torno de poucos temas, o casamento, o sexo, a morte - em especial o adultério, presente em quase todos os textos. Algumas coletâneas já foram lançadas com seletas dessas crônicas cariocas. Há material de sobra, pois Nelson produziu quase dois mil desses contos ao longo dos dez anos em que a coluna circulou. Sai agora mais uma delas - "Não Tenho Culpa Que a Vida Seja Como Ela É" (Agir, 264 págs., R$ 44,90) -, composta por textos até agora inéditos sob a forma de livro. Entre as 39 crônicas, duas são de Suzana Flag, pseudônimo usado quando escrevia folhetins.

A própria história da coluna é curiosa. Nelson foi convidado a criá-la pelo dono do jornal, Samuel Wainer. A ideia de Wainer era recolher fatos da vida real, pinçados do noticiário policial, e valorizá-los com um toque ficcional. Nelson começou a fazer assim mesmo. Mas, logo em seguida, liberou-se das assim chamadas amarras da realidade e deu asas à imaginação, fértil, como se sabe. Passou a inventar as histórias e, quando o diretor do jornal deu por isso, já era tarde. A coluna passara a ser o maior sucesso da imprensa carioca e Nelson conquistara um precioso espaço de experimentação para suas ideias. Podia, com comodidade, medir o pulso de sua repercussão pública através de um meio de divulgação de massa, como era o jornal de então.

O modus operandi do escritor é descrito por seu biógrafo Ruy Castro (em O Anjo Pornográfico) como sendo de uma regularidade de relógio suíço. Nelson era dos primeiros a chegar à redação, com seu terno mal ajambrado, gravata solta, suspensórios e camiseta regata por baixo da camisa. Sentava-se à máquina e acendia o primeiro dos vários cigarros que fumaria ao longo do trabalho. Batia nas teclas, levantava-se, ia tomar cafezinho, passeava entre as mesas, conversava com os colegas sobre assuntos que nada tinham a ver com o que escrevia, futebol em especial. Voltava ao texto, como se nada tivesse acontecido. Às vezes gritava pedindo auxílio: "Me deem um nome bom para um corno!" "Gusmão", alguém sugeria. "Ótimo", aprovava. E, desse modo, duas horas depois, em plena balbúrdia da redação, nascia mais um conto de "A Vida Como Ela É"... Assim, com reticências e tudo e 130 linhas de texto.

Na redação da "Última Hora", situada na Avenida Presidente Vargas, surgia mais um pequeno capítulo dessa extensa (e intensa) reflexão sobre a mentalidade da classe média e pequena burguesia carioca. Variações em torno de poucos temas, como já disse, mesmo porque, um dia, em momento de autoavaliação, Nelson concluiu que sua obra não passava de uma longa meditação sobre o amor e a morte. Na coluna do jornal, sua lente apurava o foco ainda mais. Valendo-se da crônica policial, que ele próprio praticara, mas também do que ouvia falar, casos contados pelas esquinas, e saídos de sua imaginação febril, Nelson construía, à sua maneira, esse tratado multifacetado do comportamento amoroso de uma época. Seus personagens, como descreve o biógrafo, em geral viviam na zona norte, trabalhavam no centro e prevaricavam em Copacabana.

O primeiro texto é justamente aquele que dá título à coletânea - "Não Tenho Culpa Que a Vida Seja Como Ela É". Nele, Nelson explica as circunstâncias em que foi convidado por Wainer a criar a coluna. A ideia geral ia ao encontro de toda uma concepção mental do jornalista sobre seu ofício. Wainer queria dar ao fato policial "uma categoria, digamos assim, poética, dramática". Desse modo, um atropelamento, um suicídio, um adultério, seriam mais que "fatos", objetivamente falando. Aliás, para Nelson, a objetividade não passava de uma forma entre outras da idiotia. Interessava-lhe, mais que o fato, o sentido do fato. O sentido trágico, dramático, cômico do que acontecia. Aquilo que faria do fato e, em especial, do fato policial, uma manifestação privilegiada do humano.

"O fato de polícia, seja qual for, representa o grande manancial poético de cada dia", acreditava. À sua maneira, ele ironizava a doutrina da objetividade, introduzida no jornalismo brasileiro naqueles anos e copiada de forma acrítica da matriz norte-americana. Dizia que se as mortes de Anna Karenina e Emma Bovary fossem descritas por um jornalista brasileiro, sairiam assim: "Por motivos ignorados, pôs termo aos seus dias Anna Karenina, branca, casada, de tantos anos, residente à rua tal... Quanto a Emma Bovary, teria ‘ingerido’ violento tóxico, sendo o cadáver remetido ao Instituto Médico Legal, etc., etc." Nelson Rodrigues queria para suas adúlteras e suicidas a dignidade de personagens saídos da pena de um Tolstoi ou de um Flaubert, não a fria objetividade do jargão jornalístico.

Se Nelson buscava o sentido trágico do fato, o fazia em nome do dramaturgo que já era. Escrevendo para um veículo popular, ele se desculpava perante o leitor de que suas colunas seriam invariavelmente tristes porque se debruçavam sobre o sofrimento humano. Sobre a dor dos outros. Mesmo que essa dor e sofrimento viessem justamente da busca pelo prazer. Nelson, como grande moralista que era, não podia deixar de viver atento a essa contradição. Mais o ser humano buscava o prazer do sexo e a realização no amor, mais exposto estava à degradação e ao sofrimento. Era tudo isso que exprimia essa coluna em aparência monotemática, mas de riqueza extraordinária em suas variações.

Não faltaram críticas ao tom desses textos, desabridos, crus, atentos ao detalhe sórdido. Com eles, Nelson solidificou sua fama de "tarado", obcecado pelo sexo, depravado e corruptor da juventude. Ele se defendia com simplicidade dizendo que a virtude não pode vir da ignorância e sim do conhecimento do pecado e do livre-arbítrio para cometê-lo ou não. Sabia do preconceito, mas ainda se espantava quando o reconheciam na rua e lhe diziam: "Seu Nelson, o senhor vai me desculpar, mas não deixo a minha noiva ler a sua coluna." Não raro, esse tipo de observação servia como ponto de partida para um novo texto sobre a vida como ela era, e não como deveria ser.

FONTE: Diário de Cuiabá - Cuiabá,MT,Brazil

Medy Loekito: Silent poetry lonely poetry


Medy Loekito: Silent poetry lonely poetry
Oyos Saroso H.N. , The Jakarta Post , Bandarlampung Fri, 10/30/2009 10:29 AM People

Most writers just want to write. But Medy Loekito wants to do more — she wants to make other writers write too.
Medy Loekito, now 47, has long since made a name for herself as one of Indonesia’s leading women poets. She’s also known as the “mother of young writers”, for her dedication to nurturing the careers of the nation’s emerging talents, through the Indonesian Literary Community (KSI).
Medy is also known as the “mother poet of the cyber community” and founder of the Multimedia Literature Foundation, which has launched a literature site that aims to publish literary works to donate to schools and street children.
Actually KSI is just about young writers; there are also many prominent writers involved,” she says.
Among these are Ahmadun Yosi Herfanda, Bambang Widiatmoko, Endang Supriyadi, Slamet Raharjo Rais, Diah Hadaning and the late poet Azwina Aziz Miraza.
When KSI was created in 1996, the original idea was to gather together the literary community in Indonesia, which at the time of the New Order government was scattered and poorly managed.
The literary community activists, spread from Aceh to Papua, tended to be young writers who found it difficult to break through the hegemony of Jakarta, the center of literature in Indonesia.
At that time young writers found it very difficult to penetrate the Taman Ismail Marzuki [TIM, the Jakarta arts center]. Just having a discussion on the patio of TIM was difficult,” Medy says.
Now the past dozen years have proved that there are many young Indonesian writers who are producing works of quality.”
Medy, a mother of two who is also active in the Indonesian Handicraft Workers’ Association, says that organizations such as KSI are important for building young people’s confidence.
We pick up and walk together to face the rain. We provide houses for their shelter,” she says. “Our organization also teaches its members to respect each other and we encourage mutual support.
“Why is this important? Because, as I see it, some Indonesian writers put themselves on a throne. If young writers follow this style then our literature will be full of battles. There will be no mutual support and there will be no mutual respect and love.”
Medy says she did not set out to be a writer.
I entered the literary world by accident. In 1976, when I was a teenager I was a pen friend to Kardy Syaid, the writer who is now famous as a movie maker and writer, and who lives far away in North Sumatra,” says Medy, who was born and raised in Surabaya, East Java.
He was constantly writing to me and sending me his work which was published in newspapers or magazines. He always assured me that I could also be an author.
This encouraged the teenage Medy to start writing poetry.
One day I wrote a poem and it was published in a newspaper. I tried again and my work was again published in the newspaper,” she says. “After writing several poems, I tried to write a short story that was also published by the newspaper. Well, after that my trials were over because my ideas helped me explore my abilities.”
Medy Loekito is also one of the very few ethnic Chinese in Indonesia who has persevered in the world of literature.
Unlike many other ethnic Chinese citizens in Indonesia who often push their children to enter the business world, Medy’s parents encouraged their daughter to persevere with writing. Medy’s father closely followed her early career.
My father always checked with the newspaper sellers,” she added. “That was because I was never told whether my work would be published, and besides, it’s a bit hard to buy a variety of newspapers every day.”
Despite her background, Medy says she has never felt discrimination in the literary world.
Maybe a lot of people don’t know that I’m Chinese. I certainly enjoy having good friends among writers from various ethnic groups in Indonesia. However, in daily life discrimination against ethnic Chinese is still there.”
Medy, who also works as executive secretary for a Japanese company, is now recognized as one of Indonesia’s leading female poets. Her work has been published in nearly every newspaper and literary magazine in Indonesia, as well as in dozens of books, both her own collections and in more than 20 local and international poetry anthologies. Her solo works include In Solitude
(1993) and Jakarta, the Twilight Days (1998).
She has been noticed internationally too, and her name appears in the International Who’s Who in Poetry and Poets Encyclopaedia (1999).
Her poetry is characterized by its brevity, described by Indonesia’s poet president Sutardji Calzoum Bachri as haiku.
My poetry is silent poetry. It’s lonely poetry. My poems are short, they really have no relationship with other influences … That’s more because my Indonesian isn’t good,” she says.
When I was young the friends I played with often didn’t understand what I was saying because I speak a mixture of various languages, Chinese, Javanese and Malay. My Indonesian is still an incredible mess.”
She nevertheless speaks out clearly against things she disagrees with, and is vocal in her opposition to “vulgarity in sex” in Indonesian literature, when the issue of erotic literature written by Indonesian women comes to the fore.
Medy admits her opposition has subjected her to a lot of criticism and opposition from some famous writers.
But I’m not afraid, because talking is a human right,” she says. “Besides, I believe my opinion is correct. The way I see it, there is a difference between literary work and pornography.”

FONTE (foto incluída): Jakarta Post
http://www.thejakartapost.com/
FOTO (legenda): Medy Loekito: Courtesy of Family of Medy Loekito