segunda-feira, setembro 17, 2007

ENTREVISTA: Tiago Camilo


16/09/2007 - 22h33m - Atualizado em 16/09/2007 - 23h42m
ENTREVISTA: Tiago Camilo
Depois de derrotar todos os adversários por ippon, judoca é eleito o melhor atleta do Mundial

Alexandre Lobo e Raphael Andriolo

Do GLOBOESPORTE.COM, no Rio de Janeiro
Ele já tinha uma medalha de prata conquistada nos Jogos Olímpicos de Sidney, na Austrália, em 2000. Sete anos depois, Tiago Camilo deu um aperitivo no Pan-Americano Rio 2007 do que faria no XXV Mundial de Judô. E olha que não foi nem em sua categoria de origem, o meio-médio. O judoca lutou no peso médio e ainda assim conquistou a medalha de ouro. De volta ao peso em que compete normalmente, Tiago não deu chances para os adversários no Mundial: venceu as sete lutas que disputou, sendo todas por ippon. Além de se sagrar campeão do mundo, o brasileiro ainda levou o título de melhor judoca da competição.
"Não sei se posso dizer que (Brasil) tem o melhor judô do mundo, mas com certeza está entre os melhores. Isso acontece porque todo mundo está se doando, sempre em busca de mais medalhas"
Você ganhou o Pan lutando em um peso acima do seu. Você lutaria uma competição internacional na categoria absoluto? Por que não? (Risos). Eu já lutei no absoluto em torneios regionais, em jogos abertos e em competições por equipe. Mas em nível internacional é outra coisa. Você precisa treinar com atletas de outros pesos para estar preparado para um desafio desses. Hoje o Brasil tem o melhor judô do mundo? Não sei se posso dizer que tem o melhor judô do mundo, mas com certeza está entre os melhores. Isso acontece porque todo mundo está se doando, sempre em busca de mais medalhas. O Brasil já tem um estilo próprio de luta? Acho que sim. Temos uma mescla do judô europeu, mais truncado, com o japonês, que tem mais um estilo clássico, e ainda contamos com uma tática muito boa. Esse judô vem até mesmo da miscigenação que temos aqui no Brasil. Qual foi a participação da torcida na conquista do título mundial? Os torcedores têm muita participação, com certeza. Eles acabam influenciando um pouco na decisão da arbitragem, pressionando, gritando das arquibancadas. Tentamos tirar essa energia que eles passam para a gente e colocá-la dentro do tatame quando estamos lutando. A boa fase do judô brasileiro se deve à boa estrutura fornecida para os atletas ou a uma geração de ouro de judocas que vem aparecendo? Os dois. A geração e a estrutura que temos para treinar são muito boas. Uma coisa depende da outra. Contamos com atletas muito bons, mas se não tivéssemos uma preparação técnica de alto nível, nada adiantaria.
FONTE: Globo - Brazil

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